terça-feira, 3 de março de 2020

Política


Presidente da República exorta Governo de Nuno Nabian a garantir funcionamento das escolas públicas

Bissau,03 Mar 20(ANG) - Úmaro Sissoco Embaló, declarado vencedor das eleições presidenciais de 29 de dezembro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), exortou o executivo liderado por Nuno Gomes Nabiam para privilegiar o diálogo com atores sociais, garantir o funcionamos das escolas públicas, e trabalhar afincadamente no combate à corrupção e ao narcotráfico na Guiné-Bissau.

Embaló falava na cerimónia da investidura do governo dirigido pelo líder de APU-PDGB, Nuno Gomes Nabiam e formado na sua maioria por elementos do MADEM, PRS, APU-PDGB e algumas individualidades.
O ato de posse foi testemunhado pelo Procurador-Geral, Ladislau Embassa, pelo Presidente de Tribunal de Contas, Dionísio Cabi, chefias militares, figuras políticas e os Embaixadores do Senegal e da Gâmbia.

O chefe de Estado alertou o executivo de privilegiar o diálogo e evitar violência.
“O governo tem várias responsabilidades e que devem ser partilhadas, combater a corrupção e adotar uma postura de tolerância zero ao narcotráfico, ao facilitismo e nepotismo, no qual os governantes não vão se enriquecer com os bens públicos. Vamos retomar o lema ‘dinheiro de Estado, no cofre do Estado”, advertiu para de seguida apelar o Procurador-Geral da República que continue a jogar o seu papel de fiscalizador.

Sobre a posição assumida pelos militares guineenses, Embaló disse estar orgulhoso pela posição demonstrada pela classe castrense de manter-se nos quartéis durante a crise política, e espera que se mantenha a mesma postura.

Prometeu estabelecer contactos junto dos sindicatos para encontrar soluções que permita a reabertura das escolas públicas.
Por sua vez, o novo Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, admitiu que herdou a Guiné-Bissau profundamente dividida do ponto de vista social e étnico.
 Nabiam disse no seu discurso que as sucessivas campanhas eleitorais e o desespero dos candidatos têm levado o país a utilizar de maneira negativa as suas diferenças culturais e sociais.
Lembrou que as eleições legislativas de março de 2019 não qualificaram o peso das diferentes forças políticas do país, pelo que o Povo obrigou os atores políticos a uma partilha do poder. 
Explicou que o primeiro ensaio desta partilha, com o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) não funcionou, porque não conseguiu interiorizar o conceito de partilha do poder. 
Assegurou que a mensagem do Povo voltou a ser a mesma nas eleições presidenciais de novembro último e a oposição percebeu a mensagem, decidiu exprimentar uma coligação e para a surpresa da comunidade internacional ganhou eleições presidenciais de 29 de Dezembro de 2019 de forma folgada.
Sobre a campanha de cajú do presente ano, Nabiam promete diligências para o sucesso da comercialização da castanha que representa mais de 80 por cento das receitas de exportações globais do país.
“Uma dependência muito séria que fragiliza a nossa economia e por esta razão, a campanha de castanha do ano em curso tem que correr bem, para que no momento do balanço final, todos os atores que nela participam ganhem rendimento”, enfatizou.ANG/O Democrata

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