Chikoti assume
funções de secretário-geral
Bissau, 04 mar
20 (ANG) - O angolano Georges Chikoti assumiu segunda-feira de Março em
Bruxelas o cargo de secretário-geral dos países ACP ,para um mandato de cinco
anos.
O actual
embaixador angolano junto da União Europeia foi eleito em Dezembro no Quénia .
Até 2025 o antigo chefe da diplomacia de
Luanda terá pela frente, nomeadamente, o desafio de negociar o dispositivo que deverá suceder ao
Acordo de Cotonou, que acaba de expirar, um documento assinado no ano
2000 e que tinha entrado em vigor em 2003.
Trata-se de estipular os mecanismos de relacionamento
entre a União Europeia (que,
com a adopção definitiva a prazo do Brexit passará de 28 a 27 Estados membros),
mais um rol de Estados dispersos pela África a sul do deserto do Sahara (incluindo os cinco países africanos de língua
oficial portuguesa), países das Caraíbas e do Pacífico (incluindo Timor Leste).
Georges Chikoti pretende fazer deste fórum
uma aposta no multilateralismo,
com maior dinamismo, com financiamentos mais sólidos e mercados regionais
integrados de onde não estaram ausentes questões climáticas e de resiliência.
E isto por forma a melhorar a condição de
vida dos povos, lutando em prol da erradicação da pobreza e do desenvolvimento
sustentável, numa parceria entre
os europeus e os Estados ACP.
O antigo chefe da diplomacia angolana
representa o seu país junto da União Europeia e da Bélgica desde 2018
O acto da sua tomada de posse foi
testemunhado pelo secretário de Estado angolano das relações exteriores, Tete
António, ou ainda por Luís Filipe Tavares, ministro cabo-verdiano dos negócios
estrangeiros cujo país preside actualmente a CPLP, Comunidade dos países de
língua portuguesa.
Chikoti prometeu envidar esforços em prol da defesa da língua
portuguesa no seio da organização que passa a chefiar, garantindo
que a documentação da mesma tenha também versão portuguesa, para além do inglês
ou do francês, nomeadamente, e que também ele possa vir a trabalhar mais em
português.
Um assunto abordado entre Tavares e o novo
secretário-geral dos Estados ACP Chikoti foi a situação política na Guiné-Bissau.
Georges Chikoti, em entrevista exclusiva à
rfi em Bruxelas, assumiu a sua preocupação lamentando a nova intervenção dos militares na arena política e o facto
de políticos guineenses se refugiarem em embaixadas temendo pelas
suas vidas.
O antigo chefe da diplomacia de Luanda
solidarizou-se com o comunicado desta segunda-feira da CEDEAO, a comunidade
regional, deplorando a subversão da ordem constitucional.
Chikoti lembrou ser fundamental reformar o sector das forças armadas guineenses
e que a União Africana tenha uma posição firme em relação aos
acontecimentos.
O novo secretário-geral dos Estados ACP
advogou a presença de uma força africana e ou internacional naquele país
lusófono para fazer face à instabilidade política crónica.
A conclusão do novo acordo de parceria
entre os países ACP (África, Caraíbas e Pacífico) e a União Europeia (UE) é uma
das metas a que se propõe alcançar o novo secretário-geral da ACP, nos próximos
cinco anos.
O Grupo ACP ocupa-se da
cooperação europeia com os Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP)
instituída pelo Acordo de Cotonou (Benin), de 2000, considerado o mais completo
existente entre a União Europeia (UE) e os países em desenvolvimento.
O entendimento
proporciona um quadro de cooperação em matéria de desenvolvimento e comércio,
bem como de política. O principal objectivo consiste em erradicar a pobreza nos
países ACP.
ANG/RFI/Angop
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