FMI e Banco Mundial
defendem perdão imediato da dívida dos países mais pobres
Bissau,26 Mar 20 (ANG) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) e
o Banco Mundial (BM) defenderam hoje, com efeito imediato, um perdão da dívida
oficial bilateral dos países mais pobres, entre os quais estão a Guiné-Bissau,
Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
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“Com efeito imediato, e consistente com as leis nacionais dos
países credores, o Grupo BM e o FMI apelam à todos os credores oficiais
bilaterais que suspendam
os pagamentos das dívidas dos países [abrangidos pela] Associação para o
Desenvolvimento Internacional (IDA, na sigla em inglês) que assim o solicitem”,
lê-se num comunicado conjunto difundido hoje em Washington pelas duas
instituições financeiras internacionais.
“Isto vai ajudar os países da IDA com necessidades imediatas de
liquidez a lidarem com os desafios colocados pela pandemia do novo coronavírus
e dar tempo para uma análise do impacto da crise e sobre as necessidades de
financiamento para cada país”, lê-se ainda no texto.
A IDA é uma instituição que funciona no âmbito do Banco Mundial
com a missão de apoiar os 76 países mais pobres, entre os quais estão todos os
países lusófonos africanos, à exceção de Angola e Guiné Equatorial.
Neste apelo ao G20, o BM e o FMI apelam à estes países “que
façam esta avaliação, incluindo a identificação dos países em situação de
dívida insustentável, e preparem propostas para uma ação abrangente dos
credores oficiais bilaterais sobre as necessidades de financiamento e de alívio
de dívida nestes países”.
O grupo dos 20 países mais industrializados está esta semana a
realizar um conjunto de reuniões no seguimento da pandemia da covid-19,
tentando delinear um plano de ação conjunto.
“O FMI e o BM acreditam que neste momento é imperativo fornecer
um sentimento global de alívio aos países em desenvolvimento, bem como um forte
sinal aos mercados financeiros”, conclui-se no comunicado, que incide apenas
sobre a dívida bilateral e não sobre a dívida emitida nos mercados
internacionais e detida por investidores privados ou institucionais.
Dos países lusófonos, apenas São Tomé e Príncipe não tem, até ao
momento, registo de contágio pelo novo coronavírus.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já
infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de
19.000.
O continente africano registou 64 mortes devido ao novo
coronavírus, ultrapassando os 2.300 casos.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime
de quarentena e o encerramento de fronteiras.ANG/Lusa
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