“Mundo
continua sendo um lugar violento e discriminatório para raparigas”, diz
UNICEF
Bissau, 04 Mar 20 (ANG)n – O
Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) confirmou que apesar dos
progressos notáveis na educação, o mundo
contínua a ser um lugar violento e discriminatório para as raparigas.
A informação consta numa nota
à imprensa de UNICEF enviada hoje a redacção da ANG e que foi produzida no
quadro da divulgação do relatório sobre o progresso dos últimos 25 anos, no que
diz respeito ao Género.
“Apesar de existirem cada
vez mais raparigas a irem e a permanecerem na escola, este progresso
impressionante na educação teve muito pouco impacto na criação de um ambiente
mais justo e menos violento”, refere a nota .
Segundo o documento, o número de meninas não
escolarizadas diminuiu para 79 milhões nas últimas duas décadas, e salienta que
de facto, na última década as raparigas tornaram-se mais propensas a frequentar
o ensino secundário do que os rapazes.
Acrescenta que em 2016, 70%
das vítimas de tráfico em todo o mundo, a maioria por exploração sexual foram
as mulheres e raparigas e que 01 em cada 20 meninas de 15 aos 19 anos, cerca de 13 milhões sofreram
violações sexuais nas suas vidas.
Na nota, consta que cada ano,
12 milhões de meninas são casadas na infância e 04 milhões estão em risco de
Mutilação Genital Feminina e indica que globalmente, meninas entre os 15 aos 19
anos têm tanta probabilidade de justificar a violência doméstica quanto os
meninos da mesma idade.
O relatório aponta também
para as tendências negativas às meninas relativamente à nutrição e saúde.
Por exemplo, a globalização
e mudanças de dietas tradicionais para alimentos não saudáveis e processados e
a rápida expansão de técnicas agressivas de marketing dirigidas às crianças
resultaram no aumento de consumo de alimentos não saudáveis e bebidas adoçadas
com açucar.
“Vinte e cinco anos atrás, os governos do mundo
comprometerem-se para com as mulheres e meninas, mas só compriram essa promessa
parcialmente. Embora o mundo tenha reunido a vontade política de enviar muitas
meninas às escolas, ficou embaraçosamente incapacitado para equipá-las com as
habilidades e o apoio de que precisam, não apenas para moldar os seus próprios
destinos, mas para viver em segurança e dignidade”, disse a Directora Executiva
de UNICEF, Henriqueta Fore. Citado no documento.
A Directora Executiva disse
que, o acesso à educação não é suficiente, mas sim deve existir também mudança
de comportamento e atitudes das pessoas em relação às meninas. Tendo acrescentado
que a verdadeira igualdade só ocorrerá quando todas as meninas estiverem
protegidas da violência, livres para exercer os seus direitos e puderem
desfrutar de oportunidades iguais na vida.
Ela explicou que o relatório
é o resultado de uma avaliação de 25 anos de progresso e que surge no âmbito da
campanha de “Geração Igualdade” e para marcar o 25º aniversário da Declaração e
Plataforma para Acção de Pequim no plano histórico para o progresso dos
direitos das mulheres e meninas.
Por sua vez, segundo a nota
à imprensa, a Directora executiva do Plan Internacional, Anne Birgitte
Albrectsen disse que o relatório oferece uma imagem holística de como o mundo é
transparente para meninas.
“Hoje as meninas correm
riscos alarmante de violência em todos os espaços online e nas salas de aulas,
em casa e nas suas comunidades levando as consequências físicas, psicológicas e
sociais das mesmas. O relatório observa que, as práticas nocivas como o
casamento infantil e Mutilação Genital Feminina continuam a perturbar e a
prejudicar a vida e o potencial de milhões de meninas em todo mundo”, referiu a
Secretária Executiva de Plan .
O relatório pede, entre outras acções,intervenções no
sentido de celebrar e expandir oportunidades para meninas de todas as origens
engajando ativamente as suas vozes, opiniões e ideias em diálogos, plataformas
e processos relacionados aos seus corpos, comunidades, educação e futuro.
.ANG/AALS/ÂC//SG
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