PAICV não acredita que os EUA penalizem Cabo Verde por não reconhecer
Jerusalém como capital de Israel
Cidade da Praia, 05 Jan 18 (ANG) – O
vice-presidente do PAICV (oposição), Rui Semedo, não acredita que os EUA possam
“penalizar” o país pelo facto de este ter votado a favor da resolução da ONU
que não reconhece Jerusalém como capital de Israel.
No dia 21 de Dezembro do ano transacto,
Cabo Verde fez parte dos 128 que votaram a favor daquelas resolução das Nações
Unidas que alguns consideram como sendo votos “contra” os Estados Unidos da
América que reconhecem Jerusalém como capital de Israel.
“Em relação a esta matéria, que é muito
sensível, seria desejável que houvesse uma articulação mais ampla, em que
seriam ouvidos os partidos políticos”, disse o vice-presidente do Partido
Africano da Independência de Cabo Verde, que espera que tenha havido uma
“articulação entre os órgãos de soberania, designadamente o Governo, o
Presidente da República e o Parlamento”.
Segundo Rui Semedo, nesta questão do
Israel, o seu partido “respeita a posição do Governo que deverá reflectir o
ordenamento jurídico nacional, bem como as posições estratégicas que Cabo Verde
tem tomado ao longo de anos”.
“Cabo Verde deve ter a sua autonomia de
pensamento e decidir de acordo com as avaliações que faz não só do contexto,
como também do percurso que tem feito e dos posicionamentos que tem tomado”,
precisou o dirigente tambarina, acrescentando que os Estados Unidos são um
“país democrático e que luta pelo respeito dos direitos, liberdades e garantias
dos cidadãos”.
Recordou que o arquipélago tem procurado
posicionar-se de acordo com a sua autonomia e independência em relação a
processos internacionais e de várias questões da política externa.
Instado se não teme que o Governo dos
EUA possa vir a sancionar Cabo Verde, o vice-presidente do maior partido da
oposição afirmou que a relação entre os dois países vem muito antes do período
da independência e que é “tão profunda” e, por isso, “não se belisca pelo
citado posicionamento de cabo Verde”.
À pergunta se o PAICV fosse poder teria
votado aquela resolução da ONU no mesmo sentido que fez o executivo de Ulisses
Correia e Silva, Rui Semedo respondeu: “O que posso afirmar é que, tratando-se
de uma matéria sensível, o PAICV chamaria todos os partidos com assento
parlamentar e fazia uma articulação para uma posição que, pelo menos,
reflectisse um amplo entendimento nacional”.
ANG/Inforpress
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