PRS
defende realização de eleições como solução para a crise
Bissau,30 Jan 18
(ANG) – O Secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS) defendeu hoje a
observância do calendário eleitoral, ou seja, a realização de eleições legislativas
na data prevista para acabar com a actual crise política no país.
Florentino Mendes
Pereira falava à saída de um encontro de auscultação promovido pelo Presidente
da República com vista a nomeação de novo Primeiro-ministro.
Para essa auscultação
não compareceram representantes do Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), da União para Mudança
(UM) e do Partido da Convergência Democrática (PCD) ambos com assentos no
parlamento.
Mendes Pereira disse
que o seu partido quer que a realização das eleições na data prevista seja
prioridade do novo governo a ser formado.
Instado a dizer se o
PRS vai apoiar qualquer nome indicado por José Mário Vaz disse não se trata de uma
questão de apoiar ou não mas sim de cumprimento de uma das formalidades constitucionais,
na qual o Presidente ouve os partidos com assento parlamentar antes de nomear
ou exonerar o primeiro-ministro.
Interrogado sobre a
reabertura da ANP que está relacionada com a nomeação de Augusto Olivais ao cargo do novo
chefe do executivo, Florentino Mendes afirma que o hemiciclo é um órgão autónomo
que deve funcionar a luz da Constituição e do seu regimento.
Em relação a presença
das forças de segurança que bloquearam todas as vias de acesso à praça dos Heróis
Nacionais e também à Sede Nacional do PAIGC, Mendes Pereira recusou comentar a
situação, alegando que o assunto tem a ver com a justiça.
Contudo, disse que o seu
partido vai participar como convidado no Congresso do PAIGC.
O Presidente do
Partido da Nova Democracia (PND) Iaia Djaló revela que o encontro tem a ver com
nomeação do primeiro-ministro e em seguida marcar a data para realização das
eleições.
Apesar disso continua
a defender o comprimento integral do Acordo de Conacri.
Iaia Djaló recorda que ANP deve funcionar para
que a direção interina da Comissão Nacional de Eleições seja renovada, inclusive
a eleição do novo Presidente.
Quanto ao bloqueio
das vias de acesso à sede do PAIGC afirmou que a sede do partido não deve ser
“invadida” pelas forças de ordem para impedir a realização do Congresso por ser
um elemento indispensável para legitimação dos órgãos de qualquer formação
política perante o Supremo Tribunal de Justiça e a Comissão Nacional de
Eleições.
Agentes da ordem impediram hoje o PAIGC de realizar o seu
nono congresso, alegando o cumprimento de ordens judiciais.
O presidente José Mário Vaz, que no mesmo
quadro deve ainda esta terça-feira se reunir com o seu orgão de consultas - o
Conselho de Estado,tem até amanhã, quarta-feira para aplicar o acordo de
Conacri, para evitar sanções.
A decisão foi-lhe comunicado durante a
reunião da CEDEAO que decorreu no passado dia 27 de Janeiro em Addis Abeba, na
Etiópia.
O comunicado desta reunião sustenta que desde que expirou o prazo de um mês não foi
alcançado nenhum progresso significativo na implementação das medidas
acordadas.
A Conferência convida o chefe de Estado a
nomear um primeiro-ministro de consenso e às partes signatárias de formar um
acordo de conformidade com o acordo de Conacri até dia 31 de Janeiro. Caso
contrário serão aplicadas sanções, a começar a partir do dia 1 de Fevereiro à
todas as partes e organizações “que o obstucalizem o processo de saída de crise
da Guiné-Bissau”.
Decidiu-se ainda criar um comité de
acompanhamento de sanções que será composto pelo Togo, pela Guiné e pela
Comissão da CEDEAO.
A conferência apela à União Africana,
à CPLP, à União Europeia e às Nações Unidas para que apoiem a CEDEAO na
aplicação eficaz das sanções.
A cimeira decidiu ainda prolongar o mandato da Força ECOMIB até ao dia 31 de março de 2018. ANG/LPG/ÂC /JAM/SG
Sem comentários:
Enviar um comentário