Presidente da comissão pede redobrar de
esforços para acabar com crises que ainda existem
Bissau, 30 Jan 18
(ANG) – Os trabalhos da 30ª Cimeira dos chefes de estado e de governos da União
Africana(UA) encerram hoje em Addis Abeba na Etíopia.
Domingo, numa
espécie de balanço da União , o presidente da Comissão lançou um apelo para se
redobrarem os esforços de forma a acabar com as crises que assolam a Somália, o
Sudão do Sul, a República
Centro-Africana e o Burundi.
Sobre a RDC,
estimou que os últimos episódios de violência mostram a necessidade da
aplicação do acordo de São Silvestre, com vista às eleições que deverão ter
lugar em Dezembro deste ano. Mussa Faki falou igualmente do caso da República
Saharaui e mostrou-se esperançoso em ver resolvida esta situação.
O Presidente do Ruanda que substitui Alpha Condé, Presidente da
Guiné Conacri, na presidência rotativa da União Africana, tem este ano a tarefa
de implementar a ambiciosa reforma da organização.
Contudo, alguns países da SADEC estão a levantar algumas
questões relativamente ao autofinanciamento da organização que visa, entre
outras, a aplicação de uma taxa de 0,2 por cento sobre as importações elegíveis
e a criação de uma zona de comércio livre.
Cristina Duarte, uma das economistas escolhidas para trabalhar
no processo de reforma da UA, diz que a reforma já esta tomada, contudo admite
que as preocupações da SADEC serão ouvidas.
“ A SADEC insiste que todas estas decisões passem pelo Comité Permanente de
Representantes, o que de facto é uma posição bastante questionável, porque não
nos podemos esquecer que a reforma já foi aprovada pelos chefes de Estado.
Como
é evidente as preocupações da SADEC serão ouvidas, este processo tem de ser
liderado com flexibilidade e muito diálogo. Toda a gente já concordou com a
sustentabilidade financeira da União Africana. Agora há esta ideia (taxa de
0,2%), a União Africana vai ajudar os países a implementa-la da melhor forma e
sempre com flexibilidade”, assegurou.
Cerca de quarenta chefes de Estados marcaram presença na
abertura dos trabalhos da 30ª Cimeira . A sessão de domingo tratou-se de uma
estreia para o Presidente angolano que discursou pela primeira vez diante da
assembleia.
João Lourenço afirmou que é preciso mudar o olhar que o mundo
tem do continente africano.
O Presidente angolano referiu-se ao momento histórico que
atravessa a organização com o projecto de reforma e lembrou que o continente
enfrenta hoje novos desafios para os quais tem de se encontrar uma resposta.
“Hoje o nosso continente enfrenta outro tipo de desafios que vão
desde os conflitos à pobreza e impedem os nossos povos a disfrutar as riquezas
que abundam no nosso subsolo. Precisamos de alterar este quadro, bem como o
olhar que o mundo tem hoje sobre continente africano”, salientou
O chefe de Estado angolano defendeu ainda a necessidade de se
imprimir uma nova dinâmica no continente. «É preciso acabar com o paradoxo
africano que permanece inexplicável e intolerável. Ser um continente rico em
recursos minerais, mas assolado pela pobreza e pela miséria”, evidenciou.
João Lourenço deixou ainda a promessa de que Angola vai
contribuir “consoante as suas possibilidades” para fazer da União Africana “uma
instituição em que todos os povos se revejam”.
Para além de João Lourenço, discursaram ainda pela primeira vez
diante da assembleia os Presidentes do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa e Geroge
Weah da Libéria que tomou posse no passado dia 22 de Janeiro.
A 30ª cimeira da
União Africana termina esta segunda-feira, a próxima reunião dos lideres
africanos está marcada para Julho em Nouakchot, na Mauritânia. ANG/RFI
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