Bissau,30 Abr 19(ANG) - As autoridades
angolanas viram subir a procura de turistas , desde que se criou uma plataforma
online para os estrangeiros pedirem vistos.
Vista de avenida marginal de Luanda |
O
novo regime ficou regulamentado esta semana, com a aprovação da nova Lei de
Estrangeiros.
Segundo o jornal
português Diário de Notícias que cita a Comissária Teresa Silva, diretora do
Gabinete de Comunicação Institucional e de Imprensa, do Serviço de Migrações e
Fronteiras (SME) de Angola, entre 31 de março de 2018 até aos meados do
presente corrente mês de abril, 11 597 turistas já pediram o seu visto online,
através da plataforma
especialmente criada para o efeito.
As nacionalidades que mais procuram Angola
para fazer turismo, ainda de acordo com os dados oficiais do SME, são a
portuguesa, brasileira, norte-americana, francesa e a espanhola.
"Terminar com a burocracia foi o
grande objetivo", sublinha esta responsável, salientando que, "também
diminuíram significativamente os documentos exigidos": Neste momento,
explica,"um turista precisa apenas de apresentar a reserva de hotel ou,
caso fique alojado em casa de amigos, um termo de responsabilidade, o bilhete
de avião, fotografia e fotocópia do passaporte ou cartão de cidadão".
Todos estes
documentos podem ser digitalizados e anexados ao pedido via plataforma online.
"Em 72 horas, o requerente receberá uma pré-autorização e pode viajar com
ela. No aeroporto o passaporte será depois carimbado. Tão simples quanto
isso", assinala Teresa Silva, que vê neste sistema um sinal de Angola "para atrair
todos aqueles que queiram visitar e passear" naquele país.
Esta semana, o governo angolano aprovou a
nova proposta de Lei sobre o "Regime Jurídico dos Cidadãos
Estrangeiros" e o ministro do Interior, Ângelo Tavares, destacou que este
diploma "confere maior abertura ao turismo e ao investimento no
país".
"O turista pode aceder à plataforma
do Serviço de Migração e Estrangeiro sem ter de se deslocar às representações
diplomáticas e consulares, preencher o formulário e em território nacional
receber o seu visto com múltiplas entradas", observou o ministro.
A nova legislação estabelece o regime de
isenção e os procedimentos de simplificação dos atos administrativos para a
concessão de visto de turismo e de negócio. Ângelo Tavares acredita que vai
possibilitar também a entrada no país de mão-de-obra qualificada.
Os vistos de turistas podem ir até aos 90
dias e os seus portadores podem entrar e sair do país - para países diferentes
- quantas vezes quiserem. Teresa Silva adianta que, "se acontecer que,
durante a sua estadia, a pessoa vê uma oportunidade de negócio e quer fazer um
investimento, pode alterar a sua autorização para um visto de investidor, o que
lhe dará um prazo alargado de, pelo menos, 365 dias, para ficar no país. Depois
disso, pode também solicitar uma autorização de residência".
Ainda recentemente, numa intervenção em Portugal, a ministra do Turismo
de Angola, Ângela Bragança, tinha reconhecido que a complicação para a obtenção
dos vistos era "outro irritante" - numa referência ao
"irritante" causado nas relações entre os dois países por causa do
processo do ex-vice-presidente, Manuel Vicente - indicando que estavam "a
ser dados passos para o resolver".
De acordo com os últimos dados oficiais disponíveis,
relativos em 2017, o turismo encontrava-se em queda. Nesse ano tinham entrado
no país 260.961 turistas, menos que os 397.485 registados em 2016.
No próximo mês de Maio, será realizado em
Angola o Fórum Mundial de Turismo. Este organismo acredita nas
"potencialidades" do país e anunciou um investimento de 870 milhões de euros para os próximos anos.
ANG/Portal da Embaixada de Angola em
Bissau