Mais de 100 milhões de crianças no mundo fora do
ensino pré-escolar
Bissau, 09 abr 19 (ANG) - Cerca de
metade das crianças em idade pré-escolar no mundo, o que corresponde a mais de
175 milhões não estão matriculadas , refere um relatório do Unicef.
De acordo com o relatório do Unicef “Um mundo preparado para
aprender: prioridade a educação na primeira infância de qualidade”, lançado
hoje (terça-feira), em Nova Iorque (EUA), nos países de baixa renda, o quadro é
muito mais sombrio, com apenas uma em cada cinco crianças mais novas
matriculadas no ensino pré-escolar.
Em Angola, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística
(INE 2015/2016) entre as crianças de 3-5 anos de idade, uma em cada dez estava
matriculada e frequentou a escola ou a creche (11%).
A frequência no ensino pré-escolar é maior nas áreas urbanas
(12%) do que nas rurais (8%).
“O ensino pré-escolar é a base educacional dos nossos
filhos – cada etapa da educação que se segue depende do seu sucesso”, disse a
Directora Executiva do Unicef, Henrietta Fore, referindo que essa oportunidade
é negada a muitas crianças ao redor do mundo, aumentando o risco de repetirem
algumas classes ou abandonarem completamente a escola ficando a sombra dos seus
colegas mais bem-sucedidos.
O primeiro relatório global do Unicef sobre educação pré-escolar
revela que as crianças matriculadas em pelo menos um ano nesse nível de ensino
têm maior probabilidade de desenvolver as habilidades essenciais necessárias
para terem sucesso escolar, são menos propensas a repetir classes ou a
abandonar a escola e, portanto, mais capazes de contribuir para sociedades e
economias pacíficas e prósperas quando atingirem a idade adulta.
As crianças na educação pré-escolar têm mais do que o dobro de
probabilidade de estarem no bom caminho no domínio das letras e números do que
as crianças que perdem a aprendizagem inicial.
O relatório observa que a riqueza das famílias, o nível de
educação das mães e a localização geográfica estão entre os principais
determinantes para o acesso ao ensino pré-escolar. No entanto, a pobreza é o
maior factor determinante.
O Unicef apela aos governos que garantam o acesso universal a
pelo menos um ano de educação pré-primária de qualidade e a transforme numa
parte habitual da educação de todas as crianças, especialmente das mais
vulneráveis e excluídas.
Para tornar isso realidade, o Unicef insta os governos a
comprometer pelo menos 10 por cento dos seus orçamentos nacionais de educação
para ampliar a educação na primeira infância e investir em professores, padrões
de qualidade e uma expansão equitativa.
O Governo angolano aumentou de 4 % (2018) para 6% (2019) o
Orçamento Geral do Estado (OGE) para a área da educação.ANG/Angop
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