Guiné-Equatorial/Obiang escusa avançar data para fim da pena de morte
Bissau, 30 Jun 22 (ANG)
- O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, escusou-se, quarta-feira, a
adiantar uma data para a abolição da pena de morte no país, com que se
comprometeu há oito anos, admitindo que o processo é muito lento.
"A lei penal está
perto de ser ratificada, está neste momento no Parlamento. Depois da
ratificação, será abolida a pena de morte", disse o chefe de Estado
equato-guineense aos jornalistas, após ser recebido pelo Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa.
Instado a adiantar uma
data provável, Obiang respondeu: "Está no Parlamento, temos de esperar, o
processo é lento, lento".
A abolição da pena de
morte do ordenamento jurídico foi um dos compromissos assumidos pela Guiné
Equatorial aquando da adesão à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa como
membro de pleno direito, em Julho de 2014, mas oito anos depois, esse passo
continua por cumprir, embora as autoridades garantam que a pena capital não é
aplicada no país desde então.
Marcelo Rebelo de Sousa,
que hoje recebeu Obiang, mas não prestou declarações aos jornalistas, disse em
Julho do ano passado, após a última cimeira da CPLP, que a exigência do fim da
pena de morte na Guiné Equatorial é comum a todos os Estados-membros.
"Continua a mesma
posição, que não é apenas de Portugal, é assumida como um todo. É um caminho
essencial que tem de ser cumprido para todos os Estados integrantes da
CPLP", explicou, estendendo este tipo de exigência de "valores e
princípios" a todos os países.
O Presidente português
avisou ainda o país de Obiang que será muito difícil um Estado-membro da CPLP
assumir a presidência da organização se não respeitar
"suficientemente" o Estado de Direito.
Questionado então sobre
a possibilidade de haver uma posição de força por parte de vários países da
CPLP para que a Guiné Equatorial cumpra o fim da pena de morte, Marcelo Rebelo
de Sousa assinalou que há promessas que têm sido feitas e que não têm tido
concretização.
"É uma questão de
legislação a ser aprovada e as promessas consecutivas que são feitas não têm
tido concretização. Isso é punitivo para quem gostaria de um dia ter um papel
de presidência na CPLP. Assim, vai vendo adiado esse papel
permanentemente", acrescentou. ANG/Angop
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