ONU/Mais de 15 milhões de sudaneses enfrentam crise alimentar
Bissau, 17 Jun 22 (ANG) - Mais de 15
milhões de sudaneses, cujo país está a afundar-se numa estagnação política e
económica, enfrentam uma crise alimentar, segundo uma avaliação da ONU.
"Um recorde de 15 milhões de pessoas
no Sudão - um terço da população - enfrentam actualmente uma insegurança
alimentar aguda", de acordo com uma avaliação do Programa Alimentar
Mundial (PAM).
Em Setembro, "18
milhões de sudaneses, ou seja cerca de 40% da população do país, vão enfrentar
uma situação de crise alimentar", advertem o PAM e a Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) numa declaração conjunta.
Para as duas agências da
ONU, os choques climáticos (inundações e secas) e as deslocações da população
contribuem para o agravamento da insegurança alimentar, bem como os confrontos
armados e as colheitas insuficientes.
Devido ao conflito
militar entre a Rússia e a Ucrânia, as importações são mais baixas e os preços
mais elevados das mercadorias estão a atingir duramente os sudaneses.
Todas as 18 regiões do
Sudão são afectadas pela insegurança alimentar, mas a localidade de Krink, em
Darfur, Sudão ocidental, onde os confrontos no início de Abril mataram 179
pessoas e deslocaram 150 mil, é a mais fustigada, com 90% da sua população a
sofrer de fome, de acordo com o comunicado conjunto.
O trigo e o pão são
escassos em todo o país e os agricultores estão a lutar para vender as suas
colheitas dado que o Governo, que todos os anos comprava as suas colheitas, não
tem dinheiro.
Os cofres do Estado
estão vazios desde o golpe de Estado do chefe do exército, General Abdel Fattah
al-Burhane, em Outubro de 2021.
O Sudão perdeu a sua
ajuda internacional, ou seja, 40% das suas receitas, como retaliação ao golpe,
a libra sudanesa entrou em colapso e a inflação atinge os 200%. ANG/Angop
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