Reino Unido/ Autoridades anunciam pacote de ajuda a países afectados pela guerra
Bissau, 24 Jun 22 (ANG) - O Reino Unido anunciou hoje,
sexta-feira, um pacote de apoio a
países afectados pelo aumento dos preços dos
produtos alimentares e pela escassez de fertilizantes e indicou que vai dar
prioridade ao uso de cereais para alimentação em vez de biocombustíveis.
A maior fatia dos 372 milhões de libras (434 milhões de euros) mobilizados
vai ser distribuída por vários programas das Nações Unidas (ONU), nomeadamente
o Programa Alimentar Mundial (PAM), o Fundo Central de Resposta a Emergências
(CERF) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
Entretanto, 17,7 milhões
de libras (20 milhões de euros) vão financiar o Centro de Especialização em
Crescimento Verde do Ministério dos Negócios Estrangeiros para melhorar a
utilização eficaz de fertilizantes e aumentar a produção alimentar em países
como o Rwanda, o Quénia e o Ghana.
Finalmente, dois milhões
de libras (2,3 milhões de euros) serão encaminhados para o Nutrition Match
Fund, lançado em Novembro para combater o desperdício alimentar, e que já
apoiou países como a Nigéria e Moçambique.
O pacote pretende ajudar
países afectados pelo aumento dos preços de produtos alimentares devido à
guerra na Ucrânia, que as organizações internacionais prevêem que aumente a
fome e pobreza, sobretudo na África Subsaariana.
Segundo o Governo
britânico, a Ucrânia produz quase metade das sementes de girassol em todo o
mundo, 10% de trigo e até 20% de cevada e canola.
Muitos países africanos
importam também quantidades significativas de fertilizantes, trigo e óleos
vegetais da Ucrânia, Rússia e Bielorrússia.
O Banco Africano de Desenvolvimento
estima que a redução no acesso a fertilizantes pode levar a África a perder 20%
da produção de alimentos nas próximas duas colheitas.
O primeiro-ministro
britânico, Boris Johnson, responsabilizou o presidente russo, Vladimir Putin,
pela guerra e pelo bloqueio dos portos ucranianos, que impede a exportação de
cereais, fazendo com que "as pessoas mais pobres do mundo estejam cada vez
mais perto da fome".
Entretanto, para tentar
aliviar os preços dos cereais, Johnson mostrou-se disposto a reduzir as metas
para a produção e uso de combustíveis no Reino Unido, permitindo que os cereais
usados, como trigo e milho, possam ser usados para fins alimentares.
Segundo o chefe do
governo britânico, o "aumento no preço do pão pode significar a diferença
entre uma criança viver ou morrer", pelo que, disse, "da ajuda
alimentar de emergência à revisão do nosso próprio uso de biocombustíveis, o
Reino Unido está fazer a sua parte para enfrentar esta crise mundial
nefasta". ANG/Angop
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