quinta-feira, 16 de junho de 2022

     IBAP /Situação das tartarugas marinhas  é estável mas existem ameaças


Bissau,16 Jun 22 (ANG) - A situação das tartarugas marinhas Guiné-Bissau é estável, apesar de existir "muitas ameaças" contra as espécies, disse uma investigação guineense Aissa Regalla de Barros, por ocasião do Dia Mundial da Tartaruga Marinha, que é hoje (quinta-feira) assinalado.


Segundo a investigadora do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), a Guiné-Bissau acolhe cinco das sete espécies de tartarugas marinhas que existem no mundo e é considerado o "santuário da tartaruga verde".

A ilha do Poilão é o primeiro centro da desova da tartaruga marinha de África e terceiro do mundo, a seguir a Costa Rica e a ilha de Ascensão, um território britânico ao sul do Atlântico.

Dados do IBAP estimam que entre os meses de agosto e novembro, todos os anos, cerca de 21 mil tartarugas marinhas, migradas de todo o mundo, poema ovos na ilha de Poilão.

"Neste momento, temos uma população estável segundo as informações da monitorização que realizamos e também sabemos que muitas fêmeas vêm desovar nas praias, principalmente das ilhas do Poilão que é o sítio piloto de tartarugas em todo o mundo", observou uma bióloga guineense.

Aissa de Barros assinalou que quase todas as praias da Guiné-Bissau e quase todas as ilhas do país acolhem ciclo desova das tartarugas marinha, mas a ilha de Poilão, com mais de dois quilômetros de comprimento, supera todos os lugares.

"Em 2020 só na ilha de Poilão contabilizamos cerca de 80 mil fêmeas que são definidas para as praias para a ilha grande, mas se extrapolarmos estes números em todo o mundo", teremos uma população bastante numerosa.

A investigação considera que a situação da espécie também é estável na Guiné-Bissau, mas alerta que persistem os predadores naturais, principalmente de alguns animais, mas por parte de alguns humanos através da pesca.

Aissa de Barros notou que as tartarugas marinhas são espécies migratórias que em casos conseguem atravessar oceanos.

O abate, o consumo da carne e os ovos da tartaruga são proibidos por na Guiné-Bissau, mas a bióloga defende que sem o reforço da proteção da população da população "haverá sempre os riscos de ameaças" se concretizarem .

O foco dessa ação tem sido as ilhas Bijagós onde ainda existe o ritual do uso da carne da tartaruga, notou Aissa de Barros.

"Trabalhamos diretamente com grupos das comunidades locais, os jovens, os decisores, como crianças, então, como têm um certo conhecimento sobre as tartarugas, mas claro como as ameaças ainda continuam", destacando a investigadora do IBAP.

O IBAP e outras entidades guineenses "contam muito" com instituições melhor portuguesas, nomeadamente o ISPA (Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e de Vida) e a produção de Ciências da Universidade de Lisboa na área de conhecimentos sobre a forma de conservação e protecção das tartarugas marinhas.

Como resultado dessa colaboração que já dura há 20 anos, Portugal tem ajudado a Guiné-Bissau, dando bolsas de para técnicos guineenses, Aissa de Barros. ANG/Angop

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