ONU/Secretário-geral denuncia em Lisboa "emergência
oceânica"
Bissau, 28 Jun 22 (ANG) - Um
sentido de urgência e um apelo à unidade marcaram o inicio da Conferência das
Nações Unidas para os Oceanos.
O Secretário-Geral das Nações Unidas declarou na
abertura da Conferência dos Oceanos que o mundo está também numa “emergência
oceânica”, quando tanto se fala de “emergência climática”
António Guterres espera que esta conferência possa
representar "um momento de unidade e aproximação de todos
os estados-membros em torno dos assuntos do mar e da preservação dos
oceanos".
Mais tarde, em conferência de imprensa, Guterres
denunciaria que um acordo sobre biodiversidade no alto mar está a ser
"bloqueado pelo egoísmo".
Já o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa diz
que esta é a "conferência do desconfinamento e da ambição",
defendendo que a guerra e a pandemia não podem servir de desculpa para não
resolver os problemas dos oceanos e das alterações climáticas.
Os regimes, os poderes institucionais e os políticos passam. Os oceanos
ficam", afirmou Marcelo Rebelo de
Sousa.
De Angola, o Presidente João Lourenço trouxe mais do que
biodiversidade ao plenário, ao levantar o problema da pirataria marítima, em
especial no Golfo da Guiné, no Corno de África e em outras zonas do
planeta "onde ameaça
seriamente a utilização dos mares para fins pacíficos como as trocas
comerciais, o turismo e outras actividades conexas que impulsionam as economias".
"Não conseguiremos realizar os objectivos relacionados com a
protecção do ecossistema marinho se não assumirmos com coragem a necessidade de
reforçar a capacidade de defesa e segurança marítima", afirmou o Presidente angolano que, ao prometer uma "Angola mais verde e renovável", garantiu
empenho na redução da queima de combustíveis fósseis e anunciou exportação de
hidrogénio verde a partir de 2024.
De hoje até sexta-feira, a Conferência da ONU sobre os Oceanos
deve alternar entre sessões plenárias, diálogos interactivos temáticos, acções
da sociedade civil e fóruns especiais sobre economia azul. No último dia, deve
ser aprovada uma declaração final que servirá de estímulo para diversas
negociações sobre oceanos e alterações climáticas. ANG/RFI
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