Oceanos/PR da Guiné Equatorial defende medidas contra a tríplice crise ambiental
Bissau, 28 Jun 22 (ANG) - O Presidente da Guiné Equatorialn Teodoro Obiang, enumerou segunda-feira(27), o desaparecimento de espécies, as mudanças climáticas e a contaminação marítima como uma tríplice crise ambiental que exige a mobilização do mundo pelo cumprimento dos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
Teodoro Obiang falava no plenário da Conferência dos Oceanos das
Nações Unidas, que decorre em Lisboa, um
evento que "chega num momento crítico, em que o mundo se está a reforçar
para mobilizar, criar e promover soluções que permitam alcançar os 17
Objectivos de Desenvolvimento Sustentável antes de 2030", definidos pela
ONU.
Além destes desafios, acrescidos da pandemia, que "causou
estragos em todo o planeta e desafiou os sistemas sanitários de todo o
mundo", Obiang indicou que "a crise climática actual manifesta-se,
igualmente, como uma crise oceânica".
"O oceano absorveu entre 20 e 30% das emissões de dióxido
de carbono, causadas pelo homem", disse.
Sobre o seu país, observou que "a Guiné equatorial tem uma
zona económica marítima exclusiva de 314.000 quilómetros quadrados, 10 vezes
superior à sua superfície terrestre, o que a converte num país altamente
vulnerável às mudanças ambientais e desafios de segurança", além do facto
de ter "uma parte continental e uma parte insular".
"O meu país é vítima de outras ameaças importantes, como a
pesca ilegal, que prejudica as comunidades costeiras, que dependem da pesca
sustentável para obter rendimento e alimentos", referiu.
E acrescentou: "O significativo aumento da delinquência
transnacional organizada, no Golfo da Guiné, na forma de pirataria e roubo à
mão armada afectam negativamente os intercâmbios comerciais e as demais
actividades de desenvolvimento da zona".
Obiang sublinhou que, apesar destas dificuldades, a Guiné
Equatorial "promoveu políticas em prol de uma gestão sustentável dos
oceanos, com a adopção de vários instrumentos legais, reguladores das águas e
das costas, actividades pesqueiras e aquícolas, de gestão de hidrocarbonetos,
meio ambiente, etc".
"A Guiné Equatorial, na sua estratégia para a
diversificação económica, de luta contra a pobreza no horizonte de 2035,
integrou todos os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável nos pilares de
desenvolvimento nacional e aposta na economia azul como um dos enfoques
económicos mais compatíveis na luta contra as mudanças climáticas", disse.
Obiang deixou três propostas para a luta contra as mudanças
climáticas e o desenvolvimento da economia azul: "Fortalecer os marcos de
cooperação ao nível da investigação sobre a biodiversidade marinha, encontrar
uma saída para a repressão da pirataria, necessária para a harmonização da
legislação internacional sobre a matéria, assim como uma revisão da Convenção
das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, e a adopção de protocolos em matéria
de segurança marinha das embarcações".
"O êxito da conferência é de toda a humanidade e do nosso
planeta", concluiu Teodoro Obiang.
A Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos realiza-se em
Lisboa a partir de hoje e até 01 de Julho, com o apoio dos Governos de Portugal
e do Quénia, contando com a presença de chefes de Estado e de Governo de todos
os continentes. ANG/Angop
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