Cabo Verde/Governo desbloqueia verbas para pagar incentivos a 22 rádios cabo-verdianas
Bissau, 03 Jan 23 (ANG) – O Governo cabo-verdiano desbloqueou mais de 66 mil euros para pagamento de incentivos a 22 rádios comunitárias, regionais e nacionais, conforme despacho assinado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, realocando verbas.
Segundo a Lusa, no documento, de 28 de Dezembro , o Governo
aponta “a necessidade de proceder à realocação de verbas, para efeito de
regularização de despesas”, tendo aprovado “ajustamentos e alterações
orçamentais” para o efeito.
No despacho, o primeiro-ministro, que no actual executivo tem a
tutela da comunicação social, autoriza a realização de despesas “para o
pagamento de incentivos” às 22 rádios comunitárias, regionais e nacionais, no
valor total de 7.313.716 escudos (66.300 euros), conforme previsto no protocolo
assinado entre o Governo de Cabo Verde e aqueles órgãos de comunicação social.
No mesmo despacho é recordado que no âmbito do plano de
reestruturação da imprensa privada, alargada às rádios comunitárias, “com a
finalidade de apoiar os projectos emitidos que vêm se debatendo com sérios
desafios, o Estado de Cabo Verde, passou a subsidiar financeiramente as
associações proprietárias das rádios comunitárias do país”.
“Com a atribuição dos incentivos aos órgãos de comunicação
social, o Governo estabelece de forma clara um novo paradigma e uma nova visão
com vista a apoiar o sector da comunicação social e dentre estes as
radiodifusões comunitárias no país, por sua proximidade com a população, para
ajudar no seu normal funcionamento e prestação de serviço público às populações”,
recorda-se ainda no documento.
O primeiro-ministro cabo-verdiano anunciou em Maio deste ano, no
parlamento, que estava em preparação um pacote de apoios à comunicação social,
pedindo também mais regulação.
“Medidas que fazem parte do pacote que brevemente iremos
disponibilizar ao sector da Comunicação Social, em debate, em concertação, com
os jornalistas, com os órgãos representativos, para melhorarmos o ambiente em
que se realiza a Comunicação Social, particularmente a privada”, afirmou o
chefe do Governo.
Num debate parlamentar então subordinado ao tema “Comunicação
Social, Democracia e Desenvolvimento”, proposto pelo Governo, Ulisses Correia e
Silva reconheceu que “existem evidentes falhas de mercado no sector da
comunicação social”.
“O mercado é pequeno, fragmentado pela insularidade e de baixo
rendimento face às exigências de sustentabilidade de uma comunicação social de
qualidade. Existe um bem a proteger, de interesse público, que é o ambiente
favorável à democracia, à liberdade e ao desenvolvimento no qual a comunicação
social joga um papel importante. Existe uma responsabilidade do Estado”,
apontou.
O pacote de medidas, disse, visa a “criação de um ambiente de
negócios favorável ao crescimento e desenvolvimento” de órgãos de comunicação
social privada – recordando que foram atribuídos a privados, desde 2016, no
início da sua governação, subsídios globais de 69 milhões de escudos (630 mil
euros) -, numa “abordagem integrada e estruturada, com base em regras claras e
condições de elegibilidade e de acesso”.
Detalhou que prevê a revisão do quadro de incentivos, da lei da
publicidade institucional e do código da publicidade, um serviço de transporte
e difusão de conteúdos, o fomento de produção independente de programas
audiovisuais, uma nova política de acesso à Internet em banda larga, novo
regime fiscal, linhas de crédito de apoio ao investimento em transformação
digital ou incentivo à formação.
ANG/Inforpress/Lusa
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