Caducidade
da CNE/Cipriano Cassamá diz
ser impossível convocar plenário da ANP
para debater o assunto
Bissau, 10 Jan 23 (ANG) - O Presidente de Assembleia Nacional Popular
(ANP) declarou, segunda-feira, que nos
termos do artigo 95º da Constituição da República e com a dissolução da ANP não
se pode convocar uma sessão do plenário para debater a situação de caducidade
da atual direcção da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
A declaração de Cipriano
Cassamá vem expressa num comunicado à Imprensa, produzido pelo seu Gabinete de
Assessoria de Imprensa em resposta a
acusação contra si feita, recentemente,
por um grupo de deputados do PAIGC.
O grupo, na voz do deputado
Hélder Barros, acusou Cipriano Cassamá de não ter permitido que a Comissão Permanente deliberasse sobre a
caducidade do mandato dos atuais membros da CNE.
“O Presidente da ANP foi acusado falsamente e
sem enquadramento legal, na conferência de imprensa realizada pelos deputados
do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) membros da
Comissão Permanente da ANP”, refere o comunicado.
Adiantou que, os membros da Comissão Permanente agiram com ambiguidade
nas suas declarações, o que terá impedido que a Comissão Permanente da ANP tomasse uma decisão via deliberação, sobre a
situação de caducidade e da vacatura prevalecente no Secretariado Executivo da
CNE.
Segundo o comunicado, os
deputados do PAIGC disseram ainda que, o Presidente da ANP suspendeu a sessão
da última Comissão Permanente e que terá rejeitado, continuamente, o
requerimento de convocatória do mesmo órgão apresentado pelos grupos
parlamentares do PAIGC e do Partido da Renovação Social (PRS).
O requerimento, segundo o
PAIGC e PRS, visava a conclusão da reunião da Comissão Permanente com vista a
permitir esse órgão assumir a sua posição por deliberação, face ao impasse
resultante das consultas efetuadas aos partidos políticos com assento parlamentar
sobre a situação de caducidade do órgão executivo da CNE.
Cipriano Cassamá, refere o
comunicado, considera as acusações
contra si, de “ato político de pressão
desses deputados”, para lhe obrigar a
convocar a Comissão Permanente sobre a situação de caducidade do Secretariado
Executivo da CNE e promover a
convocatória do mesmo numa altura em que a ANP se encontra dissolvida.
De acordo com o mesmo
documento, o Gabinete de Assessoria de
Imprensa do Presidente da ANP alega que
a posição do Presidente sobre a matéria de caducidade dos órgãos Executivos da
CNE se enquadra nas suas competências constitucionais e regimentais.
“É bom não perder de vista
que o Presidente da ANP foi mandatado para proceder a auscultação dos partidos
políticos com assento parlamentar para encontrar consenso sobre a situação de
caducidade e vacatura dos membros de Secretariado Executivo da CNE, como é de
conhecimento público, essas diligências redondaram na falta de consenso dos
partidos políticos sobre a situação de caducidade daquele órgão eleitoral do país”,
lê-se no comunicado.
A reação dos deputados do
PAIGC surge numa altura em que o Presidente da República já havia declarado como
encerrado o assunto, permitindo a manutenção do funcionamento da CNE com os atuais
membros do seu secretariado executivo.
Sem presidente eleito que
agora preside o Supremo Tribunal de Justiça, a CNE é dirigida por um dos secretários-executivo adjuntos, que assume
funções sem ser eleito. ANP/AALS/ÂC//SG
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