Cooperação/Presidentes
dos EUA e China reúnem-se procurando acordos e assumindo divergências
Bissau, 15 Nov (ANG) – O
Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, reúnem-se
hoje em São Francisco com uma agenda de preocupações comuns, mas assumindo
divergências.
Na preparação do encontro,
que decorre à margem da cimeira da organização para a Cooperação Económica
Ásia-Pacífico, que decorre em São Francisco (EUA), os gabinetes de Biden e de
Xi prometem que não haverá temas tabu para a discussão, mesmo os mais difíceis,
e que ambos chegam à mesa de negociações com o espírito de estreitar projetos
de cooperação.
Biden deverá defender a
expansão dos controlos de exportação de ‘chips’ semicondutores pelos EUA, mas,
ao mesmo tempo, assegurará a Xi que não está a tentar travar uma guerra
económica com Pequim.
Xi aceitará abordar as
sanções norte-americanas contra as empresas chinesas que limitam o acesso aos
‘chips’ semicondutores, admitindo que estes componentes são essenciais para os
planos da China de desenvolver empresas capazes de competir nas indústrias de
futuro, incluindo veículos elétricos, sistemas de inteligência artificial ou
robótica.
A cimeira Biden-Xi ocorre
após várias reuniões nos últimos meses entre altos funcionários dos dois
países. Este é o primeiro encontro entre os chefes de Estado desde novembro de
2022, em Bali.
O líder chinês deve também
discutir com o homólogo norte-americano a estratégia de Washington de reduzir
os vínculos comerciais entre os dois países, sabendo-se que Biden manteve as
taxas alfandegárias punitivas impostas pelo seu antecessor, o republicano
Donald Trump, sobre bens importados do país asiático.
Do lado dos EUA, têm-se
repetido mensagens de que as divergências devem ser assumidas, mas controladas,
para salvaguardar os interesses de ambos os países.
No campo dos temas em que se
espera um entendimento, Biden deve insistir no apelo à cooperação no combate às
alterações climáticas e ao tráfico de fentanil (a China é uma grande fonte da
droga utilizada na produção de opiáceos que se tornou um flagelo nos Estados
Unidos).
A questão do fentanil
representa uma possível área onde os dois lados “podem trabalhar imediatamente
para aumentar a confiança e a cooperação mútuas”, admitiu recentemente Zichen
Wang, investigador do Centro para a China e Globalização, com sede em Pequim.
Especialistas em
desinformação têm avisado a Casa Branca de que Pequim pode ter como objetivo atingir
os EUA, semeando a discórdia que pode influenciar os resultados eleitorais a
nível local, especialmente em distritos com grande número de eleitores
sino-americanos.
Os EUA são frequentemente
acusados por Pequim de “demonizar” o regime chinês, em questões de direitos
humanos, uma fonte antiga de tensões entre os dois países.ANG/Inforpress/Lusa
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