Fronteiras/Guiné-Bissau e Senegal vão rever marcos da fronteira terrestre
Bissau, 22 Nov 23 (ANG) - A
Guiné-Bissau e o Senegal deram início esta terça-feira, 17 de Novembro, em
Dacar, no Senegal, a conversações para a criação de uma comissão mista que vai
rever os marcos da fronteira terrestre e delimitar a fronteira marítima entre
os dois países.
O ministro guineense da Administração
Territorial, José António Almeida, chefia a delegação de Bissau, que ontem viu
o parlamento aprovar os trabalhos sobre as fronteiras com o Senegal.
O Parlamento guineense deu a sua anuência
para a criação da comissão que está reunida em Dacar, no Senegal.
A comissão mista vai discutir os marcos da
fronteira terrestre e confirmar se as placas das fronteiras terrestres,
instaladas por Portugal e França, ainda estão nos mesmos lugares.
Há relatos de que em várias localidades da
parte guineense foram construídas casas nos marcos da fronteira. O colonialismo
tinha deixado mais de 100 placas a assinalar a fronteira terrestre entre a
Guiné-Bissau e o Senegal e cerca de 90 placas entre a Guiné-Bissau e a
Guiné-Conacri. Algumas dessas placas foram arrancadas, relatam populares.
A comissão mista entre a Guiné-Bissau e o
Senegal vai, ainda, analisar os marcos da fronteira marítima que nunca
existiram, de acordo com fontes do governo guineense.
A criação da comissão entre a Guiné-Bissau
e o Senegal, ao exemplo da já existente com a Guiné-Conacri, faz parte de uma
recomendação da União Africana, que pediu a todos os países fronteiriços para
que analisem os marcos deixados pelo colonialismo.
A União Africana quer evitar que a questão
das fronteiras possa ser foco de conflito entre países.
Disputas fronteiriças motivaram altercações
armadas entre a Guiné-Bissau e o Senegal em 1992, por causa da localidade
guineense de Sucudjake. ANG/RFI
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