Balanço 100 dias de
governação/Primeiro-ministro anuncia intenção de
criação de Banco de Crédito para combater a pobreza
Bissau, 24 Nov 23
(ANG) – O Primeiro-ministro, Geraldo João Martins anunciou a intenção do Governo
de criar um Banco de Crédito para apoiar
as mulheres por forma a desenvolveram
actividades geradores de rendimento, contribuindo assim para o combate a
pobreza no país.
O chefe do Governo
guineense fez esta revelação em entrevista aos jornalistas de órgãos públicos de
informação, no quadro do balanço de 100 dias de governação.
Disse que é hábito, em
toda a parte do mundo, o Governo celebrar 100 dias de governação, por ser um
período, que muitos chamam de “período de graça”, em que o Executivo prepara os seus principais
instrumentos de governação, com destaque para o Orçamento Geral de Estado (OGE)
e o Programa do Governo, para quatro anos.
Afirmou que o Banco
de Crédito pode sim ajudar no combate a pobreza, porque a pessoa que vai receber
crédito à partir deste Banco não precisa de apresentar garantias, como nos bancos
comerciais para ter acesso ao crédito, mas
apenas dois testemunhos e com taxa de juro de zero por cento sobre o
valor emprestado.
Geraldo Martins disse
que está possibilidade consta no Programa do Governo, aprovado recentemente na
Assembleia Nacional Popular, por ser um dos caminhos para combater a probreza,
enquando se espera para asegurar o crescimento económico do país.
Perguntado se o setor da educação constitui, de facto,
maior desafio do Governo, o primeiro-ministro não confirmou nem recusou, limitando-se a dizer que o setor
apresenta vários desafios.
“Basta ver os
indicadores para perceber que o país não cumpre o objectivo de escolarização primaria
universal Todos concordam comigo de que é dever do Estado garantir educação básica
à população, pois hoje em dia muitos alunos não conseguem concluir o 9º ano de
escolaridade”, disse.
Geraldo Martins disse
que, quando se fala da escolaridade universal, não tem a ver com percentagem
das alunos inscritos no sistema, mas sim com os que não concluiram o 9º ano de escolaridade.
Afirmou que, o sector
da Educação se depara com dois problemas,
e que o primeiro se relaciona com oferta ,o segundo com a procura.
O lado da oferta,
conforme o primeiro-ministro, tem a ver com cíclos incompletos ou seja um
estabelecimento do ensino na região
recebe alunos até quarta classe e esta descontinuidade tem que ser resolvido,com
criação de ciclos completos para permitir que os alunos possam estudar numa
determinada escola desde primeira classe até o 9º ano.
Acrescenta que, o lado da procura tem a ver com as
raparigas que são forçadas à se casar antes de concluirem o 9º ano e outros
para ajudar os pais nas tarefas de produção.
Um outro desafio,
apontado pelo primeiro-ministro tem a ver com a falta de instituições de formação
técnico profissional nas regiões, e diz que é necessário alargar os centros de formação profissional.
Para o efeito, disse
que, ao longo dos quatro anos de mandato
está prevista a construção de um Centro de Formação Profissional, em cada
região.
Instado a falar sobre
a liberdade imprensa no país, Geraldo Martins disse que a sociedade guineense
tem um pato social político ou seja, a Constituição e demais leis, dão direito à
todo cidadão a liberdade de exprimir desde que não ponha em causa direitos do
seu concidadão.
“A minha percepção é
que devemos criar condições para que haja liberdade de expressão, de
manifestação e de protesto”, afirmou, garantindo que o Governo, em nenhum
momento, vai reprimir ou impedir qualquer que seja manifestação com base no
respeito das normas em vigor no país, por estar contra a repreensão.
Interrogado sobre
processos de junta médica no país, o Chefe do Governo qualificou de triste a
questão, e diz que soube de vários casos
de doentes com patológios que precisam de cuidados especializados, mas que
acabam por ficar e também de outras pessoas, que as vezes não necessitam de
evacuação mas que acabam por ser evacuadas.
Por isso, prometeu
criar condições para resolver estas questões, com a construção de um Centro
hospital Especializado, para permitir que algumas doenças sejam tratadas no
país.
Disse que vários
médicos que trabalham em Portugal e noutros países estão dispostos a virem
ajudar o país. ANG/LPG/ÂC//SG
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