Angola/Bienal pede diálogo intergeracional contínuo
Bissau, 24 Nov 23 (ANG) – A III edição da Bienal de
Luanda recomendou, quinta-feira, a promoção regular de diálogo
intergeracionais para garantir uma comunicação contínua entre líderes políticos
e jovens.
De acordo com o
comunicado final, o Fórum organizado pelo governo de Angola, União Africana e
UNESCO, aconselhou a implementação de políticas que assegurem a participação
política de jovens em processos decisórios para garantir que as suas propostas
sejam ouvidas e integradas nos programas e estratégias.
Pediu a revisão dos sistemas educacionais priorizando a formação de cidadãos
críticos e ativos, capacitando os jovens e empreendedores para melhor
compreenderem os processos políticos e a desempenhar papéis mais significativos
na sociedade.
Sugeriu a formulação de políticas que promovam a igualdade do género,
massificação e a criação de centros de investigação científica e programas de
resiliências para lidar com as alterações climáticas.
Recomendou também a expansão da cultura de paz mediante o acesso e uso
eficiente das tecnologias digitais e criação de uma rede africana de
mulheres para a prevenção de conflitos, negociação de paz e reconciliação
nacional.
A Bienal mostrou-se também a favor da integração de mulheres em matéria de
resolução de conflitos, observando a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos
Povos e da ONU, assim como o aumento do número destas nas acções de
prevenção e resolução de conflitos.
O desenvolvimento de políticas e programas que incentivam iniciativas
inovadoras lideradas por jovens, mediante investimento em pesquisa,
financiamento e apoio para transformar ideias ousadas em soluções práticas, foi
igualmente exigido.
O Fórum, que contou com 790 participantes idos de vários países
africanos, defendeu o estabelecimento de parcerias entre líderes políticos e
jovens, em projetos sustentáveis sociais e económicos que beneficiem a
sociedade como um todo.
Pediu ainda a implementação de políticas que promovam a autonomia económica das
mulheres, proporcionando oportunidades de emprego, acesso a recursos
financeiros e a sua capacitação em habilidades relevantes.
Reforçou a necessidade contínua de financiamento de projetos e iniciativas que
promovem a participação ativas das mulheres em todas as esferas da sociedade,
garantindo assim uma paz duradoura, segurança e desenvolvimento sustentável
para todos.
Reconheceu a importância estratégica em prol do desenvolvimento do mercado de
carbono em África, no sentido de promover o crescimento da produção do crédito,
tal como referido na declaração de Nairobi, Quénia, sobre as alterações
climáticas.
Pede a observação da declaração de princípio de ética em relação às alterações
climáticas adoptadas pela UNESCO, como verdadeiro guia para os países
africanos.
Recomendou a capacitação dos países sobre os mecanismos de acesso ao mercado de
carbono de forma a beneficiarem melhor da iniciativa.
A Bienal reitera os princípios de contribuir para silenciar as armas no
continente e reforça o compromisso de promover a cultura da paz, reconciliação
e harmonia entre os povos como fatores determinantes para o seu desenvolvimento
e dos seus povos.
O Fórum decorreu sobre o lema " Educação, cultura de paz e cidadania
africana como ferramentas para o desenvolvimento do continente”.
Aberto pelo Presidente da República, a III edição da Bienal de Luanda contou
como a participação dos homólogos da Etiópia, Sahle-Work Zewde, Cabo Verde,
José Maria Neves, e São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, bem como de
antigos chefes de Estados da África do Sul, do Malawi e da Nigéria.
Estiveram ainda governantes nacionais e estrangeiros, membros do poder legislativo
e judicial, partidos políticos e do corpo diplomático, da sociedade civil,
académicos e das autoridades eclesiásticas tradicionais e jovens de várias
nações.
A ministra de Estado para o sector Social, Dalva Ringote, declarou que a
realização do fórum vem mostrar que o país advoga as iniciativas de diálogo e
que promovam a paz.
Sublinhou que do fórum foram retiradas lições positivas como a necessidade do
diálogo permanente com a juventude e a mulher, que, por sua vez, devem ser
incluídas nos processos de tomada de decisão e na formulação de políticas
públicas.
Pediu maior atenção à mulher nas decisões de paz, resolução de conflitos e a
sua prevenção.
Diz ser necessário que estejam à altura de ombrear com os homens e ser
valorizadas pela sua capacidade intelectual para poderem contribuir para a
estabilidade de um continente que todos orgulhe.
Olhando internamente, a ministra de Estado afirmou que Angola vem
caminhando rumo ao progresso e bem estar das suas populações tendo em conta as
realizações nos domínios da educação, saúde e do desenvolvimento do capital
humano.
A Bienal de Luanda 2023 teve como objetivos, entre outros, aprofundar e a
partilha de visões sobre a cultura de paz, segurança, cidadania africana,
democracia, edificação de sociedades mais pacíficas, transformando atitudes e
abordagens nos domínios político, económico e social para os
fortalecimento dos pilares do crescimentos integral do continente.
Visou ainda uma maior articulação com a União Africana na realização de atividades
inerentes à paz e à estabilidade, no quadro da agenda do Presidente da
República, João Lourenço, enquanto campeão da união para a paz e a
reconciliação no continente. ANG/Angop
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