Libéria/Dez mortos após
atropelamento de apoiantes do presidente eleito
Bissau, 21
Nov 23 (ANG) - Pelo menos dez pessoas morreram após um automóvel ter avançado
segunda-feira à noite contra uma multidão de apoiantes de Joseph Boakai, disse
o partido do veterano político, declarado vencedor das eleições presidenciais
na Libéria horas antes, anunciou a AFP.
Dez pessoas morreram,
disse o porta-voz do Partido da Unidade, Mohammed Ali, à agência de notícias
France-Presse (AFP), acrescentando que tinha poucas dúvidas de que tinha sido
um acto deliberado do motorista que fugiu.
"Achamos difícil
acreditar que o carro teve um problema mecânico ou que o travão falhou, pois
disseram-nos que estava estacionado perto, acendeu os faróis e acelerou em
direção" à multidão, lamentou Mohammed Ali.
O porta-voz disse que o
ataque aconteceu depois das 21:00 (22:00 em Angola) quando apoiantes de Boakai
comemoravam a vitória em frente aos escritórios do Partido da Unidade, no
centro da capital, Monróvia.
Um oficial da polícia da
Libéria, Melvin Sacko, disse que o veículo se incendiou após atingir a multidão
e indicou que pelo menos 16 pessoas, 12 homens e quatro mulheres, foram transportadas
para o mesmo hospital.
A polícia está a tentar
localizar outras vítimas em outros hospitais, disse Sacko à AFP por telefone.
Questionado sobre a
causa do incidente, o oficial respondeu que "a investigação ainda está em
curso". "Não sabemos onde está o motorista", admitiu.
Vídeos publicados nas
redes sociais mostram muitas pessoas ensanguentadas caídas no chão, algumas a
receber assistência, outras com dificuldades em andar.
Joseph Boakai foi na
segunda-feira declarado vencedor das eleições presidenciais contra o atual
presidente George Weah, pela Comissão Eleitoral Nacional, depois de terem sido
contados os boletins de todas as assembleias de voto.
Boakai, de 78 anos,
venceu com 50,64% dos votos, contra 49,36% de Weah, declarou à imprensa a
presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CNE), Davidetta Browne Lansanah.
O veterano ficou à
frente de Weah por apenas 20.567 votos, num universo de pouco mais de 1,6
milhões de eleitores.
George Weah, uma antiga
estrela do futebol eleita em 2017, reconheceu a vitória do adversário, num
discurso difundido na emissora pública na sexta-feira à noite.
Os observadores da União
Europeia e da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tinham
felicitado a Libéria pelo desenrolar "largamente pacífico" da segunda
volta das presidenciais.
No entanto, a CEDEAO
indicou ter registado incidentes isolados nas províncias de Lofa, Nimba, Bong e
Montserrado que resultaram em "ferimentos e hospitalizações".
Este foi o primeiro ato
eleitoral realizado sem a presença da missão da ONU (2003-2018), criada para
garantir a paz após as guerras civis que causaram mais de 250 mil mortos entre
1989 e 2003.
Os confrontos durante a
campanha causaram várias mortes antes da primeira volta e fizeram temer uma
vaga de violência pós-eleitoral. ANG/Angop
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