Cabo Verde/Jornalistas pedem
afastamento do administrador da Rádio Televisão
Bissau, 20 Nov 23 (ANG) - O
administrador da Rádio Televisão Cabo-verdiana sugeriu que se metessem num saco
todos os jornalistas que não prestam, desta que é a maior empresa pública de
comunicação, e que fossem deitados fora. A classe repudia e pede afastamento do
gestor.
Durante uma audição parlamentar, a 15 de Novembro, o administrador
Carlos Reis disse que a Rádio Televisão
Cabo-Verdiana é uma empresa “gorda e preguiçosa” e apontou a bateria aos
profissionais da maior empresa pública de comunicação social do país. Para o
alegado problema de excedente de pessoal, Carlos Reis apresentou uma fórmula.
A RTC era para deitar no chão e colocar um saco com todos
ali. Dizer 'você serve então fica' e quem não serve é o estado entrar para
indemnizar e o pessoal ir para a casa. RTC é uma empresa gorda e preguiçosa,
pelo número de profissionais que não consegue dar resposta e isso é
visível internamente como externamente.
Estas são as declarações do o administrador da Radiotelevisão
Cabo-Verdiana, que ao fim de três anos de
mandato à frente empresa procura a sua
recondução como administrador.
Os trabalhadores da RTC já entregaram ao
Parlamento um documento de repúdio às declarações
do Administrador Carlos Reis, pedindo o seu afastamento da empresa.
Na nota, os trabalhadores da Rádio Televisão Cabo-verdiana dizem
estar “revoltados,
indignados, chocados e tristes pelas declarações desrespeitosas do
administrador da empresa” que “em
quase duas horas de audição, falou praticamente mal de todos os colaboradores
da empresa, abstraindo-se da sua responsabilidade de gestor”.
O mesmo documento coletivo da RTC indica:
“Maldosamente e de forma pouco ética, [o administrador] acusa
os trabalhadores da RTC de terem deitado abaixo o projeto de avaliação de
desempenho, numa clara tentativa de passar a ideia de que a empresa não
conseguiu implementar esse sistema de avaliação por culpa dos trabalhadores que
o rejeitaram, porque não gostam e não querem ser avaliados. O que não disse foi
que o documento estava ferido de ilegalidades, após consulta junto dos
sindicatos que representam os trabalhadores da empresa. Os trabalhadores
sugeriram a criação de um modelo mais adequado de avaliação de desempenho a uma
empresa de comunicação social”.
A nota de repúdio dos trabalhadores da RTC foi enviada ao
Conselho Independente da RTC; à Comissão Especializada de Assuntos
Constitucionais, Direitos Humanos, Segurança e Reforma do Estado do Parlamento;
ao Secretário de Estado-Adjunto do Primeiro-Ministro, que tutela a comunicação
social, ao Presidente da Assembleia Nacional, ao Presidente da República, à Autoridade
Reguladora para Comunicação Social e aos sindicatos AJOC e SITTHUR.ANG/RFI
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