quinta-feira, 16 de novembro de 2023


                             
Médio Oriente/Conflito Israel-Hamas

Bissau, 16 Nov 23 (ANG) - O exército israelita reivindicou hoje ter o "controlo operacional" do porto de Gaza, uma infraestrutura fundamental no norte do território palestiniano que Israel alega ter sido usada pelo grupo islamita Hamas para planear ataques terroristas.

Uma operação conjunta de forças blindadas e navais permitiu nos últimos dias "assumir o controlo operacional do porto de Gaza, que era controlado pela organização terrorista Hamas", afirmou o exército israelita em comunicado hoje divulgado.

O movimento islamita usava a infra-estrutura "como centro de treino das suas forças de comando naval para planearem e executarem ataques terroristas navais", acrescentou.

Israel está em guerra contra o Hamas desde que este grupo lançou um ataque sem precedentes no território israelita, em 07 de Outubro.

O ataque provocou, segundo Israel, mais de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que o Hamas mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel tem bombardeado Gaza e bloqueou a entrada de bens essenciais como combustível, água e medicamentos.

Segundo o Hamas, o conflito provocou na Faixa de Gaza pelo menos 11.500 mortos, na sua maioria civis, e entre os quais se encontram cerca de 4.700 crianças.

Depois de ter garantido que cercou o norte do território, o exército israelita afirma estar a travar combates no coração da cidade de Gaza e anunciou, nos últimos dias, ter assumido o controlo de várias instituições do movimento islamita: o parlamento, edifícios governamentais e a polícia militar.

O Hamas minimizou este anúncio, referindo que os edifícios tomados "estavam vazios".

Os militares israelitas também têm intervindo em hospitais de Gaza, acusados por Israel de serem usados pelo Hamas para esconder armas e centros de comando.

O exército israelita continua hoje a sua incursão no principal hospital da Faixa de Gaza, al-Shifa, onde se encontram milhares de civis palestinianos, o que está a causar sérias preocupações e críticas a nível internacional.

A morte de mais dois soldados nos combates na Faixa de Gaza, elevando para 50 o número total de soldados mortos no território palestiniano desde o início da guerra contra o Hamas, foi hoje anunciado pelo exército israelita.

Em 07 de Outubro, o Hamas levou a cabo um ataque contra o território de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, em represália, Israel tem bombardeado Gaza sem tréguas, matando 11.500 palestinianos, segundo o governo do Hamas.

Em 27 de Outubro, os tanques israelitas entraram em Gaza no âmbito de uma operação terrestre destinada a "aniquilar" o Hamas que controla o enclave.

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, afirmou hoje que a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) "deve ser tratada da mesma forma" que o movimento islamita Hamas.

Numa mensagem publicada na conta pessoal na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, Ben Gvir sustentou a afirmação depois de um ataque terrorista ainda por reivindicar, ao início do dia, a um posto de controlo a sul de Jerusalém, que feriu sete pessoas.

"O ataque em Gush Etzion prova mais uma vez que o conceito falha não só em Gaza, mas também na Judeia e Samaria [o nome bíblico para a Cisjordânia usado pelas autoridades israelitas para se referirem ao território]", disse Ben Gvir.

"Temos de confrontar o Hamas e a Autoridade Nacional Palestiniana, que tem uma visão semelhante à do Hamas e cujos dirigentes simpatizam com o massacre perpetrado pelo Hamas [nos ataques de 07 de outubro], da mesma forma que o fazemos em Gaza", afirmou.

Ben Gvir disse que confiar no Presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que descreveu como "um negacionista do Holocausto", é um ato de "ilegalidade". 

"A contenção vai rebentar-nos na cara, tal como aconteceu em Gaza. É altura de agir", afirmou.

Ben Gvir é um dos elementos mais extremistas do governo israelita, chefiado por Benjamin Netanyahu e constituído por partidos de extrema-direita e ultraortodoxos.

Desde que foi nomeado ministro, Ben Gvir fez uma série de declarações que suscitaram críticas, incluindo a sua defesa de que a mobilidade dos colonos na Cisjordânia, região controlada pela ANP, associada à organização Fatah, deve prevalecer sobre a dos palestinianos.

Além disso, descreveu os colonos responsáveis por ataques a aldeias palestinianas na Cisjordânia como "crianças doces" e fez visitas à Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos judeus como Monte do Templo, ações fortemente criticadas pelas autoridades palestinianas e pelos países muçulmanos da região.

O ataque de hoje perpetrado por três indivíduos armados, todos eles "neutralizados" pelas forças de segurança, e deixou sete feridos, um dos quais em estado crítico. 

Até ao momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do tiroteio, que ocorreu quando o veículo foi interceptado num posto de controlo.

Por seu lado, o chefe da polícia israelita, Kobi Shabtai, citado pelo diário 'Haaretz', afirmou que os atacantes "tinham o objetivo de perpetrar um massacre".

"Não sei qual era o objetivo do ataque, mas a quantidade de munições e o que transportavam indicam que tencionavam ficar durante muito tempo", afirmou.

O incidente ocorreu no meio de um escalar da violência que se intensificou este ano após os ataques do Hamas em território israelita, a 07 de Outubro, que causaram cerca de 1.200 mortos, tendo o movimento islamita feiro mais de 240 reféns.

As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelos islamitas, informaram que mais de 11.200 pessoas foram mortas na ofensiva israelita contra o enclave, enquanto mais de 180 palestinianos foram mortos na Cisjordânia e em Jerusalém pelas forças de segurança israelitas e em ataques de colonos. ANG/Angop

 

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