Arábia Saudita/Organização islâmica condena "crime hediondo" contra imprensa
Bissau, 12 Ago 25 (ANG) - A Organização de Cooperação Islâmica (OCI) condenou hoje a morte de seis jornalistas palestinianos na Faixa de Gaza num ataque seletivo imprensa.do exército israeliat, que descreveu como um ataque direto à liberdade de imprensa.
"Este crime hediondo faz parte de uma série
de violações sistemáticas cometidas por Israel, a potência ocupante, contra os
meios de comunicação social e o seu pessoal no Território Palestiniano
Ocupado", afirmou a OIC num comunicado.
Os jornalistas Anas Al-Sharif, Mohammed Qreiqeh, Ibrahim Zaher,
Mohammed Noufal, Moamen Aliwa e Mohammad Al-Khaldi foram mortos no domingo,
quando se encontravam na tenda que ocupavam junto ao hospital Al Shifa, na
cidade de Gaza.
Ao contrário do que é habitual em incidentes que envolvem
jornalistas, o exército israelita assumiu de imediato a responsabilidade pelo
ataque e acusou Anas al-Sharif de liderar uma "célula terrorista" do
grupo extremista palestiniano Hamas.
Sem apresentar qualquer prova, acusou o correspondente da
televisão do Qatar Al Jazeera de ser "responsável por contínuos ataques
com foguetes" contra os militares israelitas.
"Este incidente constitui um ataque direto à liberdade de
imprensa, representando uma clara violação dos quadros jurídicos internacionais
que salvaguardam a integridade jornalística e as operações dos meios de
comunicação social", considerou a OIC.
A organização com sede em Jidá, na Arábia Saudita, denunciou a
morte de centenas de jornalistas na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva de
Israel, em 07 de outubro de 2023, como parte da tentativa de "obscurecer a
verdade".
Os ataques israelitas contra profissionais da comunicação social
palestinianos visam também "encobrir os crimes diários [de Israel] e
impedir que cheguem à opinião pública mundial", denunciou.
De acordo com o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ),
com sede em Nova Iorque, foram mortos em Gaza pelo menos 186 jornalistas
alegadamente por fogo israelita desde o início da ofensiva, 180 dos quais
palestinianos.
A Organização de Cooperação Islâmica, que reúne 57 países,
exigiu "uma investigação exaustiva e medidas de responsabilização"
dos autores dos assassinatos dos jornalistas.
Apelou também aos organismos internacionais para que tomem
"medidas rápidas para pôr termo à perseguição intencional e sistemática de
jornalistas e profissionais da comunicação social nos Territórios Palestinianos
Ocupados".
Defendeu ainda a importância de alargar as medidas de proteção
aos profissionais da informação "em conformidade com o direito humanitário
internacional e os tratados internacionais aplicáveis".
Israel proibiu a entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de
Gaza desde o início da guerra contra o Hamas.
A ofensiva israelita seguiu-se ao ataque sem precedentes do
Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200
mortos e mais de duas centenas de reféns.
O Hamas e outros grupos radicais ainda mantêm em seu poder 50
reféns, dos quais 20 vivos e 30 mortos, que Israel exige que lhe sejam
entregues.
A resposta militar israelita ao ataque provocou mais de 61.000
mortos em Gaza, bem como uma grave crise humanitária, com denúncias de mortes
de crianças à fome, e a destruição de grande parte das infraestruturas do
enclave.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas como
uma organização terrorista.ANG/Lusa
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