segunda-feira, 27 de maio de 2019

Importação de combustível


          Governo empenho em melhorar as condições do Porto de Bissau

Bissau,27 mai 19 (ANG) – O Governo da Guiné-Bissau está empenhado em melhorar as condições do Porto de Bissau para que os navios possam  possam descarregar combustíveis no país quanto mais rápido possível.

As garantias foram dadas na sexta-feira pelo representante do ministro da Energia, Indústria e Recursos Naturais, Augusto Mendes Pereira na cerimónia de encerramento do ateliê de divulgação do Projecto regional para melhoria e segurança dos hidrocarbonetos no espaço comunitário do (UEMOA).

Augusto Mendes disse que a descarga de combustíveis nos Portos de outros países encarece  o produto, que é essencial para o desenvolvimento do país, por isso, segundo disse, tudo está a ser feito para colmatar as dificuldade que o sector enfrenta no momento.

Reconheceu, contudo, as carências com que o país se depara em termos orçamentais, mas disse que não  impede que os esforços sejam feitos, admitindo a possibilidade de recorrer aos parceiros no sentido de apoiar a superar as limitações  do Estado guineense.

O Represente da União Económica e Monetária Oeste Africana(UEMOA) George Sehouwe enalteceu o projecto na medida em que pode melhorar e assegurar o sector de hidrocarbonetos.

 “Não se pode falar desse sector sem ver as condições em que os produtos vão ser comercializados, relativamente as normas. Por isso que se reuniu com os actores nacionais durante dois dias para analisar, de forma exaustiva, o documento e produzir algumas recomendações”, referiu.

O Ateliê, segundo Gerge Sehouwe, serviu para os participantes darem as suas contribuições para a divulgação do Projecto de melhoramento de aprovisionamento e segurança dos hidrocarbonetos e saber da posição da Guiné-Bissau em relação a esta matéria.

Disse que as recomendações são importantes para o sector, sobretudo os que se relacionam aos efeitos do uso ou da comercialização dos produtos hidrocarbonetos.

“No país as normas não são respeitadas, por isso é preciso fixar regras que garantem a qualidade da vida da população”, afirmou Gerge Sehouwe.

Uma outra recomendação que o representante da UEMOA no país considera de importante tem a ver com as normas de instalação de estações de distribuições dos combustíveis.

Gerge Sehouwe afirmou que o nível do desenvolvimento de um país depende da reserva dos hidrocarbonetos que dispõe que considera ser o “sangue da economia”.   ANG/LPG/ÂC//SG

São Tomé e Príncipe


                            Agostinho Fernandes é o novo presidente do ADI
Bissau, 27 mai 19 (ANG) - Agostinho Fernandes foi eleito, no sábado, presidente do maior partido da oposição são-tomense por aclamação no congresso  da Acção Democrática Independente (ADI), na presença de várias figuras de peso e perante apertadas medidas de segurança.
O novo líder do ADI definiu como prioridade a união do partido: “vamos olhar para dentro de casa”. Fernandes era candidato único à liderança da força política.
Todavia a eleição de Agostinho Fernandes e a realização do congresso não é consensual dentro do partido. Na sexta-feira, a comissão de gestão do maior partido da oposição em São Tomé e Príncipe, próxima de Patrice Trovoada, decidiu adiar sine die o congresso mas  a comissão eleitoral do ADI garantiu a realização do mesmo.
Em Novembro, Patrice Trovoada, ex-primeiro-ministro, decidiu suspender as suas funções como presidente do ADI, todavia é acusado de estar na base dos sucessivos adimentos do congresso do partido.
Sobre a possibilidade de a ala afecta a Patrice Trovoada impugnar a sua eleição, Agostinho Fernandes pediu uma solução interna “ao invés de recorrermos aos tribunais”.Mas as palavras de Agostinho Fernandes não parecem suficientes para cessar a fractura do partido.
A  ala fiel a Trovoada, em comunicado anunciou a expulsão de 14 membros dirigentes da sua estrutura partidária. Entre eles, o nome de algumas figuras de topo do ADI: Agostinho Fernandes, Levy Nazaré, Arlindo Ramos, Iza Amado Vaz, Pedro Carvalho, Ekeneide dos Santos e Olinto Daio.ANG/RFI

Forças Armadas


“A potência de uma nação não se resume na quantidade da população mas também na qualidade dos seus homens”, diz o CEME  

Bissau, 27 mai 19 (ANG) – O Chefe de Estado-maior do Exército (CEME), disse que a potência de uma nação não se resume apenas na quantidade da população, mas também na qualidade dos seus homens.

O Major-General Lassana Mansali destacava assim a importância da formação de que os militares guineenses beneficiaram no âmbito do 2º curso de Observadores militares para operações de manutenção de paz das Nações Unidas, decorrida durante duas semanas em Bissau.

Disse que as  Forças Armadas guineenses estão a crescer positivamente a cada dia  nas suas  missões de sentinelas do povo em defesa da tranquilidade e paz.

Insali defendeu a formação local por ser mais abrangente pelo que devem ser priorizadas em detrimento da formação no exterior.

O Curso foi patrocinado pelas Nações Unidas em colaboração com o Centro Koffi Anan de Gana.

Falando no acto o  Representante Adjunto do Secretário-geral das Nações Unidas, David Mclanchan- Karr disse que essa formação de militares  vai contribuir para o  fortalecimento das instituições na Guiné-Bissau e para consequentemente a estabilidade do país, para além de  capacitar as Forças Armadas guineenses para a sua participação em operações de paz no âmbito regional ou global por intermédio de envio de observadores militares, contribuindo para a projecção do país e profissionalização da classe castrense.

O diplomata considerou que a classe castrense deu um passo positivo porque dos trinta formandos vinte são mulheres, que para ele, revela e ratifica o compromisso com a paridade de género nas Forças Armadas evidenciando uma clara  consciência dos valores da liberdade, igualdade e democracia.   

A referida formação ainda contou com o apoio da embaixada de Alemanha, sedeada em Dacar, no Senegal.

Um representante dessa embaixada presente na cerimónia, Carsten Wille disse que o foco de colaboração entre o Governo alemão e o Centro Koffi Anan é centrado em cursos de treinamento, inclusive do pessoal militar e para-militar, baseado nas necessidades  de cada país membro da CEDEAO e da UA.

Wille chamou a atenção aos formandos sobre a necessidade dominarem a lingua francesa e inglesa, para estarem mais aptos para as missões  de manutenção da paz.

Em nome dos formandos, Angélica Iuqui agradeceu aos facilitadores do curso e todas as entidades parceiras que contribuíram para que  seja uma realidade, pedindo igualmente aos colegas a colocarem, na prática, todos os conhecimentos adquiridos.

O curso foi ministrado pelos oficiais do Centro Kofi Anan, é financiado pelo governo alemão num montante não revelado. ANG/DMG/ÂC//SG

Eleições Europeias


Partido Socialista vence em Portugal e partido da extreme-direita vence em França
Bissau, 27 mai 19 (ANG) -  O Partido Socialista, liderado pelo primeiro-ministro António Costa, venceu, em Portugal as eleições europeias com uma votação que se situa entre os 30% e 34% dos votos.
Em segundo lugar, ficou Partido Social Democrata, de Rui Rio, oposição, com o resultado entre os 20% e 24%.
Em terceiro lugar, terá ficado um Bloco de Esquerda com 8,5 a 11,5%, o que a confirmar se representa um reforço do partido no Parlamento Europeu.
Segue-se a coligação dos comunistas com os verdes, CDU, que de acordo com as projecções, consegue eleger um a dois deputados, com uma votação que se deverá situar entre os 5,3% a 8,3%.
Penalizado com uma pesada derrota está CDS-PP, partido de direita, liderado por Assunção Cristas, que deverá obter entre 4,7% a 7,3%.
A confirmarem-se as sondagens, a surpresa da noite em Portugal será o PAN, Partido dos Animais e Natureza, que conseguirá eleger entre um a dois eurodeputados, ao obter entre 4,3% a 7,3% da votação.
De acordo com o Parlamento Europeu a participação nas eleições europeias de 2019 foi a maior dos últimos 20 anos, ficando próxima dos 51%. Percentagem que fica muito longe da que deverá ser registada em Portugal, onde a abstenção estará perto dos 70%.
Em França, o partido da extrema-direita de Marine Le Pen venceu as eleições e a  força política no poder ficou em segunda posição.
O Rassemblement National, partido de extrema-direita, de Marine Le Pen foi o grande vencedor das eleições europeias com 24,2% dos votos.
O La République en Marche de Emmanuel Macron deverá chegar aos 22,4%.
A grande surpresa do sufrágio são os verdes do Europe Ecologie-Les Verts a ficarem em terceiro lugar com uma votação que se situa entre os 12 e 12,7%.
Em quarta posição Les Républicains do ex-presidente Nicolas Sakozy com 8%, uma queda acentuada de mais de dez pontos percentuais em relação a 2014, quando obtiveram 20,81%.
Em queda igualmente neste sufrágio está o partido de esquerda La France Insoumise, que dos 19,58% de 2014 passa para os 6 a 7% em 2019.
6,5% é também a estimativa das sondagens para o Partido Socialista francês.
As estimativas avançam igualmente com uma taxa de participação de mais de 50%, quebrando a tendência do ultimo quarto de seculo em eleições europeias em França. ANG/RFI

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Cidadania


 Organizações da Sociedade Civil exigem urgente nomeação do primeiro-ministro

Bissau, 24 Mai 19 (ANG) - As Organizações da Sociedade Civil exigem que o Presidente da República nomeie um primeiro-ministro urgentemente para que o país possa prosseguir a normalidade.

Augusto Mário da Silva
A exigência consta numa declaração pública do fórum de reflexão das organizações da Sociedade civil da Guiné-Bissau lida hoje em Bissau pelo Presidente de Liga Guineense de Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva,e que foi produzida após uma concertação entre diferentes organizações da sociedade civil(cerca de 40) que operam no país.

 Mário da Silva disse que o fórum exige igualmente ao Presidente da República a fixação da data de eleições presidenciais, a garantia de bem-estar social, e apela ao povo a manter atento e intransigente na defesa e preservação das conquistas democráticas.

“Reafirmamos a determinação das organizações da sociedade civil em continuar a seguir de perto o evoluir da situação politica na Guiné-Bissau e manifestamos a nossa preocupação com o agravamento das situações de corrupção que se verifica no país”, disse Augusto da Silva.

Por outro lado, o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos criticou que o Presidente da República não tem cumprido com as suas responsabilidades constitucionais no que concerne a retirada do país do ciclo de instabilidade.

“O crescente ambiente de tensão política que se vive na Guiné-Bissau constitui uma forte ameaça a manutenção de clima de paz, tranquilidade e coesão nacional”, refere Augusto Mário. 

Acrescentou que a democracia guineense deve ser renovada de modo a obter mais sentido e mais humanismo, tendo acrescentado que o papel de renovar a democracia não é simplesmente dos partidos políticos, mas também dos cidadãos comuns e das organizações a que pertencem.
ANG/AALS/ÂC//SG

Brexit

                      Theresa May anuncia sua renúncia para 7 de junho
Bissau, 24 mai 19 (ANG) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira (24) sua renúncia para 7 de junho, e, chorando, a premiê lamentou “não ter sido capaz de colocar o Brexit em prática”.
O anúncio foi feito em conferência de imprensa diante de sua residência, em Downing Street, em Londres.
 Com a voz embargada, May destacou que deixará suas funções de chefe do Partido Conservador e primeira-ministra no dia 7 de junho. 
Mais fragilizada do que nunca, devido à sua incapacidade de aprovar o acordo do Brexit, ela resolveu dar tempo para os conservadores encontrarem um nome de consenso para substituí-la. O processo de escolha do novo líder terá início na próxima semana.
"Acredito que era correto perseverar, inclusive quando as possibilidades de fracassar pareciam elevadas, mas agora me parece claro que no interesse do país é melhor que um novo primeiro-ministro lidere este esforço", afirmou.
Ainda como primeira-ministra, Theresa May receberá a visita oficial do presidente americano, Donald Trump, ao Reino Unido, que acontece de 3 a 5 de junho.ANG/RFI

RENAJ


             Cacheu acolhe  14ª edição da Escola Nacional de Voluntariado

Bissau, 24 Mai 19 (ANG) – A Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), anunciou quinta-feira em Bissau a realização da 14ª edição de Escola Nacional de Voluntariado (ENV) entre 10 e 25 de agosto do corrente ano na cidade de Cacheu, sob o lema: "Juventude e Governanção do país, jovens construindo soluções".

No acto solene do anúncio, o Presidente da RENAJ Seco Duarte Nhaga, disse que, atualmente a Escola Nacional de Voluntariado ultrapassa a dimensão de um simples lugar de encontro e lazer de jovens, segundo disse, já é  uma Universidade aberta, meramente académica de debates e construções de agendas para o desenvolvimento da Guiné-Bissau.

" Nós acreditamos que os atuais problemas que assolam o nosso pais, só podem ser solucionados com a determinação dos jovens", disse o Presidente da RENAJ
Quando se fala da educação, saúde, economia, politica e dos grandes temas que têm a ver com a nação, os jovem devem participar e dar a sua opinião para construir soluções.

Ainda no seu discurso, disse que recentemente a RENAJ tomou uma posição face a crise instalada no país tendo exigido a rápida nomeação do novo governo de acordo com os resultados das  eleições de 10 de março.

Segundo  ele, o atual governo de gestão não tem condições para entender os anseios dos cidadãos, exemplo disso são as  sucessivas greves na função pública por falta de pagamentos dos salários, a falta de luz e água, que considerou de bens básicos.

"Nós, os jovens, devemos parar de ser adeptos e fanáticos dos políticos, mas sim, devemos ser a classe que critica, fiscaliza e denuncia as más ações destes, para o bem da nação" , disse.

Por sua vez, o representante do Secretario geral de Juventude, Cultura e Desportos, Inquitcha Na Obna, disse que em nome do governo, a sua instituição apoiará a 14ª edição da Escola Nacional de Voluntariado, no intuito de solidarizar com os jovens nos seus eventos e iniciativas.

Também aconselhou aos jovens a não se distanciar da política, participando nela de forma de forma exemplar e construtiva para encontrar as soluções do desenvolvimento que tanto espera o povo guineense.

Segundo a  direção da RENAJ ,a 14ª Edição da Escola Nacional de Voluntariado contará com a presença das pessoas com deficiência fruto de uma parceria com a Humanité Inclusion, a organização que defende a inclusão das pessoas com a deficiência na sociedade.

A Escola Nacional de Voluntariado ENV, e um evento juvenil organizada pela RENAJ desde 2006, que reúne mais de 300 jovens vindo de todo território nacional e estrangeira, para formações em diversos domínios, com debates, workshps e animações culturais. ANG/CP//SG

UA


          A importância e os desafios de uma Zona de Comércio Livre Africano
         Por João Gomes Gonçalves/ Angop
Bissau, 24 mai 19 (ANG) - A menos que haja uma alteração de última hora, a União Africana procede, à 30 de Maio corrente, ao lançamento oficial da Zona de Comércio Livre (ZCL) africano, adoptado em Março de 2018, em Kigali, Ruanda.
Bandeira da União Africana
A ZCL é uma antevisão da UA que pode culminar com a criação, nos próximos 30 anos, de um Mercado Livre Africano, integrando todos os países membros.
Segundo o Wikipédia, uma Zona de Comércio Livre é constituída por países membros que eliminam entre si os direitos aduaneiros e as restrições quantitativas à importação, mas conservando cada um a sua própria política comercial em relação aos outros países.
TDe acordo ainda com o Wikipédia, uma zona de Comércio Livre distingue-se de uma União Aduaneira. Esta é uma outra forma de acordo comercial regional, no qual se define uma tarifa externa comum.
A ZCL é uma excepção à cláusula da Nação mais favorecida ( clausula NPF), presente nos acordos da Organização Mundial do Comércio.
As ZCL não são necessariamente criadas sob critérios geográficos, embora, geralmente, seja o caso.
Cita-se o exemplo da ZCL criada em 1985, entre os Estados Unidos e Israel.
A União Europeia (EU) não é uma Zona de Comércio Livre, mas uma União Económica. Todavia, ela assinou vários acordos de Comércio Livre com os países não europeus, como os acordos África Caraíbe e Pacífico (ACP), também conhecido como acordos de Cotonou, rubricados há quase 20 anos.
Hoje, existem cerca de 150 ZCL, metade das quais criadas desde 1990.
A União Africana e o lançamento de uma ZCL
Foi nesta perspectiva que, à 21 de Março de 2018, sob iniciativa do Presidente do Ruanda, Paul Kagame, 44 chefes de Estado membros da União Africana (UA) adoptaram, em Kigali, a criação de uma ZCL, embrião do futuro mercado único do continente.
O referido acordo é o culminar de dois anos de trabalho desenvolvido pelos representantes dos países membros da UA, desde 2015, sob a égide do Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou.
Vinte e dois dos 55 Parlamentos nacionais ratificaram-no, o suficiente para o seu lançamento oficial previsto para o dia 30 de Maio corrente, como revelou recentemente o presidente da Comissão da UA, o tchadiano Mussa Faki.
Por sucessivas etapas, a iniciativa poderá transformar-se num acordo obrigatório e funcional.
O convénio tem como objectivo a criação de um mercado integrado por mais de 1,2 mil milhões de habitantes, onde circularão pessoas, bens e serviços e capitais.
No fundo, trata-se de tornar realidade uma longa história que surge com a visão panafricanista defendida por Kwame Nkrumah, a de criar uma “União dos Estados Africanos”.
Com efeito, para uma integração total, a ZCL deverá aglutinar os mercados livres regionais em gestação, mormente o Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA), a Comunidade da África do Leste (CAE), a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), bem como a União do Magrebe Árabe (UMA) e a Comunidade dos Estados Sahélo-saharianos.
O protocolo da ZCL foi ratificado por países que, pelo seu potencial, podem dinamizar a integração económica entre o Norte (Argélia, Marrocos e Egipto), o Oeste (Côte d’Ivoire e Nigéria), o Leste (Quénia e Etiópia), e o Sul (Angola e a África do Sul).
A Nigéria, com uma população estimada em mais de 200 milhões de habitantes e com o maior PIB de África equivalente a 5.900 USD, ainda não o ratificou.
Lagos, justifica a não ratificação do protocolo da ZCL com a sua agenda económica nacional baseada na substituição das importações e na protecção das indústrias nigerianas.
A economia política das reformas comerciais da Nigéria é complexa, porque o seu mercado interno é vasto, fortemente protegido e, para a África, apenas exporta 9 % dos seus produtos.
Apesar disso, por razões de diversificação da economia, de política externa, e porque a Nigéria sonha um dia ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, não terá outra alternativa senão a adesão a ZLEC, porque ficar a margem dela, é perder o apoio aos seus intentos.
Depois de 56 anos de existência, é justo que a UA se lance para desafios do futuro, como a agenda 2063.
Mas, para que a ZCL vingue, é preciso que os países africanos tenham mercadorias e serviços em volume e qualidade consideráveis.
Muitos erros são cometidos porque vários países africanos abrem flancos às influências externas, prejudicando qualquer tentativa para o reforço da posição do continente no concerto das Nações.
Não é justo que depois de 56 anos da OUA e 16 da UA, a África ainda continue a ser uma simples reserva de matérias-primas e consumidora de produtos acabados provenientes dos países desenvolvidos.
Tirando casos isolados, a maioria dos países não tem  indústrias capazes de transformar alimentos e medicamentos, não dispõe de  barragens hidroeléctricas que respondam aos seus prementes desafios, nem infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias, portuárias, aeroportuárias e de telecomunicações, indispensáveis para materializar o desenvolvimento das suas trocas.
A recente crise de combustível que Angola, um dos maiores produtores de petróleo africano viveu, revelou a faceta da dependência externa a que nos referimos acima.
Mehdi Rais, especialista em Relações Internacionais, atribui o impasse que a UA vive ao grande desequilíbrio económico existente entre os Estados-membros.
Cita o caso de alguns países membros super endividados, e outros que não garantem segurança, susceptíveis de inviabilizar a integração continental, porque reduzem os esforços da UA tendentes a impulsionar o desenvolvimento económico e social de África.
O historiador angolano Fernando Manuel entende que "o problema da integração de África reside no facto de, nas suas independências, muitos países terem recebido apenas a independência, a bandeira e o hino nacional, e as matérias-primas continuarem sob controlo das antigas potências coloniais.
Do seu ponto de vista, comparativamente aos níveis de desenvolvimento da Europa, o especialista deplora ainda o impasse causado pela falta de vontade política e de cooperação entre os Estados membros da UA.
Sobre isso, continua válido o célebre discurso do 1.º Presidente de Angola, Agostinho Neto, proferido em 1978, na Cimeira da OUA, em Cartum, quando afirmou: “África é um corpo inerte, onde cada abutre vem debicar o seu pedaço”, sublinhou.
As regras de origem são critérios que permitem determinar o país de origem do produto.
Ela é importante porque, em muitos casos, os direitos de restrições aplicáveis dependem da origem dos produtos importados.
Regras mal concebidas podem, em certa medida, anular as vantagens de um acordo comercial.
Se forem restritivas, elas podem impedir, não apenas as importações e as entradas intermediarias a partir de outros países, mas também comprometer a especialização e a competitividade.
Sobre essa matéria, Abdou Diaw, jornalista económico do diário senegalês “Le Soleil”, acha que definir e atribuir origem às mercadorias é um desafio específico para a ZCL, por causa do número de países implicados no Acordo.
Por esta razão, Abdou Diaw pensa que adoptar uma regra simples de 50 % do valor acrescentado pode ser o modelo.
Em suma, a criação da ZCL é fundamental para a África, mas o seu funcionamento pleno só será possível quando os Estados membros da UA ou a maioria deles abandonarem o individualismo oportunista, deixarem de depender economicamente do exterior e inscreverem-se na lógica de uma integração multilateral e solidária.ANG/Angop


África/OUA-UA


                             Passado e desafios do futuro , 56 anos depois
       Por João Gomes Gonçalves da Angop

Bissau, 24 mai 19 (ANG) - A Organização de Unidade Africana (OUA), fundada a 25 de Maio de 1963, em Addis Abeba, Etiópia, e transformada em União Africana, em 2001, em Lomé, Togo, completa  no próximo dia 25 de Maio ,56 anos de existência.
Sede da União Africana em Addis Abeba
Em 1963, ao debaterem a criação de uma organização africana, emblemáticos filhos de África já defendiam a ideia de integração de África, nos moldes dos Estados Unidos ou outro.
Kwame N’Kruma sublinhava que a unidade de África era “o efeito essencial, por sermos todos africanos”.
N’Kruma era apoiado por Julius Nyere e Hammed Sekou Touré que evocavam a ideia de uma África unida e poderosa, baseada num Panafricanismo ideológico, geográfico, através de um movimento que veiculasse a fraternidade entre os negros e afirmasse a personalidade humana.
No fundo, os três estadistas, também conhecidos como pertencentes ao “grupo de Monrovia”, defendiam o “federalismo entre os Estados africanos”, algo parecido com os “Estados Unidos de África”.
Pertenciam ainda ao grupo, os Presidentes Ben Bela, da Argélia, Modibo Keita, do Mali, Ghamal Abdel Nasser, do Egipto, etc.
Paralelamente, Léopod Sédar Senghor, apoiado por moderados como Houphouet Boigny, Filbert Youlou, Léon Mba, Haidjo Amadou, François Tombalbaye, e outros, do chamado “grupo de Casablanca” insistia na “ciência da comunidade cultural e da africanidade, como condição prévia para qualquer progresso na via da unidade, sem a qual não poderia haver vontades ou esforços eficazes de unidade.
Senghor explicava que para se chegar àquela situação defendida pelos seus pares seriam precisos “energia espiritual, um forjar juntos de uma alma comum, e o encarnar de uma alma de africanidade”.
Em suma, Senghor era pela “organização inter-estatal”, ou gradualismo na integração africana, ao contrário dos imediatistas do grupo de Monróvia.
Em Addis Abeba, vingou a organização inter-estatal, o gradualismo defendido pelos “moderados”.
O Imperador Hailesselassié foi o primeiro presidente em exercício da OUA.
A partir de lá, a OUA tornara-se num instrumento de cooperação e não de integração dos Estados.
Não obstante, a organização continental cumpriu um dos seus principais objectivos estampado no artigo 2 da sua carta constitutiva, que foi a libertação total de África do jugo colonial.
Países como Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, alcançaram as suas independências, beneficiando do apoio do Comité de Libertação da OUA.
O mesmo aconteceu com o Zimbabwe, a Namíbia e a África do Sul, cuja libertação dos regimes minoritários e racistas foi graças a OUA de boa memória.
Por causa das transformações políticas, económicas e sociais verificadas no fim do século XX, e dos interesse mundiais do inicio do século XXI, houve a necessidade de se adaptar a OUA aos interesses actuais.
A trigésima sétima e última cimeira da OUA organizada em Lusaka (Zâmbia), em Julho de 2001, culminou com a ideia da criação da União Africana (UA).
Sublinhe-se que as sementes para criação da UA foram lançadas pelo falecido presidente da Líbia, Mouhammar Kadhafi, que pensou numa África organizada nos moldes da União Europeia (UE).
Na altura, reagindo à ideia de Kdhafi, Laurent-Désiré Kabila, na época Presidente da República Democrática do Congo (RDC), considerou-a “um sonho que infelizmente levaria muito tempo a concretizar”.
A tirada de Laurant Kabila, cujo país já era membro da SADC, viria a ser a posição desta organização regional, que defendia o “gradualismo” na criação dos Estados Unidos de África.
Defendiam ainda o “gradualismo” a COMESA e Magreb, enquanto Kadhafi e muitos países membros da CEDAO pugnavam pelo imediatismo. Vingou a primeira posição, o “gradualismo”.
Apesar disso, seguiu-se a Declaração de Syrthe, Líbia, aos 09 de Setembro de 1999, que, na Cimeira de Lomé, Togo, de 12 de Julho de 2001, foi ratificada por chefes de Estado de 36 países.
Foram precisos 12 meses para que fossem criados os órgãos da UA e, no dia 09 de Julho de 2002, ela fosse oficialmente lançada, em Durban, África do Sul, durante a 38ª cimeira.
Thabo Mbeki foi o seu primeiro presidente em exercício.
Na altura, ao analisar a forma como surgiu a UA, António Glaser, chefe de redacção do "La Lettre du Continent", escrevera: "da forma como a organização Panafricana nasceu, temo que a nível internacional, ela venha a ser manipulada para servir interesses extra-africanos".
"Infelizmente, temo que de vez em quando, a UA venha a ser utilizada no seio do Conselho de Segurança da ONU para servir interesses das grandes potências", sublinhara.
O jornalista francês previra igualmente as dificuldades que a UA encontraria na tomada de decisões, porque a mesma carecia de uma verdadeira estratégia política e de defesa militar comuns à todos os Estados membros.
Os temores de António Glaser confirmam-se, pois, tal como no passado, muitos países africanos continuam a depender militarmente das suas antigas potências coloniais.
Citou os Estados Unidos, a França, a China e outras potências como possíveis manipuladores que se servem da UA, imiscuindo-se nos seus assuntos internos, para atingir os seus objectivos.
A organização, pela França, de encontros de chefes de Estado africanos para analisar a situação de segurança no continente, e a criação de forças por ela coordenadas, como o G-5 Sahel, confirmam perfeitamente as preocupações do jornalista francês.
A UA foi fundada na base da solidariedade africana. Os Estados membros deveriam adoptar um comportamento susceptível de culminar numa integração similar à da União Europeia, como fora previsto.
Ela cingir-se-ia à experiência de integração europeia, com Estados directores a servirem de locomotiva para a conduta dos países membros mais desprovidos, impondo a ordem em termos de estratégia económica, militar e social, mas sempre com base no estabelecido pela Carta constitutiva da organização.
A Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), lançada em 2001, e que tinha por ambição enfrentar os desafios do continente, nomeadamente a pobreza, o desenvolvimento e a marginalização de África no concerto das Nações, serviria de guia para os Estados directores, caso existissem no seio da UA.
Mas, ao que parece, e por motivos ainda incompreendidos, 18 anos depois, tanto o modelo europeu da UA como os desafios definidos pela NEPAD, não passa ainda de um projecto no papel.
Recorde-se que a NEPAD foi concebida para erradicar a pobreza, promover o crescimento e o desenvolvimento sustentável, integrar plenamente a África na economia mundial e acelerar a autonomização das mulheres.
Infelizmente, tudo isso acontece porque a maioria dos países membros da UA ainda não se libertaram das dependências das suas antigas potenciais coloniais e das influências das actuais potências mundiais, por causa do individualismo de alguns Estados ditos directores, que se abstêm em envolver-se no modelo de integração regional que eles próprios definiram.
A tendência concorrencial e oportunista à liderança africana dos países com substanciais poderes económicos, financeiros e militares, como a África do Sul, a Nigéria, a Argélia, o Egipto e Marrocos, que olham mais para o seu próprio umbigo do que para a África no seu todo, é pernicioso para o crescimento integral do continente.
O comportamento de Marrocos é ainda mais atípico e inaceitável numa organização supranacional. Embora tenha sido membro co-fundador da OUA, em plena vigência da intangibilidade das fronteiras legadas do colonialismo e do banimento do fenómeno, Rabat ainda ocupa o Sahara Ocidental.
O caso da Nigéria que não está disposta a ratificar o acordo sobre o mercado livre africano aprovado em Fevereiro de 2018, durante a cimeira da UA, de Kigali (Rwanda), alegadamente por os principais sindicatos não concordarem com a iniciativa, não é digno de um país que se considera segunda economia de África.
Por isso, as reformas da UA, iniciadas em 2015, que culminaram com a assinatura de um acordo sobre a Zona de Comércio Livre, devem incluir outras acções, visando elaborar um projecto de união mais realista e mais adaptado às exigências do continente.
Para tal, um dos primeiros desafios a vencer será, tal como a UA propôs à UE, é a negociação em pé de igualdade os Acordos ACP-UE, assinados em 2000, com o fito de se obter um pacto equilibrado que garanta uma convenção “ganha-ganha”.
Significa que, na sua futura negociação com a UE, a UA não deverá ceder nos pontos fulcrais que já anunciou, entre quais a transformação estrutural das economias e o crescimento inclusivo, o desenvolvimento centrado na população, a migração e a mobilidade, a paz e a segurança, a ciência, a tecnologia e a inovação, o ambiente e as mudanças climáticas, a governação, os direitos humanos e a gestão dos recursos naturais.ANG/Angop

quinta-feira, 23 de maio de 2019

UEMOA


 Governo reconhece efeitos da volatilidade dos preços dos produtos petrolíferos no poder de compra das populações

Bissau, 23 mai 19 (ANG) – O governo reconhece que a volatilidade dos preços dos produtos petrolíferos afecta o poder de compra das populações e fragiliza a estabilidade social.

Para fazer face a situação o executivo defende a criação de um mercado de hidrocarbonetos estruturado e segurado pela sua utilização e estabilização bem como a harmonização dos seus quadros regulamentares.

A constatação foi revelada  hoje pelo representante do ministro de Energia e dos Recursos Naturais, Augusto Mendes Pereira ao presidir a cerimónia de abertura do Ateliê Nacional de Divulgação do projecto regional para melhoria e segurança dos hidrocarbonetos no espaço da UEMOA.

Na ocasião, Augusto Pereira afirmou que a dependência de um Estado face as importações de hidrocarbonetos combinado com as dificuldades estruturais, pioram a factura petrolífera e contribuem  para a deterioração da balança comercial.

Disse que na Guiné-Bissau os hidrocarbonetos afectam entre outros, a fraca capacidade das infra-estruturas portuárias, a venda ilegal e de forma massiva dos produtos petrolíferas, o preço  de compra nas bombas de distribuição.

 Segundo Augusto Pereira estes factores fizeram  com que o governo definisse como objectivo a  reabilitação das instalações dos depósitos pertencentes a Companhia de Logística de Combustível (CLC) para reforçar a capacidade nacional de estocassem dos produtos petrolíferos.

Por isso, desse que se  regozija com a realização do evento porque a sua implementação contribuirá para melhoria da interactividade e sobretudo da actividade economia da Guiné-Bissau.

Mas devido ao principio da solidariedade intra-comunitária, Augusto Mendes informou que o governo da Guiné-Bissau esta pronto para trabalhar para que os Estados membros da UEMOA possam tirar benefícios das potencialidades petrolíferas que dispõe, sobretudo as  que se situam na fronteira com o Senegal, com uma reserva de um bilhião de barris de petróleo pesado.

“Assim sendo, o presente encontro permite passar para a fase activa da implementação do programa para a melhoria do aprovisionamento do hidrocarboneto na política energética comum adoptada em 2001”, disse.

Augusto Mendes Pereira pediu aos participantes a formularem  propostas concretas capazes de contribuir significativamente para a concretização dos objectivos comunitários no domínio dos hidrocarbonetos.

O encontro de dois dias de divulgação do documento do Projecto Regional para Melhoramento e Segurança de Aprovisionamento em Hidrocarbonetos no espaço comunitário decorre na presença do representante da Comissão da União Económica Monetária dos Estados da África Ocidental (UEMOA) Jorge Sehoue. 

ANG/LPG/ÂC//SG   

UNESCO


              Assinalado Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP
Bissau, 23 mai 19 (ANG) - A sede da UNESCO, em Paris, celebrou,  quarta-feira  o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP com os humoristas Ricardo Araújo Pereira e Fary, os músicos Sterreosauro, Dino D'Santiago, Chullage e o grupo Kakana.
A organização ainda rendeu homenagem aos escritores Sophia de Mello Breyner Andersen e Germano Almeida, respectivamente laureados com o Prémio Camões em 1999 e 2018.
Representante Permanente de Portugal junto da UNESCO, António Sampaio da Nóvoa, sublinhou que “todos os países da CPLP estão aqui a trazer a língua portuguesa para este palco maior do multilateralismo”.
Queremos que a língua portuguesa faça parte das preocupações das organizações multilaterais no mundo e, em primeiro lugar, daquela que mais directamente tem a ver com os temas da educação, da cultura - que éUNESCO - e é isso que estamos a fazer hoje neste Dia da Língua Portuguesa”, afirmou António Sampaio da Nóvoa.
Quanto ao programa cultural para celebrar o dia, Sampaio da Nóvoa sublinhou que foram convidados dois humoristas porque “uma língua vive também do humor” e apontou que Ricardo Araújo Pereira e Fary "são dois altos expoentes dessa maneira de trabalhar a língua numa outra dimensão”.
E depois do ponto de vista musical temos um conjunto moçambicano, temos o Stereosauro... Foi a tentativa de darmos um sinal para uma nova geração para nos dirigirmos a um público mais jovem”, continuou o representante de Portugal na UNESCO.
O evento contou, ainda, com a presença do Director-Geral Adjunto da UNESCO, Xing Qu, dos Embaixadores da CPLP, do Secretário Executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, da secretária de Estado para os Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.

Esta quarta-feira, 22 de Maio foi o dia escolhido para evocar o 5 de Maio, institucionalizado como k Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em 2009. Língua oficial de nove países e da região de Macau, distribuídos por cinco continentes, o português é a língua mais falada no hemisfério sul e a sexta língua mais falada no mundo. Trata-se, também, de uma das línguas oficiais da Organização dos Estados Americanos, da União Africana e da União Europeia.
A CPLP tem nove membros – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste – e 18 países observadores associados.
A reunião deste grupo de Estados é um projeto político baseado na Língua Portuguesa, vínculo histórico e património comum, num espaço geograficamente descontínuo, mas identificado pelo idioma comum.
ANG/RF