quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Política





Bissau,02 Dez 20(ANG) - O Presidente da República eleito,  Umaro Sissoco Embaló, prometeu quarta-feira ser acima de tudo um "homem de concórdia nacional", tendo exortado os seus apoiantes a acabarem com as divergências nos seus partidos.

No primeiro discurso de vitória perante os seus apoiantes, numa unidade hoteleira de Bissau, Sissoco Embaló dirigiu-se particularmente a Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido - Partido Social Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), instando-o a promover a reconciliação com os dirigentes.

Na corrida às presidenciais, a APU-PDGB dividiu-se, com parte de militantes a apoiarem Sissoco Embaló e a outra parte do partido a suportar o outro candidato na segunda volta das eleições, Domingos Simões Pereira.

"Não serei um Presidente com a mão nos partidos políticos. Sou um Presidente de todos os guineenses", defendeu Embaló, um dos vice-presidentes do Movimento para a Alternância Democrática.

Ainda na senda da reconciliação que disse ser urgente para o país, o Presidente eleito afirmou que não pretende humilhar o seu adversário na segunda volta das presidenciais e exortou os seus apoiantes a terem a mesma postura.

"Não vou humilhar Domingos Simões Pereira, se o fizer serei um homem cobarde", disse o novo Presidente guineense, salientando, porém, que haverá justiça para todos e que ninguém poderá estar acima da lei.

Umaro Sissoco Embaló prometeu exercer a sua presidência de forma intransigente contra a corrupção e que no dia em que tomar posse irá apresentar publicamente os seus bens, atitude que exigirá dos futuros membros do Governo.

Prometeu acabar com "a banalidade do Estado", encontrar soluções internas para os problemas do país e dignificar os antigos chefes de Estado, mesmo o que serviram de forma interina.

A todos os ex-presidentes da Guiné-Bissau prometeu lugar no Conselho de Estado.

Sissoco Embaló disse que a partir de hoje começou a era do respeito pelo outro, da disciplina e do rigor no tratamento dos assuntos da Guiné-Bissau, país que, disse, irá reerguer-se do chão.

Antes, num discurso lido em português, o novo Presidente guineense afirmou que irá promover um bom relacionamento com a comunidade internacional, nomeadamente a Comunidade Económica de Estados de África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a União Africana (UA) e outras organizações.

Segundo os resultados provisórios hoje apresentados pela Comissão Nacional de Eleições, Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) venceu o escrutínio da segunda volta com 53,55% dos votos, enquanto Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), conseguiu 46,45%. ANGLusa 


Presidenciais 2019/2ª volta




Bissau,02 Jan 20(ANG) - O chefe da missão de Observadores da União Africana, Rafael Branco, afirmou quarta-feira que, que a Comissão Nacional de Eleições(CNE) da Guiné-Bissau fez um trabalho isento e transparente no processo das eleições presidenciais.

Acrescentou ainda que o povo guineense fez uma grande demonstração de maturidade política e de participação cívica na paz e na tranquilidade. 

O antigo primeiro-ministro são-tomense, que dirige a missão de observadores da União Africana no país, fez estas considerações aos jornalistas depois da publicação dos resultados provisórios da segunda volta das eleições presidenciais realizadas no último domingo, 29 de dezembro, que ditou a vitória do candidato do MADEM G 15, Úmaro Sissoco Embaló, com 53,55 por cento de votos contra 46,45 por cento do seu adversário, Domingos Simões Pereira.  

As instituições são credíveis. O povo confia nas suas instituições, portanto o processo será muito mais fácil se o povo confia nas instituições do seu país”, referiu para de seguida, assegurar que a Guiné-Bissau começa hoje uma nova página no novo ano.

“Penso que são criadas as condições para que o povo guineense e o novo Presidente eleito bem como outras instituições do Estado se unam para aproveitar esta oportunidade e dar um passo importante no processo do desenvolvimento da Guiné-Bissau para a melhoria das condições de vida do povo”, sublinhou.

Rafael Branco manteve esta quinta-feira um encontro com o Presidente da República eleito na residência privada deste.ANG/O Democrata


Religião


                  Papa critica uso de telemóvel à mesa das refeições

Bissau,02 Jan 20(ANG) - O Papa desafia as famílias a falarem mais e a usarem menos o telemóvel, na oração do Angelus,dando como exemplo o momento da refeição e deixou o apelo às familias, a partir da praça de São Pedro, no Vaticano.

O Papa chamou, este domingo, à atenção, as crianças que usam o telemóvel enquanto comem com os pais e disse que se deve restabelecer a comunicação nas famílias.

"A Sagrada Família, Jesus, José e Maria, rezava, trabalhava e comunicava entre si e eu pergunto-me: tu na tua família sabes comunicar ou és como essas crianças que, cada uma com o seu telemóvel, estão chateadas sentadas à mesa?", perguntou o Papa durante a tradicional oração do Angelus dos domingos na praça de São Pedro.

Francisco acrescentou: "Nessa mesa há um silêncio como se estivessem na missa" e lançou um apelo - "devemos reanimar a comunicação na família".

Ao celebrar o domingo da Sagrada Família, o Papa também lembrou as famílias obrigadas a emigrar, como a formada por Jesus, José e Maria, que foram obrigados a ir para o Egito.

O Papa expressou a "solidariedade com todas as famílias do mundo obrigadas ao exílio, solidariedade com todos aqueles que se veem obrigados a abandonar as suas terras, devido à repressão, à violência, à guerra".ANG/Lusa


Presidenciais 2019


                            Ruas festejaram vitória de Sissoco Embaló
Bissau, 02 jan 20 (ANG) - Minutos depois de o presidente da comissão nacional de eleições, José Pedro Sambu, ter anunciado a vitória do candidato do Madem G-15 as ruas de Bissau encheram-se .
A pé, de carro, ou até mesmo em camiões de caixa aberta, milhares de guineenses invadiram as principais artérias da capital para evocar o nome de Umaro Sissoco Embaló e repetiam que quarenta e seis anos depois  a mudança vai chegar à Guiné-Bissau, gritavam os guineenses esta manhã.  
Depois de ter partido para a segunda volta com com o apoio do presidente cessante, José Mário, Vaz, e dos candidatos Nuno Nabiam e Carlos Gomes Júnior, Umaro Sissoko Embaló impôs-se nesta segunda volta obtendo 53,55 por cento dos votos.
Umaro Sissoco Embaló venceu em seis das dez regiões: Gabu Tombali, Quínara, Oio, Bafatá e Cacheu.
O candidato do Paigc  que tinha saído com o favorito na primeira volta obteve 46,45 por cento dos votos.
Domingos Simões Pereira já reagiu à vitória de Umaro Sissoco Embaló alega irregularidades processuais e diz que pondera contestar os resultados eleitorais junto das instâncias competentes.
Enquanto uns festejavam, outros assumiam a sua frustração com o resultado das urnas. ANG/RFI

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Presidenciais 2019/2ª volta


Candidato derrotado Domingos Simões Pereira promete impugnar resultados provisórios

Bissau,01 jan 20(ANG) – Domingos Simões Pereira  candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, derrotado na segunda volta das presidenciais guineenses, anuncia que a sua candidatura vai impugnar os resultados provisórios por "ferirem a legalidade".

Simões Pereira que falava hoje perante os dirigentes e militantes do PAIGC em jeito de reação aos resultados provisórios publicados pela Comissão Nacional de Eleições(CNE), diz que foi "um roubo escandaloso", tendo denunciado atos de compra de votos no dia da votação e zonas em que o número de votantes supera o número de inscritos.

 “Não podemos aceitar os resultados hoje apresentados. É um escândalo que não podemos aceitar", revelou.

Prometeu que, depois de ouvir toda a gente vão propor a impugnação destes resultados.

De acordo com os resultados provisórios da segunda volta do escrutineo de 29 de Dezembro divulgados hoje pela Comissão Nacional de Eleições o candidato Umaro Sisso Embalo suportado pelo Movimento para Alternância Democrática(MADEM G15), é o vencedor do escrutínio com 293. 359 votos, equivalente a 53,55 por cento, contra 254.468 votos equivalente a 46,45 por cento do seu rival Domingos Simões Pereira, do PAIGC.ANG/ÂC

Presidenciais 2019/2ª volta


     Umaro Sissoco Embaló é o novo Presidente da República da Guiné-Bissau

Bissau,01 Jan 20(ANG) – O candidato do Movimento para Alternância Democrática MADEM G15, Umaro Sissoco Embalo foi o vencedor da segunda volta das presidenciais de 29 de Dezembro,  com 293. 359 votos, equivalente a 53,55 por cento, contra 254.468 votos equivalente a 46,45 por cento do seu rival Domingos Simões Pereira, do PAIGC.

Segundo os resultados provisórios do escrutínio divulgados hoje pela Comissão Nacional de Eleições(CNE), na voz do seu Presidente José Pedro Sambú, o número total de votantes é de 553.521 correspondente à 71. 92 por cento, tendo sido registado 3.466 votos em brancos, 2,228 nulos e zero protestos.

O Presidente da CNE informou que os votos válidos situam-se em 547.827 equivalente à 98,97 por cento, número de inscritos na ordem de 761.676 correspondente à 100 por cento e a abstenção na ordem de 208.155, equivalente à 27.33 por cento.

Ao nível das regiões, Umaro Sissoco Embaló obteve 18.371 votos correspondentes a 64,60 por cento de votos na região de Tombali contra  os  10.069 de Domingos Simões Pereira ,equivalente a 35,40 por cento de votos válidos.

Na região de Quinara, Domingos Simões Pereira obteve 9.749 votos equivalente a 42,65 por cento e Umaro Sissoco Embalo 13.111 votos equivalente 57,35 por cento.

Na região de Oio, Umaro Sissoco Embalo teve 43.299 votos correspondente a 55,37 por cento e Domingos Simões Pereira obteve  34.905 votos equivalente à 44,63 por cento.

Enquanto que na região de Biombo, Domingos Simões Pereira teve 22.868 votos equivalente a 61,50 por cento e Umaro Sissoco Embalo com 14.313 equivalente a 38,50 por cento.

Em Bolama Bijagós, Domingos Simões Pereira obteve 8.935 equivalente a 74,03 por cento, Umaro Sissoco Embalo, 3.135 votos correspondente  25,97 por cento.

Região de Bafatá, Umaro Sissoco Embalo 51.857 votos correspondente a 69,60 por cento e Domingos Simões Pereira arrecadou 23,086 votos equivalente a 30.80 por cento.

 Em Gabu, Umaro Sissoco Embalo 48,094 votos correspondente 67,49 por cento e Domingos Simões Pereira conseguiu  23.163 votos equivalente à 32,51 por cento.

 Na região de Cacheu, Domingos Simões Pereira obteve 23,380 votos equivalente a 39,66 por cento e Umaro Sissoco Embalo 35.570 correspondente a 60, 34 por cento.

Na diáspora, concretamente África e Europa, Domingos Simões Pereira, 4,835 equivalente a 62,05 por cento e Umaro Sissoco Embalo conseguiu 2.957 votos equivalente a 37,95 por cento.

No sector Autónimo de Bissau, Domingos Simões Pereira arrecadou 93,478 votos correspondente a 59,87 por cento e Umaro Sissoco Embalo conseguiu 62.652 votos equivalente a 40,13 por cento.

Umaro Sissoco Embaló venceu as eleições presidenciais com 7 por cento de diferença de votos com o candidato derrotado Domingos Simões Pereira.

Umaro Sissoco Embalo de 47 anos de idade torna-se assim no sétimo Presidente da República da Guiné-Bissau, desde a independência em 1973. ANG/ÂC//SG

Presidenciais 2ª volta


Representante de Umaro Sissoco junto da CNE apela união entre políticos para desenvolver o país

Bissau, 01 Jan 20(ANG) – O representante do Candidato apoiado pelo Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) junto da Comissão Nacional de Eleições pediu união entre os actores políticos e sobretudo ao candidato vencido  para se juntar ao novo  Presidente da Republica nos trabalhos do desenvolvimento do país.

Vençã Mendes que falava  à imprensa após divulgação dos resultados da segunda volta das eleições presidenciais de domingo passado.

Agradeceu ao povo guineense pela confiança deposita no candidato que representa.

O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva felicitou o candidato vencedor e desejou-lhe sucessos no exercício das suas funções, e, por outro lado, encorajou ao candidato apoiado pela Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde Domingos Simões Pereira PAIGC.

Disse que o país está em primeiro lugar e que tanto os vencedores assim como os vencidos devem trabalhar, em conjunto, para a construção de um Estado do Direito Democrático.

Agradeceu  ao povo guineense pela maturidade demonstrada ao longo do processo e considerou que deu, mais uma vez, ao uma lição de Democracia,mostrando que a Guiné-Bissau é um país onde a Democracia está a implantar-se.

O representação do Movimento da sociedade Civil para Paz, Democracia  e Desenvolvimento Mamadu Queita felicitou ao povo da Guiné-Bissau e à Comissão Nacional de Eleições pelo o que considera de “excelente trabalho”.

“o povo guineense é  que ganhou, portanto ninguém perdeu e o país deu lição de Democracia ao mundo”, disse.

Mamadu Queita disse esperar que, com a eleição do Umaro Sissoco Embaló para cargo do Presidente da Republica o país volta a normalidade e que todos aquele que tiveram a capacidade para trabalhar que criem condições para o efeito. ANG/LPG//SG  

CPLP


 Situação financeira  é “séria e preocupante” e a principal dificuldade – Ribeiro Telles

Bissau, 01 jan 20 (ANG) – O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Francisco Ribeiro Telles, em funções há um ano, alertou hoje que a situação financeira da organização “é preocupante”.
“Vim encontrar uma organização internacional complexa e difícil, mas que está a fazer o seu caminho e penso que tem dado os seus frutos”, disse o diplomata, considerando, por isso, que ao fim de um ano de mandato “o balanço é necessariamente positivo”.
Porém, com uma “dificuldade” a destacar, a financeira, que considerou não ser “dramática”, mas “é uma situação séria e preocupante”, afirmou.
“Todos nós temos consciência dessa situação e os Estados-membros, de uma forma ou de outra, vão tentar resolvê-la”, pagando as suas contribuições, que “estão estabelecidas há algum tempo”, adiantou em entrevista à Lusa.
O secretário-executivo não vê necessidade de se alterarem regras ou de aplicar sanções aos incumpridores.
“O que vejo é a necessidade de os Estados-membros poderem atempadamente pagar as suas contribuições”, reforçou.
Contudo, lembrou que esta é “uma dificuldade recorrente, que qualquer organização internacional hoje em dia tem”, citando como exemplo as Nações Unidas e recordando que recentemente o seu secretário-geral, o português António Guterres, admitiu que poderia já não ter dinheiro para pagar ordenados caso se mantivesse o actual estado de contribuições dos membros.
“A CPLP não foge à regra, e há Estados que passam por dificuldades económicas, que são perfeitamente compreensíveis, portanto o que nós temos de lidar aqui no dia-a-dia é com o orçamento disponível”, referiu.
Assegurando que ainda não está numa situação de dificuldade de pagar os salários dos funcionários da CPLP, aponta as limitações que esta situação representa.
“Não podemos pensar que poderíamos ter grandes projectos quando no fim de contas às vezes falta uma capacidade financeira para os realizar”, reconheceu.
Do lado positivo, destacou a evolução no dossiê da mobilidade, uma prioridade da actual presidência rotativa da CPLP, que é de Cabo Verde.
Mas, sublinhou que sobre essa matéria gostaria que fosse a própria presidência cabo-verdiana a pronunciar-se, porque cabe-lhe a gestão deste dossiê que, na sua opinião, “tem sido feita de uma forma notável”.
Assim, sobre este assunto apenas adiantou que vai haver “uma última” reunião técnica sobre a mobilidade em finais de Janeiro, a que se seguirá uma outra de ministros dos Negócios Estrangeiros, “especialmente convocada para fazer um balanço daquilo que foram as decisões a nível técnico” e, “muito possivelmente”, na cimeira de chefes de Estado e de Governo, em Luanda, previsivelmente em Julho, deverá ser assinado “um documento que vai ser aprovado”.
“Eu acredito, eu tenho de acreditar que vai ser aprovado. Penso que estaremos em condições de apresentar um documento bastante significativo e que representa um grande impulso àquilo que já existia antes na CPLP”, afirmou, escusando-se mais uma vez a dar pormenores.
Até porque, acrescentou: “Há uma reunião técnica em Janeiro, há pormenores a serem limados e, depois, a presidência cabo-verdiana estará em condições de poder já dizer qualquer coisa daquilo que, possivelmente, será uma nova Convenção Quadro sobre mobilidade no espaço CPLP”.
“Isso é um aspecto para mim muito positivo”, sublinhou.
Para Ribeiro Telles, a CPLP tem funcionado bem em alguns sectores, nomeadamente ao nível da concertação política ou diplomática, mas também da cooperação e da difusão da língua portuguesa.
Mas, alertou, “é preciso criar um sentimento de pertença, é preciso que o cidadão comum se aproxime da CPLP e veja alguma utilidade na CPLP”, considerando que “a questão da mobilidade é crucial para isso”.
Reconhecendo que a tarefa “não é fácil”, porque é preciso “consensualizar posições entre nove Estados-membros, que estão espalhados por quatro continentes”, realçou que “os avanços que já foram feitos a esse nível são bastante significativos” e por isso, disse estar “optimista”.
O que está a ser discutido é, à imagem do que sucedeu com a União Europeia, uma mobilidade a várias velocidades, e sobre isso “já há um consenso dos Estados-Membros que deve ser assim”, sublinhou. ANG/Inforpress/Lusa


Iraque


                Manifestantes atacam embaixada dos EUA no Iraque
Bissau, 01 jan 20 (ANG) - Milhares de manifestantes iraquianos entraram à força na embaixada dos Estados Unidos em Bagdá na terça-feira (31), em protesto contra os bombardeios norte-americanos.
Os ataques de domingo mataram 25 combatentes das brigadas do Kataeb Hezbollah, um grupo armado xiita iraquiano apoiado pelo governo iraniano.
No Twitter, o presidente Donald Trump acusou o Irã de "orquestrar" o ataque à embaixada de Washington em Bagdá. Horas depois, o ministro iraniano de Relações Exteriores, Abas Musavi, negou apoio ao ataque e chamou de “audácia” a acusação norte-americana.
O ataque de Washington com a morte de 25 combatentes no domingo alimentou o sentimento antiamericano entre os apoiadores pró-Irã no Iraque, país abalado desde 1º de outubro por uma revolta popular contra o governo iraquiano, acusado de corrupto e incompetente.
Os milhares de manifestantes que participavam do cortejo fúnebre dos combatentes mortos em Bagdá nesta terça conseguiram atravessar pontos da capital iraquiana sob forte controle de segurança e se reuniram em frente ao grande complexo diplomático dos EUA.
A ação começou com uma oração em memória aos mortos e depois seguiu com um protesto que invadiu a primeira barreira de proteção da sede diplomática.
Os manifestantes pró-Irã queimaram bandeiras norte-americanas aos gritos de “Morte à América”, arrancaram câmeras de segurança, atiraram pedras nas torres dos guardas e cobriram o vidro blindado com bandeiras das Forças de Mobilização Popular e das brigadas do Kataeb Hezbollah.
O Kataeb Hezbollah é uma das menores milícias apoiadas pelo Irã, mas uma das mais potentes. O comandante da milícia Jamal Jaafar Ibrahimi, também conhecido como Abu Mahdi al-Mohandes, participou do protesto.
As forças de segurança da embaixada norte-americana atiraram bombas de lacrimogêneo para dispersar a multidão. De acordo com a agência Reuters, ao menos 12 milicianos foram feridos pelas bombas de efeito moral.
Duas horas após o início do ataque, o primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, pediu aos manifestantes que deixassem o complexo e alertou que "as forças iraquianas proibirão estritamente qualquer ataque à representação diplomática".
Embora o ataque não tenha sido reivindicado, Washington o atribuiu às brigadas do grupo Kataeb Hezbollah.
Os americanos dizem que as Forças de Mobilização Popular -que têm unidades nascidas para combater a ocupação americana- representam uma ameaça para os Estados Unidos ainda mais importante que o grupo Estado Islâmico.
No entanto, o grupo lutou ao lado dos americanos nos três anos de guerra contra o grupo EI em território iraquiano.
Bagdá anunciou que convocaria o embaixador americano -atualmente, fora do país- e Washington acusou o Iraque de não saber proteger seus soldados e diplomatas presentes no país "a convite do governo".
O primeiro-ministro iraquiano admitiu que o Pentágono o havia alertado dos ataques antes que eles ocorressem e que o governo "tentou advertir os comandantes", aparentemente em vão.

Bagdá teme que seus dois aliados, Estados Unidos e Irã, usem o Iraque como campo de batalha.
Teerã afirmou que os ataques dos Estados Unidos significam "apoio ao terrorismo" e negou ter responsabilidade no ataque.
"A surpreendente audácia dos responsáveis americanos é tal que após matar ao menos 25 iraquianos [em bombardeios aéreos] e violar a soberania e a integridade territorial do Iraque [...], atribuem à República Islâmica do Irã as manifestações do povo iraquiano contra seus atos cruéis", declarou o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Abas Musavi.
Enquanto isso, os aliados de Washington no Golfo denunciaram os ataques às bases americanas no Iraque e apontaram que o Irã e as facções que colaboram com ele são uma "força de desestabilização" contra a qual qualquer país "tem o direito de se defender".
A Arábia Saudita condenou o que chamou de "ataques terroristas" contra as forças americanas no Iraque.
De volta ao Twitter, Trump ameaçou o governo de Teerã: "O Irã será responsabilizado por vidas perdidas ou danos causados ​​em qualquer uma de nossas instalações. Eles vão pagar um preço muito grande! Isso não é um aviso, é uma ameaça. Feliz Ano Novo!". ANG/RFI/AFP



terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Mensagem à Nação


Presidente da República cessante  “com lágrimas nos olhos”, diz que  nunca deixa de acreditar na Guiné-Bissau

Bissau,31 Dez 19(ANG) – O Presidente da República cessante afirmou hoje que nunca deixará de acreditar na Guiné-Bissau porque é o soldado da pátria e estará sempre ao serviço do país e do Povo guineense.

“Lá onde eu estiver, em Bissau, ou na minha tabanca, no meu escritório ou na minha bolanha, cada cidadão, cada dirigente, cada um que acredita na Guiné-Bissau poderá contar sempre comigo e com a minha solidariedade fraternal”, prometeu José Mário Vaz em lágrimas, durante a sua tradicional mensagem à Nação por ocasião do fim do ano.

O Presidente da República cessante sublinhou que este será o sua última mensagem à  Nação  por ocasião do Novo Ano, enquanto chefe de Estado, salientando que dentro de pouco dias vamos conhecer oficialmente o resultado das eleições presidenciais e saber quem será o novo Presidente da República da Guiné-Bissau democraticamente eleito.

“Fazendo uma breve análise e uma retrospectiva do meu percurso de cinco anos e meio, deixarei as minhas funções de mais Alto Magistrado da Nação de consciência tranquila e com o profundo sentimento do dever cumprido”, frisou.

José Mário Vaz fez questão de afirmar  que sempre agiu no exclusivo interesse da Pátria e dos seus concidadãos, sem atender à interesses que lesam a soberania guineense e as Leis do Estado, e que por isso, não aceitou servir outra causa, senão para a qual foi eleito, ou seja de servir o país e ao Povo, na base da verdade.

“Agradeço a todos os guineenses que me acompanharam nesta caminhada para a realização dos desígnios nacionais de Liberdade, Paz Civil e Tranquilidade Interna”, frisou.
“Nem sempre estivemos todos de acordo, e escutamos vozes de guineenses a discordar, a insultar o Presidente da República.Mas o mais importante para mim foi que todos puderam esgrimir as suas razões e exercer o seu direito  de expressar livremente as suas opiniões, sem que isso provocasse perseguição, espancamento ou outras formas de repressão como prisões arbitrárias, mortes por razões políticas  ou abandono do país como exilados políticos”, salientou.

José Mário Vaz sublinhou  que, pela primeira vez, na história da Guiné-Bissau em 46 anos de Independência, o país não teve  um Presidente da República “acima de cidadãos”, acrescentando que desde as primeiras eleições multipartidárias em 1994, ou seja, há 24 anos nunca antes se  tinha chegado ao termo de uma legislatura ou de um mandato presidencial sem interrupções de ciclo político e sem golpes de Estado.


“O meu muito obrigado às nossas Forças de Defesa e Segurança e em especial ao Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Biaguê Na Ntan e igualmente aos chefes dos Ramos, que ao longo destes cinco anos conseguiram manter a acalmia nos quartéis e afastar os militares das crelas políticas”, elogiou.

O Presidente da República cessante disse acreditar que, doravante, esse será o timbre do comportamento e da postura das Forças Armadas que têm por missão Constitucional assegurar  a tranquilidade dos guineenses.

José Mário Vaz sublinhou que  2019 foi marcado fundamentalmente pela realização de exercício democrático, reerindo-se as eleições legislativas e presidenciais.

“Os guineenses deram sinal de maturidade, as nossas campanhas eleitorais bem como a ida às urnas decorreram na normalidade, ou seja num clima de serenidade e tranquilidade”, enalteceu.

José Mário Vaz convidou no entanto à todos e sem excepção para que continuem serenos enquanto se aguarda  os resultados oficiais  das eleições presidenciais.ANG/ÂC//SG



Espanha


Diplomatas bolivianos vão ser expulsos em represália a decisão de governo interino
Bissau, 31 dez 19 (ANG) – As autoridades espanholas vão expulsar diplomatas bolivianos em represália a decisão do governo interino deste país.
A decisão foi tomada horas depois da presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, ter anunciado,  segunda-feira (30), que o país vai expulsar a embaixadora do México, María Teresa Mercado, a encarregada de Negócios da Espanha, Cristina Borreguero, e o cônsul da Espanha, Álvaro Fernández.
No fim de semana, segundo a Bolívia, pessoas identificadas como funcionários da embaixada da Espanha no país tentaram entrar de forma clandestina na residência diplomática do México em La Paz, onde estão refugiados membros do governo de Morales.
A chefe de Estado boliviana acusou os diplomatas de terem "desrespeitado gravemente a soberania e a dignidade do povo e do governo constitucional da Bolívia" e ordenou que eles "deixem o país em um prazo de 72 horas".
A medida foi respondida pela Espanha, que declarou três diplomatas bolivianos "persona non grata", em uma grave crise diplomática. A decisão foi divulgada em um comunicado oficial do governo.
Segundo o governo boliviano, o chefe de negócios e o cônsul chegaram à embaixada mexicana com agentes de segurança "encapuzados e supostamente armados", com o objetivo de evacuar o ex-ministro Juan Ramón Quintana, o braço direito de Morales desde que chegou ao poder em 2006. A chanceler boliviana, Karen Longaric, esclareceu nesta segunda-feira (30) que as expulsões "não implicam de forma alguma uma ruptura de relações diplomáticas", mas que agora os dois países devem nomear novos funcionários.
Na embaixada do México em La Paz, estão asilados nove ou dez funcionários do ex-presidente Morales, desde sua renúncia, ocorrida em 10 de novembro passado.
Entre eles, os ex-ministros Juan Ramón Quintana e Wilma Alanoca, procurados pela Justiça e alvos de mandados de prisão por delitos de insurreição e terrorismo. Outros estão sob investigação fiscal
Apos a expulsão de sua embaixadadora, o México denunciou uma decisão de “carácter político” e infrmou que a instruiu  a voltar para seu país.
 O México denunciou que sua residência sofre "assédio" e declarou que um sucessor assumirá temporariamente o cargo e as representações diplomáticas funcionarão normalmente.
O governo López Obrador havia aberto na semana passada a possibilidade de diálogo com a Bolívia, para tentar resolver os incidentes, mas as iniciativas não foram além das declarações bilaterais de boas intenções. A embaixada mexicana continuou sob forte vigilância policial nesta segunda-feira. A Espanha informou que enviará uma missão de investigação à Bolívia. Madri negou que a visita fosse para "facilitar a saída" dos funcionários de Morales e que, de qualquer forma, era uma visita "cortesia exclusiva".ANG/RFI/AFP

Costa do Marfim


          Justiça  condena Charles Blé Goudé a 20 anos de prisão

Bissau, 31 dez 19 (ANG) - A justiça marfinense condenou Charles Blé Goudé à revelia a "  20 anos de prisão, 10 anos de privação de seus direitos civis, 200 milhões de francos CFA  " por danos a serem pagos às vítimas, explicou o ex-chefe do Jeunes Patriotas da Costa do Marfim à AFP, especificando que o tribunal também emitiu um mandado de prisão contra ele.
Charles Blé Goudé disse estar "  surpreso com este veredicto  ", pronunciado sem a presença de um advogado. Ele foi acusado pela justiça da Costa do Marfim de "  atos de tortura, homicídios intencionais e estupro  ", indicou seus advogados em 18 de dezembro, dia em que seu julgamento seria aberto.
Um de seus advogados, Me Suy Bi Gohoré, disse que o presidente do tribunal criminal de Abidjan havia "  retirado o caso da lista  " enquanto aguardava o recurso de cassação formulado por ele. , com base na ausência do acusado e em outras irregularidades processuais. Os advogados haviam denunciado uma "  flagrante violação  " dos direitos de Charles Blé Goudé, devido à sua incapacidade de comparecer ao julgamento. Eles não estavam disponíveis imediatamente na segunda-feira à noite.
A AFP chegou a Charles Blé Goudé por telefone em Haia, onde está em liberdade condicional após sua absolvição pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Ele foi transferido pelas autoridades da Costa do Marfim para o TPI em 2014. Com seu ex-mentor, o ex-presidente da Costa do Marfim Laurent Gbagbo, ele foi julgado por crimes contra a humanidade.
Os dois  foram absolvidos no início de 2019 e liberados em liberdade condicional, aguardando consideração do apelo feito pelo promotor do TPI.
 O Sr. Blé Goudé não pode retornar à Costa do Marfim até que o procedimento seja concluído. ANG/RFI/AFP


Primeiros bebés do Ano Novo


UNICEF estima que cerca de 230 crianças vão nascer na Guiné-Bissau no 1º Dia do Ano Novo
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Bissau,31 dez 19 (ANG) – O Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) estima  que cerca de 230 bébes vão nascer na Guiné-Bissau no 1º Dia do Ano Novo.

Em comunicado divulgado hoje, O UNICEF apela aos líderes mundiais e nações a investirem em profissionais de saúde qualificados e equipamento para salvar cada recém-nascido.

O UNICEF anuncia que está a advogar com o Ministério da Saúde para priorizar a saúde neonatal e também providenciar apoio técnico financeiro para acelerar a redução da mortalidade neonatal.

Refere  que, agora, o país tem 35 estruturas de saúde e mais 230 profissionais treinados com equipamento adequado para oferecer cuidados de saúde essenciais integrado aos recém-nascidos. Acrescenta que graças a estes esforços, mais de 12 mil partos foram realizados por profissionais recém formados, nas instalações de saúde da Guiné-Bissau em 2019. 

“O início de um Novo Ano e uma nova década são uma oportunidade de reflexão sobre as nossas esperanças e aspirações, não só pelo nosso futuro, mas pelo futuro dos que virão depois de nós”. A medida que o calendário muda cada janeiro, somos relembrados de todo a capacidade e potencial de cada criança nascido, se lhe for dada essa oportunidade”, lê-se no comunicado.

Segundo o UNICEF, em 2018, 2.5 milhões de recém nascidos morreram no seu primeiro mês de vida, cerca de um terço deles morreu no dia em que nasceu, e entre  essas crianças, a maioria morreu de causas preventivas, tais como o nascimento prematuro, complicações durante o parto e infecções como a sepse.

 Em relação a estes factos mais de 2.5 milhões de crianças nascem já mortas cada ano.
Nos últimos três décadas,conforme o comunicado, o mundo testemunhou progressos notáveis na sobrevivência infantil, reduzindo para mais de metade o número global de crianças que morrem antes de completar os cinco anos.

O documento indica que  o progresso para os recém nascidos é mais lento, e  que os bébes que morrem no primeiro mês correspondem a 47 por cento de todas as mortes entre crianças menores de cinco anos em 2018, relando um aumento em relação aos de 40 por cento  de 1990.

A “campanha Every Child Alive” do UNICEF, conforme o comunicado, apela a um investimento imediato em profissionais de saúde, adequadamente formados e equipados, com medicamentos para assegurar que todas as mães e os seus recém nascidos sejam tratados por profissionais, de modo a a prevenir e tratar complicações durante a gravidez e parto.

“Um número excessivo de mães e recém nascidos não estão a ser tratados por parteiras ou enfermeiras formadas e equipadas e os resultados são devastadores”, revela o UNICEF, assegurando que milhões de bébes sobrevivem o seu primeiro dia e prosperam por esta década  se todos eles nascerem com o apoio de um par de mãos seguras.ANG/LPG/ÂC//SG