quarta-feira, 16 de julho de 2025

               EUA/ Trump pede a Kiev para não atacar Moscovo

Bissau, 16 Jul 25 (ANG) - O Presidente norte-americano excluiu a entrega de mísseis de longo alcance à Ucrânia, reiterando, porém, o envio de armas que serão financiadas pelos aliados europeus da Nato.

Donald Trump pediu ainda a Kiev para não atacar a capital russa. Em causa está uma notícia do jornal Financial Times que avançou que o Presidente norte-americano teria aconselhado o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a atacar Moscovo.

Segundo o jornal britânico, a chamada ocorreu a 4 de Julho, poucos dias depois de Donald Trump ter lançado um ultimato público a Vladimir Putin, exigindo um cessar-fogo na Ucrânia no prazo de 50 dias, sob pena de impor sanções severas, nomeadamente tarifas comerciais de 100%.

De acordo com fontes citadas pelo Financial Times, o Presidente dos EUA terá perguntado directamente ao Presidente ucraniano se as forças armadas do país conseguiriam atingir Moscovo e São Petersburgo. Zelensky terá respondido afirmativamente, acrescentando que bastava dispor das armas certas. Donald Trump terá reagido, sugerindo que “talvez tenha chegado a altura de os russos sentirem dor”.

Ontem à noite, a Casa Branca acusou o Financial Times de retirar as palavras de contexto e Donald Trump veio desmentir a informação, garantindo que Washington não vai fornecer mísseis de longo alcance a Kiev. Segunda-feira, as autoridades norte-americanas comprometeram-se a enviar equipamentos militares à Ucrânia, incluindo mísseis Patriot.

Moscovo já reagiu ao plano americano, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse que a decisão será um prolongamento da guerra.

“Esta decisão tomada por Washington, nos países da Nato directamente em Bruxelas será vista por Kiev não como um sinal a favor da paz, mas sim como uma continuação da guerra”, referiu.

Por seu lado, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, considerou que o Presidente norte-americano está sujeito a uma forte influência da União Europeia e da NATO, que, segundo ele, apoiam Zelensky na continuação do envio de armamento moderno para a Ucrânia, incluindo armamento ofensivo.

"É evidente que ele está sob uma enorme, eu diria, indecente pressão da União Europeia e da actual liderança da NATO, que apoiam descaradamente as exigências de Zelensky para continuar a abastecê-lo com armamento moderno, incluindo armamento ofensivo, à custa de cada vez mais prejuízos para os contribuintes dos países ocidentais”, concluiu.ANG/RFI

 

CPLP/Ministro da Agricultura reafirma compromisso de trabalhar   para garantia de segurança alimentar em estados-membros

Bissau, 16 Jul 25 (ANG) – O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Guiné-Bissau reafirmou o compromisso de  trabalhar com os parceiros   para que nenhum cidadão de países membros da CPLP passe  fome ou viva sob risco constante de fome.

Keta Baldé  falava após ter assumido a presidência  do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional(COSAN) da CPLP, que decorreu em Bissau, no quadro da XV cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa(CPLP) que terá lugar, na sexta-feira(18),em Bissau.

Baldé disse não se tratar de uma mera declaração simbólica mas sim um imperativo moral, politico e civilizacional, para além de ser  “uma exigência de justiça social, de dignidade humana e de soberania dos nossos povos”.

“Na Guiné-Bissau, estamos convictos de que a segurança alimentar e nutricional não se constrói exclusivamente com políticas públicas centralizadas. Exige-se um ecossistema institucional inclusivo, articulado e robusto”, afirmou.

O novo Presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP(COSAN-CPLP) referiu que a fome não é apenas uma questão de agricultura mas sim  o risco da estabilidade e da  paz, e que a  Guiné-Bissau tem  enorme potencial agrícola, com solos férteis, clima favorável  e conhecimento tradicional, mas que continua a enfrentar obstáculos com a baixa mecanização, dificuldades de conservação após colheita,e fraco acesso ao crédito.

Acrescentou que apesar dessa situação, o Governo está empenhado em tranformar o sector agricola, modernizando a produção, apoiar a junventude e promover agricultura familair com técnicas adaptadas as realidades e que garantam a qualidade nutricional.

Keta Baldé indicou o caso da Etiope, para justificar que a  agricultura pode ser pilar da reconstrução nacional, razão pela qual disse que é  preciso agir com unidade e visão estratégica para enfrentar os efeitos das alterações climáticas, da inflação global e dependência das importações.

O ministro da Agricultutra e Desenvolvimento Rural referiu que na  reunião realizada em Luanda, a Guiné-Bissau promoveu um amplo processo de consulta e diálogo, através do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.  E disse que este processo culminou com  elaboração da Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

O presidente do Conselho da segurança  Alimentar da CPLP disse esperar  que  a reunião de Bissau se afirme como um marco ético e politicona luta contra a fome, com uma agenda  baseada em cinco compromissos fundamentais, nomeadamente, a colocação dos  pequenos produtores no centro das politicas públicas; Reforço a resiliência dos sistemas alimentares, Redução  drástica das perdas e  desperdicios de alimentos, aprofundamentp da  cooperação entre os Estados e povos da CPLP, valorização dos  saberes tradicionais e a diversidade alimentar como pilares da sustentabilidade.

Keta Baldé disse  que a presidência guineense do CONSAN-CPLP está determinada a deixar um legado concreto, pelo que apresentou um Plano de Atividades de Bissau para o período 2025-2027, que prioriza, a implementação efetiva da ESAN-CPLP,  mobilização de recursos e o fortalecimento institucional.

Desse estar  certo que a Declaração de Bissau vai refletir   o  compromisso coletivo com a erradicação da fome, o respeito pelos Direitos Humanos, à alimentação adequada, e ao fortalecimento de sistemas alimentares sustentáveis e justos, em todos os Estados-Membros. ANG/LPG//SG

 

terça-feira, 15 de julho de 2025

Moçambique/Parlamentos lusófonos rejeitam travar cimeira da CPLP na Guiné-Bissau 

Bissau, 15 Jul 25 (ANG) - A nova presidente da Assembleia Parlamentar dos países lusófonos, a moçambicana Margarita Talapa, rejeitou hoje qualquer impedimento à realização da próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP na Guiné-Bissau, como pedia o parlamento daquele país.

“Penso que temos de respeitar a separação de poderes. Nós temos as nossas funções como parlamentos e os chefes do Estado também têm suas responsabilidades. Não vai ser a Assembleia Parlamentar [da CPLP] que vai decidir a não realização de uma cimeira", declarou a nova presidente da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), Margarida Talapa, presidente do parlamento moçambicano, ao dirigir a primeira sessão ordinária do órgão, em Maputo, após tomar posse.

A Guiné-Bissau enviou hoje uma carta à AP-CPLP pedindo que se "recuse a dar cobertura institucional a eventos que contradigam os princípios democráticos e os fundamentos legais da nossa comunidade", referindo-se à realização da cimeira da CPLP, a decorrer na sexta-feira em Bissau.

Na carta, o parlamento guineense, que não teve representante na 14.ª Assembleia Parlamentar da CPLP que termina hoje, indica que "atravessa uma anomalia constitucional grave".

"A aparência de estabilidade não pode ocultar a ausência de legalidade democrática. A paz não se impõe com silêncios. A cidadania não floresce onde o medo se sobrepõe à liberdade", apontava, denunciando o encerramento do parlamento, que permanece "militarizado".

Por isso pede ao órgão que se reforcem os mecanismos de acompanhamento da situação política e parlamentar nos Estados-membros e que "se abstenha de legitimar processos de exclusão ou suspensão de parlamentos democraticamente eleitos".

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento do país em dezembro de 2023, antes de passados os 12 meses, fixados pela Constituição, das eleições legislativas ganhas pela Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). 

Bissau acolhe na sexta-feira a XV Cimeira da CPLP, em que irá assumir a presidência rotativa da CPLP por dois anos, sucedendo a São Tomé e Príncipe, e deverá ser decidida a presidência seguinte.

Falando na sessão, a nova presidente da AP-CPLP prometeu que o órgão vai fazer o devido acompanhamento da situação de Guiné-Bissau, mas pediu atenção à observância das atribuições do órgão.

"Nós temos de respeitar os limites das nossas atribuições e não irmos para além daquilo que são as nossas atribuições, dos parlamentos. Nós, como presidente, tomamos [como] posição [que] neste momento vamos continuar a fazer o acompanhamento da situação da Guiné", acrescentou Talapa, prometendo igualmente enviar uma equipa de observação ao escrutínio.

"Foram marcadas as eleições para este ano, vamos fazer o devido acompanhamento, vamos criar condições para que possamos participar efetivamente como observadores criando um grupo que irá para lá", disse Margarida Talapa.

Moçambique assumiu hoje a presidência rotativa da AP-CPLP sucedendo à Guiné Equatorial, num mandato de dois anos que assume ser focado na paz e inclusão.

"Esta é uma caminhada que deve ser coletiva, e que cada país deve assumir o seu papel para o crescimento da organização para promover mais união, coesão e trabalho conjunto", disse Margarida Talapa, ao assumir o cargo.

Voltou a prometer apostar no fortalecimento da democracia e Estado de Direito e no acompanhamento da execução do acordo de mobilidade entre os países-membros, incluindo a realização de reuniões periódicas com vista a assegurar acordos que facilitem a mobilidade na CPLP.

Talapa assumiu que vai focar-se na atração de investimentos privados com harmonização de taxas alfandegárias e fiscais entre países-membros e na promoção da língua portuguesa e da cultura dos países da CPLP, incluindo revisão dos estatutos do órgão e avanços em matérias de igualdade de género.

Fundada em 1996, a CPLP integra nove países - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. ANG/RFI

            Nigéria/Pelo menos 27 mortos e vários feridos num ataque

Bissau, 15Jul 25 (ANG) - Pelo menos 27 pessoas foram mortas e várias feridas num ataque desencadeado por um grupo de homens armados no estado de Plateau, no centro da Nigéria, anunciaram hoje fontes locais.

"Vinte e sete pessoas inocentes foram mortas a tiros e algumas a golpes de machetes, principalmente mulheres. Muitos feridos foram transportados para o hospital. Suspeitamos que os agressores sejam criadores de gado, [da etnia] fula", disse Haggai Gankis, secretário da organização local dedicada à juventude, Berom Youth Moulders.

O estado de Plateau sofre há muito tempo com a violência, que se intensificou recentemente devido aos efeitos das alterações climáticas, entre criadores de gado, muçulmanos e agricultores, predominantemente cristãos, pelo controlo de terras e recursos.

Segundo Gankis, o ataque ocorreu na noite de segunda-feira, quando os agressores entraram numa aldeia, dispararam e mataram as suas vítimas.

"Estávamos a dormir quando ouvimos tiros. Os assaltantes dispararam (...) [e] também usaram machetes para matar muitas pessoas", disse David Chuwang, um morador.

Segundo Chuwang, entre os cadáveres foram encontrados alguns estavam queimados e, por isso, irreconhecíveis. ANG/Lusa

 

ONU/Secretário-executivo da UNECA defende ações urgentes para financiamento inovador em África

Bissau, 15 Jul 25 (ANG) - O secretário-executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) defendeu hoje "ações urgentes" para garantir que os sistemas de inovação no financiamento sejam utilizados de forma coordenada e em grande escala.

"As ferramentas digitais e a ciência orientada para missões podem acelerar a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mas apenas se os sistemas forem inclusivos e apoiados por financiamento inovador e real em grande escala", afirmou Claver Gatete, na abertura do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável (HLPF) de 2025, que decorre esta semana em Nova Iorque.

Durante a participação na sessão sobre a implementação dos ODS, o também subsecretário-geral das Nações Unidas defendeu igualmente "ações urgentes para colmatar as lacunas de financiamento global", particularmente em África, onde as necessidades de financiamento do desenvolvimento têm um défice de quase 200 mil milhões de dólares (171 mil milhões de euros) por ano.

Claver Gatete salientou a importância de traduzir a inovação em resultados concretos, especialmente em África e noutras regiões que enfrentam profundas disparidades de desenvolvimento, que se revelam nos elevados índices de pobreza.

"Não podemos acabar com a pobreza se não conseguimos medi-la com precisão", afirmou, admitindo que "está na altura de passar de medir o que é conveniente para medir o que é importante" e destacando um novo projeto sobre a medição da pobreza no continente.

O Índice de Pobreza Multidimensional (MPI) para os países africanos, lançado recentemente, liga dados espaciais sobre a pobreza à vulnerabilidade climática, fluxos migratórios, tendências de paz e segurança e execução orçamental, proporcionando aos governos uma visão mais completa sobre a alocação de recursos e a melhoria da proteção social, segundo a UNECA.

No Fórum, Gatete defendeu um financiamento mais justo, ferramentas mais inteligentes e um caminho mais inclusivo para 2030 para os países do continente africano, de acordo com um comunicado da UNECA enviado à Lusa.

Durante as reuniões que decorrem em Nova Iorque, a ONU considerou "altamente improvável" erradicar a pobreza extrema até 2030 devido à lenta recuperação dos impactos da pandemia da covid-19, à instabilidade económica, aos choques climáticos e ao crescimento lento na África subsaariana, segundo um relatório hoje divulgado.

A erradicação da pobreza é o primeiro dos 17 ODS das Nações Unidas - cujo prazo de alcance está fixado em 2030 - e visa acabar com a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares. 

Contudo, segundo o relatório anual sobre o progresso nos ODS, hoje apresentado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, a meta de 2030 está cada vez mais longe de ser alcançável, com uma em cada 10 pessoas em todo o mundo a viver atualmente na pobreza extrema.

A ONU estima que este ano 808 milhões de pessoas viverão em extrema pobreza -- acima da previsão anterior de 677 milhões de pessoas -- representando 9,9% da população mundial, ou uma em cada 10 pessoas.

Mais de três quartos da população global em pobreza extrema viverão na África subsaariana ou em países frágeis e afetados por conflitos, frisa.

Na divulgação do relatório anual dos progressos nos ODS, a ONU sublinhou ainda que, uma década após a adoção da Agenda 2030, só 35% das metas estabelecidas estão no bom caminho para serem alcançadas ou apresentam progressos moderados, enquanto quase metade está a avançar muito lentamente e 18% regrediram.

"Estamos perante uma emergência de desenvolvimento", admitiu o secretário-geral da ONU, António Guterres, na apresentação do relatório na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Embora milhões de vidas tenham melhorado nos últimos anos com os apoios em saúde, educação, energia e conetividade digital, o ritmo da mudança continua "a ser insuficiente" para atingir os Objetivos até 2030, de acordo com o documento.ANG/Lusa

Brasil/ MP  pede condenação de Bolsonaro por golpe de Estado

Bissau, 15 Jul 25 (ANG) - O procurador-geral do Brasil pediu a condenação do ex-Presidente Jair Bolsonaro e de sete antigos colaboradores por tentativa de golpe de Estado contra o atual Presidente, Lula da Silva.

"O documento pede a condenação dos acusados por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado", lê-se no comunicado divulgado pelo Ministério Público Federal brasileiro, referindo-se às alegações finais de Paulo Gonet ao Supremo Tribunal Federal.

Bolsonaro e os outros arguidos, incluindo ex-ministros do seu Governo e militares de alta patente, enfrentam uma possível pena entre 12 e 40 anos de prisão.

O procurador-geral "ressaltou que a acusação baseou-se em amplo conjunto probatório como manuscritos, arquivos digitais, trocas de mensagens e planos que revelam a trama conspiratória contra as instituições democráticas".

Na mesma nota, o Ministério Público frisou que os depoimentos "ao longo do julgamento evidenciaram envolvimento dos denunciados em uma organização criminosa com o objetivo de impedir o funcionamento dos poderes da República e depor um governo legitimamente eleito, além da depredação de prédios públicos".

Gonet ligou assim diretamente Bolsonaro e os outros sete arguidos aos ataques de radicais às sedes dos três poderes em Brasília, em 08 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula da Silva.

Uma vez apresentadas as alegações finais da acusação, será agora a vez dos arguidos apresentarem as suas posições sobre o caso.

Só então o julgamento entrará na sua fase final e estará pronto para a sentença, que o próprio tribunal prevê que ocorra entre setembro e outubro.

Além do processo contra estes oito arguidos, acusados de serem os líderes da conspiração golpista, aguardam julgamento outros cerca de trinta suspeitos. ANG/Lusa

Rússia/ Kremlin declara dissipabilidade de  voltar à mesa de negociações com a Ucrânia

Bissau, 15 Jul 25 (ANG) - O porta-voz do Kremlin anunciou esta terça-feira, que Moscovo está disposto a voltar à mesa de negociações com a Ucrânia, sublinhado que precisa de tempo para responder às declarações "sérias" de Donald Trump, que deu 50 dias à Rússia para a acabar com a guerra.

O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, explicou que Moscovo precisa de tempo para analisar e responder o que classificou de declarações "sérias" de Donald Trump.

Dmitry Peskov reiterou a ideia de que do lado russo há disponibilidade para negociar e acusa os ucranianos de não estarem na mesma pauta, aproveitando as declarações de americanos, europeus e países da NATO para manterem a guerra acesa.

Ontem, o Presidente norte-americano mostrou-se desiludido com a falta de progresso nas negociações entre Rússia e Ucrânia, dando 50 dias aos russos para que se chegue a um acordo, ameaçando Moscovo e os seus aliados com pesadas tarifas comerciais.

No ano passado, os principais parceiros comerciais da Rússia foram a China, responsável por cerca de 34% do comércio total, bem como, em menor escala, a Índia, a Turquia e a Bielorrússia. Pequim denunciou na terça-feira “coerção que não leva a lugar nenhum”.

Horas depois, em entrevista à BBC, Donald Trump admitiu que não desistiu de procurar um acordo com Moscovo para pôr fim à guerra na Ucrânia. Nesta segunda-feira, Donald Trump revelou que vai enviar mísseis de defesa aérea Patriot para a Ucrânia. ANG/RFI

 

Ambiente /  Ministro diz que inscrição das ilhas dos  Bijagós na lista de Património Natural Mundial da UNESCO é um desafio para país

Bissau, 15 Jul 25 (ANG) – O Ministro do Ambiente, da Biodiversidade e da Ação Climática da Guiné-Bissau, disse que a classificação, no domingo, pela UNESCO, em Paris, do Arquipélago de Bijagós como Património Mundial Natural é um desafio para o país.

Viriato Cassamá  falava hoje no aeroporto intencional Osvaldo Vieira, após regressar de Paris, onde participou na  47ª reunião do Comité do Património Mundial da UNESCO, na qual foi  anunciada a inclusão do Arquipélagos de Bijagós, na lista de Património Natural Mundial.

Defendeu a rigorosidade na gestão e exploração dos recursos naturais do Arquipélago dos Bijagós, porque, segundo o ministro do Ambiente, a partir de agora a gestão das ilhas será partilhada.

Para garantir a conservação do arquipélago, disse que vai ser preciso trabalhar de mãos dadas, sobretudo com alguns ministérios, nomeadamente o Ministério dos Recurso Naturais,  da Administração do Território e Poder Local e das Pescas para garantir uma exploração dos recursos com base em critérios internacionalmente aceites.

“No ano que vem uma missão do Comité do Património Mundial da UNESCO estará no país para uma avaliação daquilo que apresentamos na candidatura”, disse Cassamá.

Enalteceu a magistratura de influência exercida pelo Presidente da República, sobretudo pelo convite que fez a Diretora-geral da UNESCO  para vir ao país e visitar o Arquipélago para constatar as potencialidades naturais da Guiné-Bissau.

Ao referir-se ao falhanço da candidatura da Guiné-Bissau em 2013,  Cassamá afirmou que desta vez  a candidatura foi “muito bem preparada”.

“Em 2013  o país apresentou uma candidatura que, infelizmente, não passou, por causa de algumas falhas. Foram feitas várias recomendações por parte do Comité do Património Mundial e nós durante os últimos anos, trabalhámos para cumprir com todos os pressupostos elencados na altura pelo Comité e conseguimos cumprir com todos esses pressupostos, razão pela qual reapresentámos a candidatura do Arquipélago de Bijagós ao sítio de Património Natural da UNESCO", sublinhou informou.

Viriato Cassamá referiu  que  a elevação do Arquipélago de  Bijagós ao Património Natural Mundial da UNESCO é resultado de  trabalhos de um conjunto de personalidades, mas destacou os nomes de  Guilherme da Costa,( quadro sénior do Ministério do Ambiente) Alfredo Simões da Silva(Ex diretor do IBAP) e Dauda Sow. ANG/LPG//SG

 CPLP/ Diretora-geral da Cooperação Internacional, Maria Pinto Cardoso assume  coordenação dos Pontos Focais da Comunidade

Bissau, 15 jul 25 (ANG) – A Diretora-Geral da Cooperação Internacional da Guiné-Bissau assumiu a Coordenação dos Pontos Focais da Cooperação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Maria Pinto Cardoso  assumiu o cargo no  final da 50ª reunião dos pontos Focais  da comunidade, que decorreu entre segunda e terça-feira, em Bissau, no âmbito da XV Cimeira de Chefes de Estado e Governo da CPLP.

No  discurso de encerramento defendeu o fortalecimento das ações ligadas a educação, cultura, saúde e igualdade de género entre tantos outros, e diz que   será uma prova da força da CPLP , enquanto  instrumento de transformação positiva das  sociedades nos nove países membros.

Maria Cardoso agradeceu a confiança depositada na sua pessoa para assumir a função de coordenação dos Pontos Focais da Cooperação da CPLP, no contexto da Presidência rotativa da Guiné-Bissau. um país, que  reafirma o seu papel ativo na consolidação da  comunidade.

“Esta 50ª reunião além de simbolizar um marco histórico no percurso da nossa colaboração, reafirma também a vitalidade do trabalho técnico e estratégico que os pontos focias tem desenvolvido com grande dedicação”, enalteceu Maria Cardoso.

A nova coordenadora de Pontos Focais de Cooperação da CPLP reafirmou o compromisso de salvaguarda dos valores que  unem os membros da comunidade , a língua portuguesa ,o diálogo como ferramenta diplomática e a cooperação para o desenvolvimento.

Disse que as discussões que se encerram foram ricas, pertinentes e demonstraram, mais uma vez, o quanto é possivel avançar juntos, respeitando a diversidade  que  careteriza e valoriza a experiência de cada Estado.

A diretora geral da Cooperação Internacional da Guiné-Bissau agradeceu em nome da Presidência da Guiné-Bissau à todos os que contribuiram para o sucesso da reunião e aos pontos focais pelo rigor e pela franquesa na suas opiniões. E ainda ao Secretariado Executivo da CPLP  pelo contínuo apoio, tido como  essencial para a articulação  das  deliberações.

Segundo Maria Pinto Cardodos,  os compromisso assumidos  nesta reunião, reafirmaram o empenho em promover uma CPLP mais próxima dos cidadãos e mais dinâmica nas suas iniciativas e mais  relevante no cenário internacional.

“Contem comigo para trabalhar de forma colaborativa, escutando e promovendo ações que contribuam para uma CPLP cada vez mais coesa, resiliente e promotora do desenvolvimento sustentavel”, declarou.

Disse esperar  a  50ª  reunião seja lembrada,  não apenas como um marco númerico, mas como um verdadeiro ponto de viragem para uma nova etapa de cooperação  mais ousada, mais eficaz e sobretudo  mais humana.

O Coordenador do Programa da CPLP Philip Baverstoock agradeceu a colaboração de todos pelo andamento dos trabalhos e a vontade que expressaram, que permitiu uma interação mais proxima sobre como  melhorar a cooperação ao nivel da CPLP.

ANG/LPG//SG

 

Regiões/Chefe de tabancas de Farim preocupado com má condições de estrada  daquela zona Norte do país  

Farim, 15 Jul 25 (ANG)- O Chefe de tabancas do Setor de Farim, Lassana Baio agradece ao Presidente da República Umaro Sissoco Embaló pelo cumprimento da promessa de oferta de camas e máquina de lavoura feita em maio passado.


Em declarações ao Correspondente da ANG na Região, Baio disse que chegaram ao sector em cumprimento dessa  promessa 20 camas e uma máquina para a lavoura.

Mudando de assunto, Lassana Baio lamenta as mãs condições em que se encontram a estrada que liga Farim à Cuntima.

 “Para esta zona faltam meios de transporte para atender as necessidades de deslocação das populações   à diferentes localedades. Lamentavelmente esta situação tem que ver com o estado degradante da estrada que liga Farim à Cuntima”, disse.

Apelou  as autoridades regionais e Central para se empenharem mais no processo  de desenvolvimento das diferentes regiões da Guiné-Bissau, devido ao estado da degradação progressiva em que encontram em vários domínios.

Baio aproveitou a ocasião para exortar aos criadores de gado o cumprimento do acordo assinado com os agricultores, relativamente aos  cuidados com os animais para que não danifiquem as culturas. ANG/AD/AALS//SG

                       Cultura/CPLP Lança  3ª edição PAV  dia 1 de Agosto  

Bissau, 15 Jul 25 (ANG) – A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) anuncia o lançamento oficial da 3ª edição do Programa CPLP Audiovisual (PAV III) no próximo dia 1 de Agosto , com várias  eventos programados nas nove capitais dos Estados-Membros da comunidade.

A informação consta na página Oficial do Facebook da CPLP, visitada hoje pela ANG.

A mesma publicação indica que o objetivo central do PAV III é implantar uma política compartilhada de   desenvolvimento do setor audiovisual nos Países de Língua Portuguesa, através da realização de programas de fomento à produção e a teledifusão de documentários e obras de ficção.

O PAV III conta com investimentos aportados por Angola, Brasil e Portugal, sendo coordenado pelo Secretariado Executivo da CPLP, através de uma Unidade Técnica implantada pelo  Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros (ICAB) para o gerenciamento executivo do programa nos nove países participantes da Rede CPLP Audiovisual. 

A organização acrescenta que o PAV III 2025 - promoverá a realização de Convocatórias Nacionais de seleção de projetos de documentários e obras de ficção em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O lançamento das Convocatórias Nacionais será no dia 01/08/2025, simultaneamente, em todas as capitais dos Estados-Membros da CPLP.

 O PAV 2025  desenvolve vários eixos de  trabalho, nomeadamente a realização de um amplo conjunto de ações de formação e capacitação, seja em dinâmicas implementadas em cada Polo Nacional participante, seja em dinâmicas unificadas, envolvendo participantes do conjunto dos Polos Nacionais, ora em regime presencial, ora em atividades online.

 Serão realizadas oficinas voltadas à formação em gestão , desenvolvimento de projetos, técnicas de fotografia e captação de som, montagem, curadoria de programação e planejamento de difusão. 

A composição do Painel Audiovisual da CPLP promoverá o impulso na cooperação setorial entre os Estados-Membros e com os parceiros internacionais, além de localizar áreas estratégicas para a formulação de novas políticas públicas para o audiovisual nos contextos nacionais e multilaterais.

Pesquisa e Publicação relativa ao mapeamento dos setores audiovisuais dos Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O Processo de diagnóstico da cadeia produtiva dos setores audiovisuais dos países da Rede CPLP AV com levantamento dos agentes atuantes no setor,os  indicadores de infraestrutura, volume de produção, expressão econômica, estruturas de governança e marcos regulatórios em cada cenário nacional.

O Programa de Intercâmbio e compartilhamento de conteúdos entre as emissoras públicas de televisão dos Estados-Membros da CPLP, voltado ao licenciamento e teledifusão de documentários produzidos e selecionados na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. 

Cada país participante da Rede CPLP AV selecionará um documentário nacional para licenciamento de exibição, compondo uma série de 09 obras, cuja temática apresentará uma visão contemporânea das realidades nacionais e da diversidade cultural do mundo da língua portuguesa. 

As obras comporão uma faixa de programação a ser exibida, em período simultâneo, nas emissoras públicas da REDE CPLP. ANG/JD//SG

segunda-feira, 14 de julho de 2025

        Rússia/Escritor Boris Akunin condenado a 14 anos de prisão 

Bissau, 14 Jul 25 (ANG) –O tribunal do Segundo Distrito Militar Ocidental proferiu a sentença contra o autor, de 69 anos, especificando que a condenação também se deve por o escritor se recusar a cumprir os deveres como agente estrangeiro, uma lista na qual foi incluído em 2023.

Akunin, exilado há mais de uma década, é acusado de justificar o terrorismo, de contribuir para atividades terroristas e de se recusar a cumprir os deveres como agente estrangeiro, uma lista em que foi colocado em 2023.

O escritor, que desde 2014 se tem mostrado muito crítico em relação à guerra na Ucrânia, terá de cumprir a pena numa prisão de segurança máxima, explicou o procurador durante a audiência no tribunal do Segundo Distrito Militar Ocidental.

No início do ano passado, já tinha sido declarado procurado por defender ações terroristas e divulgar informações falsas sobre as forças armadas russas.

Em 2000, Akunin (pseudónimo de Grigori Chjartishvili) foi declarado "escritor russo do ano" e recebeu numerosos prémios fora da Rússia, foi incluído numa lista de "extremistas e terroristas" em 2023.

O escritor ganhou fama com uma série de romances ambientados na segunda metade do século XIX e no início do século XX, em que Erast Fandorin, um detetive, se tornou uma personagem cativante para os leitores.

Na véspera do início da guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Akunin deu uma entrevista à agência de notícias EFE na qual acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de ser "um ditador" com ambições pós-imperialistas e de ter levado o país a um estado de "semi-desintegração".

Moscovo considera a Ucrânia e as outras antigas repúblicas soviéticas parte da sua "zona de influência" e não quer que esta diminua. Toda a crise ucraniana, desde a tomada da Crimeia até ao financiamento da revolta no Donbass, é um castigo para a Ucrânia porque, em 2014, o novo governo decidiu virar-se do Leste para o Oeste", afirmou, na altura, o autor.

Akunin descreveu Putin como "um político do século XX", quando se pensava que "quanto mais território um país tem e quanto mais temido é no mundo, mais poderoso é".

Apesar de considerar que "ainda tem um longo caminho a percorrer para ser como [Josef] Estaline", Akunin disse acreditar que Putin está a seguir o caminho do ditador: "eliminar a divisão de poderes, privar as regiões de toda a autonomia, colocar-se à margem de qualquer crítica, destruir a independência judicial".ANG/Lusa

 

        Ucrânia/ Estados Unidos confirmam entrega de mísseis Patriot

Bissau, 14 Jul 25 (ANG) – O enviado americano, Keith Kellog, chegou nesta segunda-feira ao país, escassas horas após o presidente Donald Trump ter confirmado que forneceria à defesa ucraniana mísseis Patriot. 

A Ucrânia pede mais meios de defesa para fazer face aos ataques massivos da Rússia, protagonizados por mísseis e drones.

Donald Trump admitiu no domingo que os ucranianos precisavam, mesmo, de mísseis Patriot, admitindo que o seu homólogo russo muitas vezes diz uma coisa, mas faz outra.

Será, porém, a União Europeia, a assumir os custos destes mísseis enviados pelos Estados Unidos, a Alemanha, nomeadamente, prontificou-se em pagar a operação.

De realçar que o presidente americano deve também avistar-se ainda esta semana com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, para abordar um leque de assuntos, incluindo a Ucrânia.

Entretanto a visita de Keith Kellog, emissário americano, que hoje começou deve ser o momento de passar em revista as questões mais prementes para a Ucrânia em termos de segurança.ANG/RFI

 Moçambique/ Assembleia parlamentar da CPLP inicia trabalhos da 14ª reunião

Bissau, 14 Jul 25 (ANG) - Arrancou nesta segunda-feira,  em Maputo, a 14ª reunião ordinária da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, com Moçambique a assumir a presidência rotativa da AP-CPLP.

Durante os próximos dois dias, os Estados membros vão debater questões relacionadas com a paz, democracia e boa governação. 

Moçambique vai assumir a presidência rotativa da AP-CPLP na 14.ª reunião que decorre, nos próximos dois dias, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, sucedendo à Guiné Equatorial, num mandato de dois anos, focado na paz e inclusão.

O chefe do grupo nacional junto à Assembleia Parlamentar da CPLP, Feliz Sílvia, referiu que as questões da paz, democracia e boa governação vão marcar a ordem dos trabalhos dos responsáveis políticos, sublinhado, porém que a Guiné-Bissau não estará presente na reunião.

"O principal tema a ser debatido dentro desta sessão tem a ver com a promoção da paz, democracia e boa governação. Com a excepção de Guiné-Bissau que antes havia confirmado a sua presença todos os países já confirmaram as presenças”, explicou.

Todavia, a antiga chefe da diplomacia guineense, Rute Monteiro, contactou a RFI para informar que a Guiné-Bissau se faz representar, virtualmente, nesta reunião pelo presidente da Assembleia, Domingos Simões Pereira, ela própria e outros dois deputados.

Recorde-se que o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o Parlamento do país em Dezembro de 2023, antes de passados os 12 meses, fixados pela Constituição, das eleições legislativas ganhas pela Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

A presidência cessante da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), liderada pela Guiné Equatorial, aproveitou a ocasião para pedir a aplicação do acordo de mobilidade entre lusófonos, reconhecendo as actuais dificuldades.

O acordo de mobilidade dentro da CPLP foi assinado em 17 de Julho de 2021, na capital angolana, pelos chefes de Estado e de Governo da comunidade, mas só alguns países avançaram com a sua aplicação.

 O chefe de Estado de Moçambique, Daniel Chapo, falou da necessidade de se aprofundar o diálogo para a construção de uma cidadania intercomunitária que promova a mobilidade dos cidadãos”, acrescentando ainda que tudo fará para promover “o intercâmbio do conhecimento com vista a desenvolvimento sustentável e equitativo dos nossos países e povos”.

A 14a reunião ordinária da Assembleia parlamentar da CPLP decorre por dois dias na capital moçambicana. Fundada em 1996, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa integra nove países – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.ANG/RFI

 

    França/UNESCO: Arquipélago dos Bijagós já é Património Mundial Natural

Bissau, 14 Jul 25 (ANG) - O arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, foi classificado no domingo pela UNESCO, em Paris, como Património mundial natural.

Não era a primeira candidatura destas ilhas, que já são também Reserva da Biosfera. Viriato Cassamá, Ministro do Ambiente, da Biodiversidade Ação Climática, festejou com a sua delegação na capital francesa. O Insituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas  também celebrou o evento na noite de domingo, na capital guineense.

O Comité do Património Mundial da UNESCO está reunido até dia 16 em Paris, na sede da organização.

Foi neste contexto que o Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura anunciou no domingo ter validado este segundo pedido da Guiné-Bissau para que as Ilhas Bijagós ficassem doravante com o estatuto de Património Natural Mundial.

O arquipélago de 88 ilhas é habitado por 33 000 pessoas e possuía desde 1996 o estatuto de Reserva da Biosfera.

Estas ilhas têm três parques naturais, nas ilhas de Orango, em João Vieira e Poilão e nas ilhas Urok.

Uma área natural onde nidificam tartarugas, vivem hipópotamos e se alimentam aves migratórias, provenientes do norte da Europa.

O Ministro do Ambiente, Viriato Cassamá, contou à RFI, o que foi feito para que, desta feita, se alcançasse, mesmo, este prestigioso estatuto para as Ilhas Bijagós, após o chumbo de uma primeira candidatura há mais de uma década.

“Houve várias recomendações por parte do Comité do Património Mundial e nós, ao longo desses últimos anos, trabalhámos arduamente a fim de podermos cumprir com todos os pressupostos elencados na altura pelo Comité e, felizmente, conseguimos cumprir com todos esses pressupostos. A razão pela qual reapresentámos a candidatura do arquipélago dos Bijagós ao sítio de Património Natural da UNESCO.

Estamos a celebrar porque é um acontecimento que todo o povo e amigos da Guiné-Bissau tem acompanhado nestes últimos meses e, felizmente hoje, pela reacção de todo o pessoal, nota-se que todo o mundo está contente porque trata-se de um desígnio nacional, um património mundial natural no nosso país é muito importante. De mais a mais, é o primeiro que nós temos ao nível da Guiné-Bissau. Está todo o mundo contente. Estamos a festejar não só aqui em Paris, como também em Bissau, na sede do Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas. Hoje, às 19h de Bissau, iremos celebrar, mas quando regressarmos vamos ter que celebrar em força esta acontecimento”, disse o governante.

Mas qual será, de facto, a grande diferença entre a Reserva da Biosfera que já era? Este arquipélago guineense  agora chegar a este patamar. Prevêem-se grandes mudanças ?

“A Reserva da Biosfera é uma classificação que não chega ao patamar do Património natural mundial. Com certeza... nós estamos muito contentes porque a partir de agora, a Guiné-Bissau irá figurar no mapa do mundo no que toca à conservação da biodiversidade e do ambiente no seu todo, não é?”, disse Cassamá.

Mas não é uma faca de dois gumes ? Ou seja, mais visibilidade, maior notoriedade, talvez mais turismo, mais visitantes, maior pressão demográfica. E, de facto, o ambiente destas 88 ilhas é extremamente frágil, vulnerável, há muitas insuficiências a nível de infra-estruturas sanitárias e tantas outras.

Como é que vai ser gerir isto? E em que medida é que, de facto, o que é o "Tesouro" da Guiné-Bissau, em relação a esta área natural, pode ser mesmo preservada sem um afluxo que possa vir a colocar em causa este "tesouro"?

“Sem sombra de dúvida. Por isso é que há o princípio do desenvolvimento sustentável nós temos que saber equilibrar o desenvolvimento económico, cultural e ambiental, não é?

E é nesta base que se propôs a candidatura. Nós temos a plena consciência dos possíveis perigos, mas vamos trabalhar nisso porque agora a classificação passou, não é?

Mas vamos ter que trabalhar nisso. Vamos ter que ter um plano de acção. Como é que vamos gerir isto tudo? Porque nós temos uma política da sustentabilidade no país e vamos promover muito mais o turismo sustentável, porque esta passagem para o Património Mundial natural da UNESCO tem uma importância não só estratégica como também ecológica, cultural e socio-económica. Não é pelas seguintes razões que eu posso elencar aqui. O reconhecimento internacional do valor excepcional do património natural da Guiné-Bissau vai, com certeza, em termos de biodiversidade e conservação ambiental, como eu disse, colocar a Guiné-Bissau no mapa global da excelência Ambiental.

Também representa o reconhecimento oficial da comunidade internacional do valor universal que o arquipélago tem, particularmente pelas suas zonas húmidas, ecossistemas costeiros, florestas, mangais, praias onde se edificam as tartarugas marinhas e as zonas de alimentação de muitas aves migratórias que saem mesmo dos países nórdicos da Europa.

E como segundo ponto, nós apontámos muito o reforço da protecção e da conservação ambiental que irá permitir, com certeza, fortalecer os mecanismos de gestão e de conservação dos ecossistemas sensíveis através de parcerias técnicas e financeiras com algumas instituições internacionais.

Também iremos atrair muitos investimentos para protecção da biodiversidade. Neste caso, a protecção das espécies emblemáticas como o manatim africano, que estão em vias de extinção, as tartarugas marinhas, os hipopótamos e algumas aves migratórias.

Também temos que promover o "saber fazer" tradicional, porque o que temos nos Bijagós é graças ao "saber fazer" tradicional das comunidades ancestrais e tem posto em prática e passar este conhecimento para as novas gerações, não é? Por isso é que temos todo esse manancial de biodiversidade no arquipélago dos Bijagós. E temos que continuar e valorizar o saber fazer tradicional, preservar a identidade cultural única dos Bijagós. Nós pensamos que essa nossa política irá continuar. Irá ser o apanágio de toda a nossa acção. A sua inscrição também trará, com certeza, as oportunidades do desenvolvimento sustentável”, disse.

E o isolamento relativo em termos de acesso às comunicações aleatórias não podem ser um calcanhar de Aquiles para implementar muitas destas políticas ?

“Sem sombra de dúvida. Por isso é que existe um fundo do Comité do Património Mundial. É este fundo. Ainda tive reuniões paralelas antes de ontem. Fundo do Comité do Património Mundial está disposto para acompanhar a Guiné-Bissau. O arquipélago existe. Já há turismo na zona, independentemente de ser o Património natural mundial da UNESCO. Como disse e bem, já era Reserva da Biosfera. E, mas nós temos estado a equilibrar o turismo com a preservação da biodiversidade”.

Portanto, não será só Bubaque. João Vieira Outras ilhas poderão vir a ser apostas deste turismo tão ligado para o meio ambiente ?

“Sem sombra de dúvidas, sim, sim”.disse Viriata Cassamá. ANG/RFI