Boeing e FAA dizem que é
preciso mais tempo para corrigir sistema dos aviões 737 MAX
Bissau, 02 Abr 19 (ANG) – A Boeing e o
organismo que regula a aviação nos EUA dizem que a empresa precisa de mais
tempo para corrigir o sistema de controlo de voo que se suspeita ser
responsável por dois acidentes que mataram 346 pessoas.
A Administração Federal de Aviação (FAA,
na sigla em inglês) anunciou na segunda-feira que prevê as melhorias finais no
‘software’ da Boeing para os aviões 737 Max “nas próximas semanas”.
A Boeing deveria ter concluído essa
tarefa na semana passada, mas o porta-voz da FAA, Greg Martin, esclareceu que a
empresa precisa de mais tempo para se certificar de que identificou e respondeu
a todos os problemas.
A norte-americana Boeing, sediada em
Chicago, ofereceu o mesmo cronograma de tempo para convencer os reguladores de
que pode corrigir o ‘software’.
“A segurança é nossa primeira
prioridade, e vamos adoptar uma abordagem metódica e completa para o
desenvolvimento e teste da atualização”, disse o porta-voz da Boeing, Charles
Bickers.
A Boeing precisa de aprovação não apenas
da FAA, mas em outros países, incluindo Europa e China, onde as autoridades de
segurança que regulam a aviação já indicaram que vão conduzir os seus próprios
testes.
Os aviões deixaram de voar um pouco por
todo o mundo desde meados de Março.
A informação da FAA sugere que as
companhias aéreas podem ser forçadas a deixar em terra os seus aviões 737 Max
por mais tempo do que esperavam.
As companhias aéreas que possuem jactos
Max estão a recorrer outros aviões para preencher alguns voos que deveriam ser
garantidos por aquelas aeronaves, enquanto cancelam outros.
“Estamos cientes de que o regresso ao
serviço da nossa aeronave 737 Max pode ser adiada, e a nossa equipa trabalhará
com todos os clientes afectados por cancelamentos”, disse Ross Feinstein,
porta-voz da American Airlines.
A American Airlines apontava para um
regresso no final de Abril dos seus 24 Max 8s. No fim-de-semana, a Southwest
Airlines anunciou que seus 34 Max 8s serão removidos do cronograma até Maio, em
vez de meados de Abril. A United Airlines desactivou os seus 14 Max 9s até 05
de Junho.
Entretanto, o regulador da aviação dos
EUA e a Boeing aguardam por um relatório preliminar de investigadores etíopes
sobre o acidente de 10 de Março de um avião MAX 8 da Ethiopian Airlines, que se
despenhou logo após a descolagem.
A expectativa é que o relatório consiga
determinar se existem semelhanças entre o que aconteceu naquele voo e o
acidente de 29 de Outubro com o Boeing 737 MAX 8 da Lion Air, no Mar de Java,
ao largo da Indonésia. Os dois acidentes mataram 346 pessoas.
Dados do avião indonésio indicam que os
pilotos lutaram sem sucesso contra o sistema automatizado de controlo do avião,
que caiu no mar logo após a descolagem. De acordo com relatórios publicados, o
mesmo sistema foi activado no voo da Ethiopian Airlines.
A Boeing está a proceder a alterações no
sistema automatizado que serve para evitar que o nariz do avião suba.
As mudanças incluem contar com leituras
de mais de um sensor antes que o sistema seja activado e empurre o nariz para
baixo, tornando as acções do sistema mais fáceis de gerir pelos pilotos.
Dois pilotos da American Airlines que
participaram numa sessão com especialistas da Boeing na semana passada
expressaram a sua satisfação com as mudanças efectuadas pelo fabricante.
O piloto chefe da American 737, Roddy
Guthrie, disse que a Boeing acrescentou “alguns controlos e equilíbrios que
tornarão o sistema muito melhor”.
Enquanto isso, o Congresso
norte-americano está a averiguar a relação entre a Boeing e a FAA. A Comissão
de Transportes e Infra-estruturas da Câmara dos Representantes disse na
segunda-feira que solicitou registos da comunicação entre a Boeing e a FAA
relacionados com a certificação do 737 Max.
ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário