Burquina Faso/Junta militar que tomou o poder pede apoio à CEDEAO
Bissau, 28 Jan 22 (ANG) - Paul-Henri Sandaogo Damiba, líder da junta militar que tomou o poder esta semana no Burkina Faso, apareceu na televisão do país pedindo apoio internacional à CEDEAO.
A organização
reúne-se hoje para debater a situação e possíveis sanções contra os militares à
frente do país.
O tenente-coronel Paul-Henri
Sandaogo Damiba apareceu pela primeira vez publicamente como o líder da junta
de militar que tomou o poder no Burkina Faso e destituiu o
Presidente, Roch Marc Christian Kaboré. A comunicação foi feita na
televisão e o líder militar pediu apoio internacional.
"Peço à comunidade internacional para que
acompanhe o nosso país, por forma a que ele possa sair, quanto antes, desta
crise, para retomar a sua caminhada rumo ao desenvolvimento. Percebo as dúvidas
legítimas suscitadas por esta ruptura no funcionamento normal do Estado. Mas
gostaria de tranquilizar o conjunto dos amigos do Burkina Faso quanto ao facto
que o país continuará a respeitar os seus compromissos internacionais
nomeadamente no que diz respeito aos direitos humanos", disse Damiba
na sua comunicação.
Este apelo surge apenas algumas horas
antes da reunião virtual dos líderes da A Comunidade Económica dos Estados
da África Ocidental (CEDEAO) que vai decorrer nesta sexta-feira. O encontro vai
servir para debater a situação no urkina Faso, mas também analisar as causas e
possíveis soluções para três países membros da organização - Mali,
Guiné-Conacri e Burkina Faso - terem tido golpes de Estado nos últimos 18
meses.
Ainda na sua mensagem ao
país, Paul-Henri Sandaogo Damiba prometeu eleições livres "assim que
as condições estiverem reunidas".
"Comprometo-me em convocar as forças vivas da
nação para esboçar um roteiro tendo por finalidade projectar e realizar a
recuperação a que aspiram todos os cidadãos. Assim que as condições estiverem
reunidas, de acordo com os prazos definidos de forma soberana pelo nosso povo,
comprometo-me a um regresso a uma vida constitucional normal",
garantiu.
Na quinta-feira, a junta militar reuniu-se
com os principais representantes do sector económico do país, garantindo que as
tomadas de decisão em relação ao futuro do país serão feitas em parceria com a
sociedade civil.
A junta esteve ainda com os ministros
depostos, pedindo-lhes para não abandonarem o país e prometendo que também eles
serão incluídos numa solução de futuro para o país.
Todas as instituições democraticamente
eleitas no país foram dissolvidas, não se conhecendo até agora o paradeiro do
Presidente Kaboré, de 64 anos, e com fontes a garantirem à AFP que o
político estará de "boa saúde". ANG/RFI
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