Maláwi/Líderes regionais aprovam prorrogação da missão militar em Cabo Delgado
Bissau,13 Jan 22(ANG) - A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovou quarta-feira a prorrogação da missão militar que apoia Moçambique no combate a grupos rebeldes em Cabo Delgado, indica um comunicado emitido no final da cimeira extraordinária que decorreu no Maláwi.
"A
cimeira aprovou o quadro de apoio à República de Moçambique no combate ao
terrorismo que delineia, entre outras, acções para consolidação da paz,
segurança e recuperação socioeconómica da província de Cabo Delgado",
refere a nota emitida a partir de Lilongwe, embora sem avançar detalhes
específicos sobre o prazo da permanência das forças estrangeiras em Moçambique.
No
total, a prorrogação foi aprovada por cinco chefes de Estado, quatro
vice-presidentes e cinco membros do Governo de países-membros da região, numa
cimeira presidida pelo chefe de Estado do Maláwi, Lazarus Chakwera, actualmente
presidente em exercício da SADC.
"A
cimeira notou progressos alcançados desde a implementação da missão da SADC em
Moçambique e alargou o seu mandato, o que tem implicações orçamentais",
frisa o documento, sem, no entanto, avançar os custos das operações.
Os
chefes de Estado da SADC aproveitaram para endereçar condolências às famílias
dos soldados dos países-membros abatidos durante as operações militares em Cabo
Delgado, destacando o compromisso da organização para com a estabilidade
regional.
Por
outro lado, acrescenta o documento, os líderes regionais encorajaram Moçambique
a prosseguir com o plano de realizar uma conferência internacional para apoiar
a reconstrução das zonas afectadas pelo terrorismo em Cabo Delgado.
"A
cimeira reconheceu a expressão de gratidão à SADC do Governo da República de
Moçambique pela continuação do apoio regional face aos actos de terrorismo e
extremismo violento em alguns distritos da província de Cabo Delgado, apesar
dos recursos limitados e os desafios actuais impostos pela pandemia",
acrescenta a nota.
O
evento de hoje foi antecedido, na terça-feira, pela cimeira extraordinária da
'troika' de Cooperação nas Áreas de Política e Defesa da SADC, presidida pelo
chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, que é presidente do órgão, que
também defendeu a prorrogação do mandato das forças estrangeiras em Cabo
Delgado.
A
província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017
por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista
Estado Islâmico.
O
conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de
conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades
moçambicanas.
Desde Julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas aos rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.ANG/Angop
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