Covid-19/Assinado acordo para dar acesso a medicamento antiviral a 105 países pobres
Bissau, 21 Jan 22 (ANG) – Um acordo abrangente foi quinta-feira assinado com a Medicines Patent Pool (MPP), organização de saúde pública apoiada pela ONU, para dar acesso a 105 países de baixo e médio rendimento ao comprimido anti-covid-19 do grupo farmacêutico Merck.
Segundo
um comunicado da MPP, várias dezenas de fabricantes de medicamentos genéricos
assinaram o acordo.
“É um
passo fundamental para o acesso universal a tratamentos contra a covid-19
extremamente necessários, e estamos confiantes (…) em que esses tratamentos tão
aguardados estarão rapidamente disponíveis em países de baixo e médio
rendimento”, declarou o director executivo da MPP, Charles Gore, citado no
comunicado.
O
contrato assinado com 27 empresas de todo o mundo surge na sequência do acordo
de licenciamento voluntário assinado com a Merck em Outubro de 2021 para
facilitar o acesso global, a um preço acessível, ao molnupiravir, o medicamento
antiviral oral experimental contra a covid-19 desenvolvido pelo grupo
farmacêutico norte-americano, precisou a MPP.
O
acordo dá às empresas abrangidas, que cumprem os rígidos critérios da MPP, a
autorização para produzir quer os ingredientes, quer o próprio medicamento.
Cinco
empresas vão concentrar-se no fabrico dos ingredientes, 13 produzirão
ingredientes e produto final e nove apenas o medicamento.
Essas
empresas estão sediadas em 11 países: Bangladesh, China, Egipto, Jordânia,
Índia, Indonésia, Quénia, Paquistão, África do Sul, Coreia do Sul e Vietname.
Em
meados de Novembro de 2021, a gigante farmacêutica Pfizer anunciou um acordo
semelhante com a MPP, que permitia aos fabricantes de medicamentos genéricos
licenciados fornecer o novo medicamento em associação com o ritonavir (um
medicamento utilizado contra o vírus da sida) a 95 países, cobrindo até cerca
de 53% da população mundial.
O
anúncio pela Merck e pela Pfizer destes tratamentos orais para a covid-19 traz
muita esperança ao combate à pandemia que já fez mais de 5,5 milhões de mortos,
segundo dados oficiais e, sem dúvida, muitos mais não-contabilizados.
Os
dois antivirais atuam diminuindo a capacidade do vírus para se reproduzir,
travando assim a doença. Fáceis de administrar, porque podem ser tomados em
casa, estes tratamentos representam um complemento às vacinas, que são
atualmente a forma mais eficaz de combater a covid-19.
O
tratamento com molnupiravir e o tratamento da Pfizer, comercializado com o nome
Paxlovid, devem ser feitos nos primeiros três a cinco dias seguintes à
manifestação dos sintomas de doença.
Estes
medicamentos são mais fáceis de produzir que as vacinas: não necessitam de uma
cadeia de frio e podem ser tomados pelo doente na sua casa, embora o facto de
deverem ser tomados rapidamente implique que haja testes disponíveis e que o
diagnóstico seja confirmado por um médico.
De
acordo com os mais recentes dados clínicos, o comprimido da Merck reduz o risco
de hospitalização e de morte em 30% entre a população frágil – muito menos do
que o laboratório tinha inicialmente anunciado.
O
tratamento da Pfizer reduz esse risco em 90%, segundo os ensaios clínicos.
A
covid-19 causou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia,
segundo o mais recente balanço da agência noticiosa France-Presse (AFP), com
base em dados oficiais.
Em
Portugal, morreram, desde Março de 2020, 19.447 pessoas e foram contabilizados
2.059.595 casos de infecção, de acordo com a última actualização da
Direcção-Geral da Saúde.
A
doença respiratória é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de
2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma
nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detectada na África Austral e, desde
que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em Novembro, tornou-se
dominante em vários países. ANG/Inforpress/Lusa
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