Covid-19/ África supera pico de nova vaga com menos 12% de infeções numa semana
Bissau, 28 Jan 22(ANG) – África, com 237 mil mortes associadas à covid-19 e 10,6 milhões de infecções, já ultrapassou o pico da nova vaga, ao registar menos 12% de casos que na semana passada, anunciou quinta-feira o diretor do África CDC.
“Um
total de 46 países, de entre os 55 Estados-membros da União Africana, estão neste
momento a passar pela quarta vaga de covid-19 e oito países estão na quinta
vaga. Um total de 40 países reportaram a presença da variante Ómicron”,
anunciou o diretor do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da
União Africana (África CDC), John Nkengasong, na conferência de imprensa
semanal virtual, difundida a partir de Adis Abeba.
Nos
últimos sete dias foram registados 238 mil novos casos de infeção pelo
coronavírus SARS-CoV-2 no continente, o que representa uma queda de cerca de
12% em relação à semana anterior.
“Ultrapassou-se
um pico e começamos a observar uma queda”, sublinhou Nkengasong. Em termos de
mortes, na última semana foram registadas 2.300 mortes, o que representa também
uma queda média de 19%.
Quanto
ao período das últimas quatro semanas, o África CDC reportou hoje uma queda
média do número de casos de infecção na ordem dos 5%, mas um aumento médio de
8% no número de mortes, o que Nkengasong considerou como “expectável”.
“Esperamos
nas próximas semanas começar a verificar um decrescimento no número de mortes”,
acompanhando a queda do número de casos de infecção que já se verifica,
acrescentou o diretor do África CDC.
O
continente reporta um total de 94,5 milhões de testes realizados desde o início
da pandemia.
Relativamente
à campanha de vacinação, África recebeu até agora um total de 580 milhões de
doses de vacinas anti-covid e ministrou 64% das mesmas. O número da população
africana totalmente vacinada é agora de 11%.
O
Egipto reporta uma taxa de vacinação completa de 24% da sua população elegível,
Marrocos, 62%; África do Sul, 27%; Moçambique, 29%; e Nigéria, 2,5%, de acordo
com a síntese apresentada pelo diretor do África CDC.
Confrontado
com a atual percentagem de vacinação de apenas 11% da população africana,
Nkengasong foi convidado a confirmar o objectivo fixado pelo África CDC de
vacinar 70% dos 1,3 mil milhões de habitantes do continente até ao final do
ano, o que o director da entidade coordenadora das políticas de saúde pública
da UA manteve.
John
Nkengasong começou por sublinhar que a vacinação de 70% da população africana
elegível é um “objectivo programático”, mas, “se a tendência se mantiver, 2022
deve ser o ano em que o vamos mesmo alcançar”, disse.
Quanto
ao tratamento da doença, em resposta a uma questão da Lusa, o diretor do África
CDC disse que o organismo tem estado a trabalhar com a Pfizer para “garantir o
fornecimento” do medicamento que está a ser desenvolvida pela farmacêutica.
“Estas discussões não são rápidas, mas estamos na direcção certa”, disse.
“Também
iniciámos conversações com a Merck, por forma a percebermos como poderemos ter
acesso ao medicamento que eles estão a desenvolver. Estamos abertos a
estabelecer compromissos com quaisquer empresas disponíveis para trabalhar
connosco para tornar os remédios acessíveis ao continente”, acrescentou
Nkengasong.
Os
responsáveis da União Africana e as farmacêuticas estão a prosseguir a “via
mais simples”, que é a de tentarem “estabelecer uma pré-encomenda e um acordo
que normalize o preço, muito semelhante aos acordos de pré-encomenda relativos
às vacinas”, explicou o diretor do Africa CDC.
“As
discussões com a Pfizer estão mais avançadas, já tivemos vários encontros nas
últimas semanas, esta semana vamos estar com a Merck. Assim que tivermos
quaisquer acordos disponibilizaremos essa informação”, concluiu.
A
covid-19 provocou 5.614.118 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia,
segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A
doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final
de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A
nova variante Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que
as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em Novembro, tornou-se
dominante em vários países, incluindo em Portugal.
ANG/Inforpress/Lusa
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