Ucrânia/”Rússia prefere a diplomacia à guerra”, diz Lavrov
Bissau, 28 Jan 22(ANG) – A Rússia quer resolver a crise sobre a Ucrânia pela via diplomática sem recurso à guerra, mas não permitirá que os seus interesses sejam violados ou ignorados, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
“Se
depender da Rússia, não haverá guerra. Não queremos guerras. Mas não
permitiremos que os nossos interesses sejam grosseiramente violados,
ignorados”, disse Sergei Lavrov, numa entrevista transmitida por várias
estações de rádio e televisão russas.
“Há
muitas décadas que escolhemos o caminho da diplomacia. Temos de trabalhar com
todos, esse é o nosso princípio”, disse, citado pelas agências de notícias
France-Presse e a espanhola EFE.
A
Ucrânia e os países ocidentais acusaram a Rússia de ter enviado pelo menos
100.000 tropas para a fronteira ucraniana, nos últimos meses, com a intenção de
invadir de novo o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da
Crimeia, em 2014.
A
Rússia negou essa intenção, mas disse sentir-se ameaçada pela expansão de 20
anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) ao Leste europeu e
pelo apoio ocidental à Ucrânia.
Moscovo
exigiu o fim da política de expansão da NATO, incluindo para a Ucrânia e a
Geórgia, a cessação de toda a cooperação militar ocidental com as antigas
repúblicas soviéticas e a retirada das tropas e armamento dos aliados para as
posições anteriores a 1997.
Os
Estados Unidos e a NATO rejeitaram formalmente, na quarta-feira, as principais
exigências de Moscovo, mas propuseram a via da diplomacia para lidar com a
crise.
Em
particular, abriram a porta a negociações sobre os limites recíprocos da
instalação dos mísseis de curto e médio alcance das duas potências nucleares
rivais na Europa, e sobre exercícios militares nas proximidades das fronteiras
do campo adversário.
Lavrov
considerou hoje que as respostas dos Estados Unidos às exigências da Rússia
sobre garantias de segurança são “bastante confusas”.
Admitiu
que encontrou “sementes de racionalidade” em “assuntos de importância
secundária”, como a questão das instalações de mísseis de curto e médio
alcance, e disse que o debate sobre esta questão tem sido rejeitado pelos
Estados Unidos.
“Agora,
propõem-se abordar a questão”, disse.
Quanto
à ameaça de novas sanções dos Estados Unidos, incluindo contra a liderança
russa e a desconexão do país dos sistemas financeiros internacionais, Lavrov
disse que “seria equivalente à rutura das relações”.
Os
presidentes russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, deverão realizar
conversações hoje, por telefone, sobre a crise ucraniana.
Macron
deverá propor a Putin um caminho para desanuviar as tensões entre a Rússia e os
países ocidentais, segundo a AFP.
A
França exerce, actualmente, a presidência rotativa do Conselho da União
Europeia. ANG/Inforpress/Lusa
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