Política/Opositor da Guiné-Conacri pede intervenção
do Presidente da Guiné-Bissau no processo de transição
Bissau,18 Jan 22(ANG) - O
líder da oposição da Guiné-Conacri, Cellou Dallen Diallo, pediu esta segunda-feira,
em Bissau ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que convença os
militares no poder em Conacri sobre a necessidade de um processo de transição
inclusivo.
Em declarações aos
jornalistas à saída de uma audiência no Palácio da República, Dallen Diallo
disse ter solicitado a intervenção de Sissoco Embaló para que fale “com os
camaradas militares” e também com os homólogos da CEDEAO (Comunidade Económica
de Estados da África Ocidental) e da União Africana.
“A Guiné-Bissau é um membro
ativo da União Africana e da CEDEAO esperamos que ajude a Guiné-Conacri a
entrar para um diálogo sincero entre as autoridades instaladas, a CEDEAO, a
União Africana”, defende o líder da UFDG (União das Forças Democráticas da
Guiné).
Celou Dallen Diallo disse
ter vindo a Bissau primeiro para apresentar condolências ao Presidente Sissoco
Embaló pelo recente falecimento, no dia 20 de dezembro passado, do ministro da
Justiça da Guiné-Bissau, Mamadu Iaia Djaló, mas também para abordar a situação
na Guiné-Conacri.
Dallen Diallo lembrou que
quando os militares assumiram o poder na Guiné-Conacri, no dia 05 de setembro
passado, prometeram um processo de transição inclusivo em colaboração com os
partidos, mas lamentou que não exista diálogo entre as duas partes.
“Ultimamente temos notado
que não temos sido suficientemente associados ao processo. Nós apelamos ao
diálogo e concertação para que continuemos juntos neste processo de transição”,
sublinhou Diallo.
O opositor recordou que o
país está neste momento suspenso da CEDEAO, da União Africana e muitos países e
parceiros suspenderam a sua cooperação “à espera do fim da transição”.
“Para nós é urgente conduzir
o país para as eleições livres, transparentes e inclusivas para dotar o país de
instituições legítimas que possam colocar em marcha o processo de reformas
profundas para terminar com este flagelo que mina o funcionamento das
instituições e a sociedade guineense”, observou Cellou Dallen Diallo.
No dia 05 de setembro
passado, os militares da Guiné-Conacri, sob o comando do coronel Mamady
Doumbouya, de 41 anos, derrubaram o presidente eleito Alpha Conde, 83 anos, e
iniciaram um processo de transição sem uma data prevista para as eleições
gerais. ANG/Lusa
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