Golpe de Estado Burkina Faso/Jornalista guineense da RFI considera situação de “perigo” para países vizinhos
Bissau, 25 Jan 22 (ANG) – O
jornalista guineense da Rádio France Internacional(RFI) e especialista em
assuntos africanos disse que o golpe de Estado consumado no Burkina-Faso já era
de esperar devido aos constrangimentos que o país estava a viver desde a saída
no poder do ex-Presidente Blaise Campaoré com o agravar da corrupção, desvios
de fundos e incapacidade de fazer frente aos grupos Jhiadistas.
“No espaço de um ano e meio ocorreram
quatro sublevações na região, duas vezes
no Mali, uma na Guiné-Conacri e agora, a mais recente, em Burkina-Faso, isso
representa num perigo para os países da
África Ocidental”, salientou.
Um grupo de militares amotinados, dirigido pelo tenente-coronel
Paul-Henri Sandaogo Damiba, preside o movimento que concretizou o golpe
militar, na segunda-feira, no Burkina Faso.
Alen Iero Embaló disse que,
no caso concreto de Burkina-Faso, o país não soube responder aos ataques
frequentes de grupos radicais, que mantem sob seu domínio um terço do território,
são zonas com ausência total do Estado e onde a politica de desenvolvimento nâo
atinge as pessoas que vivem num estado de abandono total.
Embaló acrescentou que as referidas zonas tornaram-se propícias para o crescimento
de redes de terroristas, que desde 2021 têm
atacado o país, mensalmente, provocando mais de 1 milhão e meio de refugiados.
Segundo Allen, a corrupção ao
nìvel do aparelho de Estado e das Forças Armadas aumentou, e há registo de desvios
de somas avultadas de fundos do Estado, destinados a compra de armamentos modernos para os
militares para fazerem face aos
Jhiadistas, e, em consequência, a
logística das forças em combate começou a ficar fraca, agravada com a falta de
pagamento de salários.
“ Os grupos radicais
aproveitam a situação de fragilidde das forças do governo para atacar e matar
muitos soldados Burkinabes”, disse.
De acordo com Embalo estas e
mais situações vieram a complicar a vida ao Presidente da República que viu a
Sociedade Civil colocar pessoas nas ruas
para protestarem contra a incapacidade do presidente de solucionar o problema
apesar de muitos fundos disponibilizados para tal.
“Cerca de 130 mil milhões de
francos cfa foram mal geridos pelas chefias militares, em conivência com altos
gestores da administração pública”, revelou.
De acordo com o jornalista, foi
essa que terá estado na origem de algumas mudanças nas Forças Armadas, tais como os casos de
exoneração do Ministro da Defesa e do Chefe do Estado-maior General da Forças
Armadas, feitas pelo Chefe de Estado.
Iero Embaló referiu que todos
os chefes militares da zona Norte e os descontentes acusados de estarem numa
tentativa de golpe de Estado foram julgados e presos na ultima sexta-feira, e no
Domingo os soldados decidiram depôr o
Chefe de Estado através de um Golpe de Estado.
Alen Iero Embaló disse que
as ondas de golpes na sub-região e o avanço dos grupos radicais é um perigo para os países vizinhos, e,
segundo ele, com a excepção de Cabo Verde e Senegal, todos os outros países
estão em perigo devido as instabilidades crónicas internas: casos de Niger,
Costa de Marfim, Guiné-Conacri.
Afirmou que Mali e Guiné-Conacri estão a previllgiar a opção interna ignorando,
por completo, as resoluções da CEDEAO, o que os torna ainda mais fragilzados. ANG/MSC/ÂC//SG
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