Ucrânia/ Europa “está a viver o momento mais perigoso desde a Guerra Fria”, diz Borrell
Bissau, 31 Jan (ANG) – O alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, defendeu no Domingo, que a Europa “está a viver o momento mais perigoso desde a Guerra Fria”, devido à crise com a Rússia por causa da Ucrânia.
“A Rússia está a
fazer uma guerra de nervos, por isso temos de ser firmes”, disse Borrell num
artigo publicado no seu blogue ‘Uma janela sobre o mundo’ e citado pela agência
espanhola de notícias, a Efe, no qual afirma: “Estamos a viver hoje o momento
mais perigoso desde o período posterior à Guerra Fria”.
Apesar do perigo,
Borrell defendeu que é preciso seguir a recomendação do presidente da Ucrânia e
evitar o pânico, e escreveu que é por isso que a União Europeia decidiu manter
a presença diplomática em Kiev.
Com o aumento das
tensões nas fronteiras orientais da União Europeia, a “unidade” é a “força” dos
27, disse o chefe da diplomacia europeia, que defende a manutenção das “vias
gémeas da diplomacia e dissuasão” para abrandar o conflito “utilizando todos os
caminhos possíveis”, e ao mesmo tempo manter o apoio à Ucrânia.
Neste contexto, o
político espanhol criticou a decisão das autoridades russas, anunciadas na
semana passada, de proibir a entrada na Rússia de “um número desconhecido de
representantes dos Estados membros e instituições da UE”.
Esta decisão,
acrescentou, “carece de toda a justificação legal e transparência e terá uma
resposta adequada”, avisou o diplomata, acrescentando que situações destas
mostram que a Rússia “continua a alimentar um clima de tensão com a Europa, em
vez de contribuir para acalmar a situação”.
O artigo de Borrell
surge no mesmo dia em que, em entrevista à CNN, senadores republicanos e
democratas afirmaram que o projecto de lei com sanções à Rússia está perto de
ser acordado entre os dois blocos políticos norte-americanos.
A tensão entre a
Rússia e os EUA aumentou depois da mobilização de 100 mil militares russos para
a fronteira com a Ucrânia, que suscitou receios de um possível ataque ao
território ucraniano, algo que Moscovo nega, mas que Washington considera
iminente.
A Ucrânia está
envolvida numa guerra com separatistas pró-russos na região industrial do
Donbass, no Leste do país, desde 2014, que diz ser fomentada e apoiada
militarmente por Moscovo. Na sequência do conflito, Rússia, Ucrânia, Alemanha e
França criaram uma plataforma de diálogo conhecida por Formato Normandia, mas
os líderes dos quatro países não se reúnem desde 2019.
Conselheiros
políticos dos quatros líderes reuniram-se na quarta-feira, em Paris, e marcaram
um próximo encontro para fevereiro, em Berlim, mas não discutiram a realização
de uma nova cimeira, que tem sido sugerida pelo Presidente da Ucrânia.ANG/Inforpress/Lusa
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