Política/Cinco dirigentes do PAIGC preocupados com o que dizem ser “perda constante de representatividade do partido junto da população”
Bissau, 18 Jan 22 (ANG) – Cinco dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC) manifestaram as suas preocupações em relação que dizer ser “constante e progressiva perda de representatividade do partido junto da população, em particular na base tradicional de apoio”.
A preocupação do grupo foi
manifestada através de uma “Carta aberta” dirigida ao Presidente do partido, Domingos Simões
Pereira,à que a ANG teve hoje acesso e assinado pelos cinco dirigentes do PAICG , nomeadamente
Artur Silva, Gilberto Charifo, Hussein Farhat, Mário Dias Sami e Octávio Lopes.
"Nós, os dirigentes subscritores,
julgamos oportuno dirigir-lhe a presente carta, optamos por fazê-lo em jeito de
"carta aberta ", para que as nossas verdadeiras motivações e propósitos
possam ser conhecidos pelos militantes, reponsáveis e dirigentes do PAIGC em particular,
e o público em geral”, refere a missiva.
Os cinco dirigentes dizem
que a eleição de Simões Pereira ao cargo do presidente do PAIGC no VIII Congresso Ordinário, por ter resultado
de cedência de alguns candidatos e beneficiado de largo consenso de diferentes
sensibilidades e correntes de opinião então existentes no seio do partido, fez-lhes acreditar que a
liderança de Pereira seria capaz de fazer o uso da pluralidade de diversidade
para maximizar os ganhos e conquistas eleitorais do partido.
Acrescentaram que, sob a
liderança de Domingos Simões Pereira “por infedilidades nas eleições de 2014” ,
o PAIGC perdeu 10 deputados que o fez sair de 67 para 57 mandatos na Assemlbleia Nacional Popular, comparativamente as eleições de 18 de Novembro de 2008, VIII
legislatura.
"Nas eleições legislativas
de 2019, outra vez, sob a sua liderança, o nosso grandioso e histórico partido voltou a perder mais 10 deputados,
caindo de 57 para 47, em comparação às eleições de 13 de Abril de 2014, IX legislatura, o
pior resultado eleitoral de toda a história da democracia do partido, em período
de normalidade constitucional”, lê-se na carta.
Segundo a mesma “Carta
aberta”, o partido, entre candidatos que perfilaram nas primárias internas de 23 de
Agosto de 2019 para presidenciais, escolheu
o melhor e não se preparou para o
pior.
Por outro lado, refere a
carta, nas circunstâncias em que o Presidente do PAIGC ter sido declarado derrotado
pelos orgãos competentes CNE e STJ, em
eleições consideradas livres, justas e transparentes pela comunidade
internacional, organizada pelo governo do PAIGC chefiado por um
primeiro-ministro pessoalmente designado por Simões Pereira teve entre outros
consequências, a perda da Presidência da República, do governo e a da maioria
na ANP.
Os referidos dirigentes ainda sustentam que, hoje, o PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, sob a liderança de Domingos Simões Pereira foi reduzido ao estatuto de maior partido da oposição, com apenas 47 da outrora 67 deputados.
O X Congresso Ordinário
desta formação política está previsto para os dias 17, 18, 19 e 20 de Fevereiro
do ano em curso, e o grupo alega que perante a situação que evoca há necessidade de resgatar e repor o partido (de
massas) no seu espaço ideológico natural junto do Povo, nas regiões, ao lado de
gente simples trabalhadora, o que
significa na opinião dos cinco “devolver o partido às suas bases e aos seus
militantes”. ANG/MI/ÂC//SG
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