quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Portugal/PS pede a maioria absoluta em Portugal com oposição à direita e à esquerda

Bissau, 19 Jan 22(ANG) - As eleições legislativas portuguesas aqueceram terça-feira com um debate com nove líderes partidários, com o Partido Socialista a pedir maioria, a restante esquerda a apontar o dedo à governação socialista e a direita a mostrar-se fragmentada com a possível subida da extrema-direita.


António Costa, primeiro-ministro português e candidato às eleições legislativas de 30 de Janeiro, pediu sem tabus num debate com oito dos seus rivais que os portugueses dêm ao Partido Socialista a maioria absoluta de forma a ter a estabilidade necessária para governar.

"A melhor solução é ter uma maioria absoluta”, disse António Costa, pronunciando pela primeira vez a expressão maioria absoluta desde o chumbo do Orçamento do Estado para 2022 que levou à queda do Governo apoiado pela esquerda na Assembleia da República.

Mas Rui Rio, líder do PSD e candidato às eleições, não se deixou galvanizar por este pedido do adversário. 

"​A probabilidade de haver uma maioria absoluta é muito próxima de zero", argumentou o antigo autarca do Porto, dizendo que também o PSD pode trazer estabilidade ao país, mostrando-se disponível para negociar no pós-eleições, deixando mesmo a possibilidade de um acordo com os socialistas.

Também contra a maioria do PS está o Bloco de Esquerda, partido que até 2021 tinha apoiado a governação de António Costa.

"Ninguém vem pedir uma maioria absoluta. Mesmo o doutor António Costa não conseguiria assinalar uma maioria absoluta que Portugal teve como exemplo a que queira voltar", disse Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, lembrando que o último primeiro-ministro a governanr com maioria absoluta em Portugal foi José Sócrates.

O outro partido de esquerda com representação parlamentar, o Partido Comunista, mostrou-se mais uma vez disponível para negociar, argumentando que os governos maioritários são mais instáveis para a vida dos cidadãos.

"Não temos uma ideia de auto-suficiência. Estamos disponíveis para convergir", disse João Oliveira, deputado comunista que substituiu o líder Jerónimo de Sousa que está a recuperar de uma intervenção cirúrgica.

O Livre, partido de esquerda fundado pelo académico Rui Tavares, prefere uma maioria "o mais ampla possível", esclarecendo que caso haja uma maioria de direita, fará parte da oposição.

Já o PAN, através de Inês de Sousa Real, mostrou-se disponível para entendimentos dos dois lados do espectro político, já que "constrói pontos, não ergue muros". 

À direita do PSD, o CDS assegurou que o voto nas suas fileitas era um voto útil, pois mesmo que entrem em coligação com o sociais-democratas, terão mais força para advogar as suas próprias propostas. Francisco Rodrigo dos Santos garantiu que o voto no CDS é "um voto certo para quem quer uma maioria de direita", acabando com o mandato da esquerda.

O Chega espera ser a terceira força política nestas eleições, tendo como ambição eleger 20 deputados, e não viabilizará uma maioria de direita caso não esteja no Governo.

"Se o Chega tiver uma votação expressiva, exigirá a presença no Governo", declarou André Ventura, líder do Chega.

João Cotrim de Figueiredo, líder do partido Inciativa Liberal, considera o que partido será "essencial" para uma maioria de direita, defendendo ser mais reformista do que o PSD. ANG/RFI


Sem comentários:

Enviar um comentário