Vaticano/Papa pede “verdadeiras negociações” para cessar-fogo na Ucrânia
Bissau, 06 Jun 22 (ANG) – O Papa pediu domingo “verdadeiras negociações” para um cessar-fogo “e uma solução sustentável” na Ucrânia, em guerra há 100 dias, na sequência do ataque militar da Rússia de 24 de Fevereiro.
“Quando se cumprem 100 dias do início da agressão armada na Ucrânia, de novo caiu sobre a Humanidade o pesadelo da guerra, que é a negação do sonho de Deus”, disse Francisco a milhares de pessoas reunidas na praça de São Pedro, no Vaticano, no final da oração habitual de domingo.
“Renovo
o meu apelo aos responsáveis das nações: não levem a Humanidade à ruína, por
favor”, acrescentou o Papa, que repetiu uma segunda vez esta última frase e foi
aplaudido por quem estava na praça.
Francisco
pediu a seguir “verdadeiras negociações, concretas, para um cessar-fogo e uma
solução sustentável” e que “seja ouvido o grito desesperado de quem sofre”, que
haja “respeito pela vida humana e que se acabe com a macabra destruição de
cidades e aldeias”.
“Continuemos
a reza, comprometamo-nos com a paz incansavelmente”, afirmou.
Francisco
reiterou no sábado a sua disponibilidade para ir à Ucrânia, mas questionado por
um menino ucraniano durante um encontro com um grupo de jovens no Vaticano,
disse que está à espera do “momento certo”.
“Gostava
de ir à Ucrânia, mas tenho de esperar pelo momento certo”, respondeu o Papa a
um menino refugiado, segundo a imprensa local.
Francisco
salientou que, neste momento, a situação não é segura e anunciou que esta
semana vai reunir-se com representantes do Governo ucraniano, com quem, entre
outras coisas, discutirá a possibilidade de uma viagem ao país em guerra,
adiantaram as mesmas fontes.
Tanto
o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, como o presidente da câmara de
Kiev, Vitali Klitschko, convidaram o Papa a visitar o país, uma viagem que
Francisco já disse, em várias ocasiões, estar disposto a fazer como forma de
ajudar a acabar com a guerra.
Desde
que a guerra começou, em 24 de Fevereiro, Francisco fez vários apelos ao fim do
conflito, mostrou disponibilidade para “fazer tudo o possível” para ajudar a
resolver a guerra e enviou vários cardeais para mostrar a sua proximidade com o
povo ucraniano.
A
Rússia lançou em fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga
de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas, de acordo com os mais recentes
dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados
como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também
segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de
assistência humanitária na Ucrânia.
ANG/Inforpress/Lusa
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