África do Sul /Joanesburgo acolhe Fórum Comercial EUA-África
Bissau, 03 Nov 23 (ANG) – A
cidade de Joanesburgo acolhe desde
quinta-feira e até sábado, o 20º Fórum de Cooperação Económica e Comercial
EUA-África Subsaariana.
A África do Sul é o país
anfitrião depois de meses de tensão em torno do conflito Rússia-Ucrânia.
A escolha de Joanesburgo é simbólica, tendo
em conta as tensões entre os Estados Unidos e a África do Sul nos últimos
meses. A Casa Branca justificou a escolha deste país como anfitrião do Fórum
Comercial EUA-África Subsaariana (AGOA 2023) como “um sinal do compromisso nas
relações bilaterais”.
Em
Maio, o embaixador americano em Pretória acusou a África do Sul de ter dado
apoio militar a Moscovo, apesar da declarada neutralidade no conflito e foi
pedida uma investigação. O inquérito da comissão independente sul-africana
concluiu que não há provas de que um navio tenha transportado armas para a
Rússia.
Ainda assim, houve parlamentares americanos
a pedirem que a África do Sul não beneficie mais de vantagens comerciais até
porque se recusou a condenar Moscovo desde o início da guerra na Ucrânia. No
âmbito da AGOA, as exportações da África do Sul para os Estados Unidos
representam 21% das trocas comerciais e passaram de dois para três mil milhões
de dólares entre 2021 e 2022.
As exportações vão de peças automóveis a
matérias-primas, passando por pedras preciosas.
O Fórum AGOA 2023 junta membros do governo
americano e ministros do Comércio e Indústria de cerca de 40 países africanos
de quinta-feira até sábado. Estes são os países contemplados pela AGOA, ou
seja, a Lei de Crescimento e Oportunidades para África, que lhes permite
ficarem isentos de direitos alfandegários nas exportações para os Estados
Unidos.
A AGOA foi aprovada pelo Congresso
americano em 2000 e é a pedra angular da política económica e comercial dos
Estados Unidos em África.
Este tratamento comercial preferencial está
dependente de condições em termos de pluralismo político, respeito pelos
direitos humanos e Estado de direito.
A Casa Branca anunciou, esta semana, a
retirada da República Centro-Africana, do Gabão, do Níger e do Uganda. O
Congresso americano ainda não validou esta decisão. No caso do Gabão e do
Níger, em causa estão os golpes de Estado e, segundo o presidente
americano Joe Biden, estes países não teriam feito nenhum progresso rumo ao
pluralismo político e ao respeito do Estado de direito.
No caso da RCA, Washington alega que se
teriam registado violações flagrantes de direitos humanos e de direitos
dos trabalhadores. Por sua vez, o Uganda é acusado de violações
de direitos humanos internacionais, nomeadamente com a adopção de uma
legislação punindo a homossexualidade. ANG/RFI
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