Egipto/Comércio livre em África pode mudar legado de exportar matérias-primas e comprar produtos acabados
Bissau,
13 Nov 23(ANG) – O vice-presidente da Feira Interafricana de Comércio (IATF)
considerou hoje que o acordo de comércio livre em África pode acabar com o
legado colonial da exportação de matérias-primas e importação de bens acabados.
“É
insustentável que as economias africanas continuem a depender dos recursos naturais
e das matérias-primas, que os tornam vulneráveis aos choques comerciais, aos
constrangimentos de liquidez e traz desafios à gestão macroeconómica”, disse o
também antigo presidente do Banco Africano de Exportações e Importações
(Afreximbank), Jean-Louis Ekra, na intervenção de abertura na IATF, que decorre
esta semana no Cairo.
De
acordo com um comunicado divulgado pelo Afreximbank, um dos organizadores do
evento, Ekra vincou que “a situação precisa de ser mudada urgentemente, já que
piorou com os efeitos da pandemia de covid-19, as tensões geopolíticas e as
alterações climáticas”.
O
acordo de comércio livre continental africano (AfCFTA, na sigla em inglês) “não
pode falhar, especialmente porque o comércio intra-africano vale apenas 16%”,
bem abaixo dos níveis estimados para outras regiões.
Este
nível reduzido de trocas comerciais dentro do continente, concluiu o antigo
banqueiro, “é explicado por constrangimentos como o comércio e infraestruturas
limitadas, incluindo um sistema de pagamentos e acertos bancários entre os
países, a falta de acesso a informação relevante para o mercado, conhecimentos
limitados sobre o mercado, oportunidades de investimento sustentadas e poucas
plataformas que liguem os compradores e os vendedores”.
Durante
a IATF, o Afreximbank anunciou também que concluiu acordos de cooperação e
financiamento no valor de mais de mil milhões de dólares (937 milhões de euros)
em vários países do continente, entre os quais um acordo de 150 milhões de
dólares (145 milhões de euros) com o United Bank for Africa para ajudar a
Nigéria a lidar com o encarecimento dos cereais no seguimento da invasão da
Ucrânia pela Rússia, e outros para apoiar o Quénia e o Burundi, entre outros.
ANG/Inforpress/Lusa
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