terça-feira, 4 de setembro de 2018

Sociedade


                     Populares ameaçam boicotar eleições de novembro

Bissau,04 Set 18 (ANG) - Populações de diversas localidades da Guiné-Bissau ameaçam boicotar as eleições legislativas de novembro caso o Governo não cumpra com uma série de reivindicações sociais, entre as quais, construir estradas ou parar com corte de árvores nas florestas.

Mobilizados pelos jovens, a população do bairro de Cuntum Madina, arredores de Bissau, organizaram-se na plataforma 'Cuntum Madina Voto Zero' para exigir que a estrada do bairro seja alcatroada antes das eleições, que seja construído um mercado, campo de futebol e um centro de saúde.

Junísio Moreira, um morador do bairro, disse que "há muito tempo" que os habitantes de Cuntum Madina têm exigido melhorias na estrada que liga a zona ao resto de Bissau e agora cansados prometem não se recensear e nem votar para as legislativas de 18 de novembro.

Moreira afirmou que os 'toca-tocas' (transportes públicos interurbanos) deixaram de passar por Cuntum Madina "para evitar avarias constantes nos carros".

A estrada daquele bairro está, neste período das chuvas, intransitável, havendo zonas com buracos de mais de cinco metros.

Em Bissorã, no norte da Guiné-Bissau, o movimento cívico, "Bissorã Rumo à Mudança" tem três exigências a fazer ao Governo, caso contrário não vai tomar parte nas eleições de 18 de novembro, disse à Lusa, Úmaro Camará, porta-voz do grupo que quer mobilizar "toda população" daquela localidade.

O movimento quer que o Governo obrigue as empresas madeireiras, constituídas por cidadãos estrangeiros, a pararem com o abate de árvores nas florestas de Bissorã e que seja inaugurada uma central fotovoltaica construída na localidade, há nove meses, mas que motivos burocráticos atrasam o seu funcionamento.

Como ocorre em quase todas as cidades e vilas do interior da Guiné-Bissau, Bissorã não tem energia elétrica da rede pública há vários anos.

Umaro Camará adiantou ainda à Lusa que o movimento não quer que o Governo transfira o tribunal regional instalado em Bissorã para Mansoa, como sugere o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Iaia Djaló, que já produziu um despacho para o efeito.

Camará disse que o despacho "se calhar, ainda não foi cumprido devido à forte pressão do movimento".

A transferência do tribunal de Bissorã para Mansoa poderia levar a que "toda população da região de Cacheu fique sem onde pedir justiça", observou o porta-voz do movimento cívico Bissorã rumo à mudança, lembrando que o tribunal cobre as regiões de Oio e Cacheu.

"Mansoa não tem nenhuma ligação direta com a região de Cacheu e Bissorã tem a partir de Bula", observou o responsável pelo movimento que vai pedir um encontro com os cinco deputados eleitos pelo círculo de Bissorã, nas eleições de 2014, para lhes comunicar que caso as reivindicações não forem atendidas antes das eleições, toda população não irá votar. ANG/Lusa

Brasil


Lula da Silva recorre ao Supremo Tribunal e à ONU para disputar eleições
Bissau,_______________________________________________________________________________________________________________________________ 04 Set 18 (ANG) – O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal e à ONU para que possa disputar as eleições presidenciais de Outubro, depois de a autoridade eleitoral ter negado a sua inscrição como candidato.
O anúncio da estratégia do ex-chefe de Estado do Brasil foi feito pelo candidato a seu vice-presidente, o ex-ministro da Educação e ex-autarca de São Paulo Fernando Haddad, depois de ter visitado Luiz Inácio Lula da Silva na prisão, onde este cumpre desde Abril uma pena de 12 anos por corrupção.
O Tribunal Superior Eleitoral decidiu no sábado que Lula da Silva não poderá concorrer às eleições de Outubro por ter sido condenado em segunda instância por corrupção.
A legislação brasileira proíbe que se candidatem a cargos públicos os condenados em segunda instância por um tribunal colectivo, como é o caso do ex-Presidente, uma medida de combate à corrupção criada pelo próprio Lula da Silva em 2010.
O dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), que lidera todas as sondagens de voto, alega que foi condenado injustamente e que é alvo de perseguição política.
Segundo Fernando Haddad, o antigo chefe de Estado brasileiro “vai fazer tudo para garantir que o povo possa eleger livremente o seu Presidente”.
O recurso à ONU visa que a organização se pronuncie sobre a recusa de as autoridades brasileiras acatarem uma determinação do Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que pediu ao Brasil que permita ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva exercer todos os seus direitos políticos como candidato enquanto estiver na prisão.
Já o recurso ao Supremo Tribunal Federal, a mais alta instância judicial no Brasil, será para que Lula da Silva possa ter direito a registar a sua candidatura.
Caso os novos recursos sejam rejeitados, o PT só tem até 11 de Setembro para apresentar um novo candidato, que, segundo dirigentes do partido, seria Fernando Haddad.
Se não anunciar um novo candidato no prazo estipulado, o partido fica fora da disputa eleitoral, cuja primeira volta está marcada para 07 de Outubro. ANG/Inforpress/Lusa