segunda-feira, 25 de julho de 2022


Visita de Macron
/”França tenta abrir portas na África Ocidental a partir da Guiné-Bissau”, diz analista guineense

Bissau, 25 Jul 22 (ANG) - O analista guineense Armando Lona considerou que a visita do Presidente francês, Emanuel Macron, na próxima quinta-feira a Bissau deve ser entendida como uma tentativa de a França abrir novas portas na África Ocidental a partir da Guiné-Bissau.

Para o analista de assuntos políticos na rádio privada Bombolom FM de Bissau, a França sentiu que está a perder terreno em vários países da Costa Ocidental africana e decidiu jogar as cartas também a partir da Guiné-Bissau.

"Por não ter uma porta aberta no Mali, por não ter uma janela na Guiné, por não ter uma janela no Senegal, a França tem de abrir um novo caminho.

Está a tentar fazê-lo utilizando todas as cartas para continuar presente nesta parte de África", defendeu Armando Lona.

A visita de Mácron acontece num momento particular para aqueles países e também, observou Lona, para a própria Comunidade Económica da África Ocidental (CEDEAO), presidida, de forma rotativa, durante os próximos doze meses, pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.

"A CEDEAO está a atravessar um momento critico da sua história com revoltas militares em vários países, nomeadamente no Mali, na República da Guiné, recentemente no Burkina Faso, paralelamente a essa situação militar há uma outra situação mais preocupante que é o terrorismo na zona", notou Lona.

Todas estas situações preocupam a França, mas o caso do Mali, referiu o analista guineense, constitui a principal dor de cabeça para o palácio do Eliseu, ao ponto de mandar retirar o continente militar que tinha estacionado naquele país, por incompatibilidades com a Junta Militar no poder em Bamako.

"Também há uma outra dimensão, para além das duas situações que citei, que é a geopolítica decorrente da presença de um outro ator maior na República do Mali que é a Rússia, que está a substituir o espaço que a França tinha até aqui", destacou Armando Lona.

Assiste-se a um reposicionamento da França nesta zona da África, observou o analista guineense, que fala num processo complexo em que a Guiné-Bissau acaba por entrar, sem ser "um ator muito importante", disse.

Armando Lona é da opinião de que a Guiné-Bissau só dirige a CEDEAO por força de 'lobbies' do Senegal, da Côte d'Ivoire e da Nigéria.

"O Presidente do Senegal, que está a dirigir a União Africana, não poderia, paralelamente, também dirigir a CEDEAO e contribuiu, através de corredores, para que a Guiné-Bissau pudesse dirigir a CEDEAO, sabemos também que a Côte d'Ivoire, que recentemente abriu um corredor aéreo para Bissau, através dos voos da Air Côte d'Ivoire que passa agora a operar, isto constitui um sinal daquilo que é a relação agora entre o regime de Bissau, Senegal, Côte d'Ivoire, mas também a Nigéria, embora o Presidente (da Nigéria) esteja quase a terminar o seu mandato", defendeu Armando Lona.

O analista político guineense afirmou que a Guiné-Bissau foi apanhada no meio de uma disputa geopolítica regional, situação que soube capitalizar promovendo a visita histórica de um chefe de Estado francês ao país.

O Presidente francês visitará os Camarões, Benim e a Guiné-Bissau entre segunda-feira e quinta-feira, anunciou a Presidência francesa.

Esta viagem é a primeira deslocação de Macron a África desde a sua reeleição, em Abril.

A crise alimentar causada pela guerra na Ucrânia, a produção agrícola e as questões de segurança estarão no centro desta viagem, adiantou a Presidência francesa. ANG/Angop

 

Emanuel Macron/Sociólogo guineense considera visita de  “honrosa” na medida em que se trata de Chefe de Estado de um “país importante”

Bissau, 25 Jul 22 (ANG) – O socióliogo guineense Diamantino Domingos Lopes considerou de “honrosa” a visita do Presidente francês à Guiné-Bissau, prevista para o próximo dia 28,uma vez que “se trata de um Chefe de Estado de um país muito importante da União Europeia” e que sempre esteve presente na Costa ocidental da África, em particular.

O igualmente analista político e docente na Universidade Lusófona da Guiné, disse que a vinda de Emanuel Macron à Bissau é bom, do ponto de vista politico, sobretudo para o Presidente da República, uma vez que pode   capitalizar ganhos político-diplomáticas, por ser  uma visita “inédita” de um Presidente da França à Guiné-Bissau.

Domingos Lopes sublinhou que a agenda francesa é bem clara ou seja, que a França tem uma agenda geopolitica, geoestratégia e geoeconómica na Costa Ocidental da África, sobretudo no Mali, Burkina Faso e na Guiné-Conacri, países que sofreram golpes de Estado, e são zonas de muito interesse francês por causas dos recursos minerais.

“A visita acontece no momento em que a Guiné-Bissau está a assumir à presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO) o que vai servir de uma porta para a França repiscar a sua zona de conforto que neste momento está a sair do seu controlo”, sustentou,

O analista disse que mesmo no Senegal, principal afiliado, por assim dizer, a França está a perder o seu protagonismo, devido a consciência civica e uma “oposição muito forte” neste país vizinho.

Segundo o sociólogo, o Presidente guineense, na qualidade de Presidente da Conferência de Chefes de Estados e de Governos da CEDEAO pode ter influência na definição da agenda e pode usar a presidência guineense como um “cavalo”  para tirar o máximo de proveitos.

Diamantino Lopes disse ser sua preocupação  a contrapartida de tudo isso ou seja o seu impacto  na Guiné-Bissau.

Para o sociólogo, o país tem dois problemas que não favorecem a agenda nacional,  e diz que o  primeiro tem a ver com a falta de um Governo normal e sem a Plenaria da Assembleia Nacional Popular em funcionamento,  o que leva  muitas vozes a questionar sobre o porquê de a Guiné-Bissau ter assumido a Presidência da Conferência de Chefes de Estados da CEDAEO, se neste momento “não está a cumprir com os valores democráticos”.

“Esta situação pode não favorecer a agenda nacional . Até agora não se sabe, claramente, qual é o programa que o país está a implementar para atingir o desenvolvimento, apesar de tanto se falar da diplomacia agressiva, mas sem ter aquele impacto desejavél. Acaba por se resumir  em simples visítas de Chefes de Estados, como temos vindo a assistir nos últimos tempos ou seja tudo continua na mesma, sem melhorias em termos politicos, democráticos  e económicos, nem grandes acordos de parceria público-privado”,admitiu.

Diamantino Domingos Lopes disse que cabe as autoridades nacionais saber tirar o melhor proveito desta visita do Presidente de um gigante europeu, que sempre esteve presente na Guiné-Bisssau.

“A coperação bilateral não é muito forte e as autoridades nacionais podem explorar a visita em termos da cooperação nas mais diversas áreas., Não tendo, claro, o que se quer, o maior beneficiário vai continuar a ser a França,”salientou.

O presidente  Emmanuel Macron deve estar em  Bissau na próxima quinta-feira, dia 28, naquilo que é a primeira visita de um chefe de Estado francês ao país.

 Segundo o jornal francês Le Fígaro, a viagem africana de Emmanuel Macron  irá iniciar hoje, dia 25 do corrente mês de Julho nos  Camarões,  e Macron visita depois o Benin antes de vir a Guiné-Bissau.ANG/MSC/ÂC//SG

 

                 Cereais/UA saúda acordo de desbloqueio das exportações

 Bissau, 25 Jul 22 (ANG) - A União Africana (UA) "saudou", sábado, o acordo assinado entre a Rússia e a Ucrânia para desbloquear as exportações de cereais, um "desenvolvimento bem-vindo" para o continente que enfrenta um risco acrescido de fome.

O acordo é "uma resposta" à visita de Junho à Rússia do Presidente senegalês, Macky Sall, atual presidente da UA, e de Moussa Faki, presidente da comissão da UA, que tinha sublinhado ao Presidente russo, Vladimir Putin, "a urgência do regresso dos cereais da Ucrânia e da Rússia aos mercados mundiais", disse a organização num comunicado.

"A UA reitera o apelo para um acordo de cessar-fogo imediato e para a abertura de novas negociações políticas sob os auspícios das Nações Unidas, no interesse da paz e da estabilidade mundial", afirma-se no comunicado.

Entretanto, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, saudaram a retoma das exportações de cereais da Ucrânia e da Rússia, sob a supervisão da Turquia e das Nações Unidas.

"A nossa dependência contínua de quantidades maciças de cereais dessa parte do mundo deve ser vista como um risco e um perigo real para os 1.300 milhões de pessoas dos países africanos. Devemos, portanto, utilizar este conflito como um alerta", disse Ramaphosa, numa conferência de imprensa em Pretória, relatada pela BBC.

O Presidente sul-africano salientou que o bloqueio de cereais nos portos ucranianos tinha forçado os países africanos a repensar o abastecimento alimentar devido à elevada dependência das importações.

Por outro lado, Ouattara disse estar satisfeito por ver que o Presidente russo tinha concordado em assinar o acordo.

"Também indiquei ao Presidente (ucraniano) Volodymyr Zelensky que queria que o abastecimento se tornasse uma prioridade para o continente africano devido à fragilidade das suas economias e à situação social em muitos países", acrescentou o Presidente da Costa do Marfim.

A invasão da Ucrânia pela Rússia - dois países que juntos representam 30% das exportações mundiais de trigo - provocou um aumento do preço dos cereais e do petróleo, bem como dos fertilizantes.

A ONU disse temer "um furacão de fome", principalmente nos países africanos que importavam mais de metade do seu trigo da Ucrânia ou da Rússia.

O Corno de África (Quénia, Etiópia, Somália, Djibuti) enfrenta a sua pior seca dos últimos 40 anos, que deixou pelo menos 18 milhões de pessoas com fome.

O acordo assinado na sexta-feira em Istambul entre a Rússia e a Ucrânia prevê o estabelecimento de "corredores seguros" para permitir a circulação de navios mercantes no Mar Negro, que Moscovo e Kiev se comprometem "a não atacar", de acordo com um responsável das Nações Unidas.

Nos termos do acordo, uma coligação de pessoal turco, ucraniano e da ONU supervisionará o carregamento de cereais em navios nos portos ucranianos de Odessa, Chernomosk e Pivdenyi, antes de navegar numa rota pré-planeada através do Mar Negro.

Os navios atravessarão o Mar Negro até ao Estreito do Bósforo na Turquia, onde será criado um centro de coordenação conjunto em Istambul, incluindo representantes da ONU, Ucrânia, Rússia e Turquia. Este centro será também responsável por examinar os navios que entram na Ucrânia para garantir que não transportam armas ou equipamento de combate. ANG/Angop

 


Saúde
/”Sem autosuficiência medicamentosa o país não resolverá problemas sanitários”, diz Secretário-geral da Anaprofarm

Bissau, 25 Jul 22(ANG) – O Secretário-geral da Associação Nacional dos Proprietários das Farmácias(Anaprofarm), diz  que sem a autosuficiência medicamentosa o país não conseguirá resolver os problemas básicos de saúde.

Em declarações exclusiva à ANG, Amhed Akdhar disse que a Guiné-Bissau está a enfrentar a falta de medicamentos, há muitos anos, devido a incapacidade das empresas grossistas de abastecer o mercado nacional.

Akdhar igualmente proprietário da Farmácia Moçambique disse que a situação de escassez de medicamentos não pode ser resolvida por apenas dois ou três empresas grossistas, defendeu que mais empresas devem ser  permitidas operar  como grossista.

“O governo deve pensar na criação de autoestrada de importação de medicamentos, para permitir maior abastecimento do mercado interno. A título de exemplo, o Senegal conta actualmente com mais de 20 empresas grossistas de medicamentos”, disse.

Declarou que, ao contrário dos outros produtos cujos preços dispararam no mercado, os medicamentos continuam a ser comercializados nos seus preços normais, “tendo em conta o fraco poder de compra das populações”.

O Secretário-geral da Anaprofarm criticou as empresas grossistas de medicamentos que operam no país, por não terem capacidades logísticas de abastecer as reigiões, conforme recomenda o Caderno de Encargo dos respectivos concurso público para a concessão de licenças.ANG/ÂC//SG

 

     Ucrânia/Kiev diz que as exportações de cereais podem começar esta semana

 Bissau,  25 Jul 22(ANG) – A Ucrânia espera retomar nos próximos dias as exportações
de cereais interrompidas desde o início da guerra, apesar do bombardeamento russo contra o porto de Odessa no sábado passado.


“Esperamos que o acordo comece a funcionar nos próximos dias e que um centro de coordenação seja instalado em Istambul nos próximos dias. Estamos a preparar tudo para começar já esta semana”, disse o ministro ucraniano para as Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, numa conferência de imprensa.

De acordo com o ministro, o principal entrave à exportação é o risco de bombardeamentos russos, tal como aconteceu no passado sábado em Odessa, no Mar Negro.

Koubrakov apelou para que o acordo multilateral celebrado na sexta-feira passada seja cumprido, dirigindo-se à Turquia e às Nações Unidas para que seja garantida a segurança dos comboios navais ucranianos.

“Se as partes não garantirem a segurança, (o acordo) não pode ‘andar para a frente'”, alertou.

A Ucrânia e a Rússia assinaram na sexta-feira acordos separados com a Turquia e a ONU para desbloquear a exportação de cerca de 25 milhões de toneladas de cereais presos nos portos do Mar Negro.

As exportações são igualmente comprometidas pela presença de minas navais disseminadas pelas forças ucranianas no sentido de impedirem, junto à costa, um assalto anfíbio por parte da Rússia.

De acordo com o ministro, a desminagem vai decorrer na medida “do que for necessário para as exportações”.

Navios ucranianos vão acompanhar os comboios navais que só podem transportar cereais ou fertilizantes agrícolas.

O vice-ministro das Infraestruturas, Iuri Vaskov, adiantou na mesma conferência de imprensa que o porto de Tchornomorsk (sudoeste) vai ser o primeiro a funcionar, de acordo com o plano alcançado para as exportações.

Em seguida, serão ativados os portos de Odessa e o de Pivdenny.

“Nas próximas semanas estaremos tecnicamente perto de efetuar as exportações de cereais a partir de todos os portos ucranianos”, indicou.

ANG/Inforpress/Lusa

 

Emmanuel Macron/Cidadãos guineenses se divergem sobre os “proveitos”da deslocação do Presidente francês à Bissau

Bissau, 25 Jul 22(ANG) – Os cidadãos guineenses têm opiniões divergentes  sobre a primeira vinda de um Presidente francês à Guiné-Bissau, na próxima quinta-feira, num périplo africana que inicia hoje nos Camarões.

Para o jornalista Abduramene Djaló,  a visita de Macron representa a dinâmica diplomática e dará mais visibilidade   ao país, com grandes impactos na área económica e aumenta a credibilização do país.

Contudo, Djaló disse que cabe ao governo saber aproveitar esses ganhos para o bem da nação.

Acrescenta  que a referida visita vai ser o  que a orquestra Mama Djombo cantou “a Guiné-Bissau é pequena no tamanho e mas grande na fama” “porque toda a imprensa estrangeira estará atenta com o desenrolar dos acontecimentos aqui”.  

Kátia Rodrigues, professora do ensino liceal disse que é uma grande honra receber o Presidente francês, porque durante sua visita se ele constatar as dificuldades e necessidades com que o país se debate pode ajudar, financiar ou reabilitar algumas infraestruturas.

 Luís José Gomes, funcionário público disse que  a vinda do Presidente francês á Bissau pode ser ,mais uma vez, uma propaganda do Chefe de Estado guineense , porque muitos já vieram mas  o povo não beneficiou em nada.

Acrescentou  que  Emanuel Macron  deve  aconselhar Umaro Sissoco Embaló a trabalhar a boa imagem interna do país, tendo em conta que o povo está a sofrer muito com a subida galopante dos preços de produtos da primeira necessidade.

José Djú,  fotógrafo profissional lembrou que muitos presidentes visitaram a Guiné-Bissau, mas aquelas visitas não beneficiaram, em nada, o povo.

“Talvez esta primeira  visita de Macron seja diferente porque a França é uma potência e tem apoiado os países que colonizou para seus desenvolvimentos,” disse Djú.

 
O presidente francês Emmanuel Macron vem a Guiné-Bissau na próxima quinta-feira, dia 28, naquilo que é a primeira visita de um chefe de Estado francês ao país.

 Segundo o jornal francês Le Fígaro, a viagem africana de Emmanuel Macron, irá iniciar hoje dia 25 do corrente mês de Julho nos Camarões, passando depois por  Benin.ANG/JD/ÂC//SG

                       Moscovo/Rússia Today” prepara entrada em África

Bissau, 25 Jul 22 (ANG) - A estação de televisão estatal russa “Rússia Today”, está a preparar-se para se instalar na África do Sul. Uma decisão que surge na sequência da proibição de transmissão na Europa e que visa fomentar o apoio africano a Vladimir Putin.

Segundo a agência de informação financeira Bloomberg, o canal de televisão russo está “actualmente focado no desenvolvimento do ‘hub’ africano a partir da África do Sul”. A antena africana será liderada por Paula Slier, uma jornalista sul-africana que dirigia o escritório da  Rússia Today,em Jerusalém.

A entrada em África contrasta com a proibição de que a televisão estatal russa foi alvo na União Europeia, no Reino Unido e no Canadá, depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de Fevereiro.

Na altura, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, proibiu a ‘Russia Today’ e a Sputnik de transmitirem em território europeu, defendendo que assim “não poderiam continuar a espalhar mentiras para justificar a guerra de Putin”. A decisão europeia mereceu um processo em tribunal, interposto pela estação russa, em Junho, no qual se afirma que a UE está a censurar jornalistas.

A confirmar-se a transmissão do sinal russo em África, será mais um passo na estratégia mediática de Moscovo no continente para contrariar as acusações europeias e norte-americanas de que a invasão da Ucrânia pela Rússia é injustificada e está a aumentar os preços dos alimentos e dos combustíveis. ANG/RFI

 

Política-PRS/Organizaçao de mulheres exorta direção  do partido o respeito à  Lei de Paridade naquela formação política

Bissau,25 Jul 22(ANG) – A Organização Nacional das Mulheres do Partido da  Renovação Social(ONMRS), exortou a direção  desta formação política o respeito  escrupuloso da Lei de Paridade  e dos estatutos do partido, no que concerne a representação das mulheres nas esferas de tomadas de decisão.

A exortação vem expressa  na Declaração Final do Retiro de planificação da organização das mulheres do partido, que decorreu sob o lema “Lançar as sementes para colher os frutos”, nos dias 23 e 24 de Julho, na sede histórica do partido, no bairro de Cundok, em Bissau.

As mulheres do PRS pediram a direção  do partido para  disponiblizar a organização  meios financeiros e logísticos,e materiais de imagens de  propaganda daquela formação política.

Na Declaração Final do encontro, a ONMRS pediu ainda que os seus elementos sejam   envolvidos em todas as reuniões de  tomadas de decisão, assim como nas visitas de contactos ao nível nacional e internacional.

Solicitou a Direcção Superior do PRS  apoios político e material para a implementação dos seus planos de atividades.

A modernização e reestruturação das estruturas da organização das mulheres nas regiões, sectores, circulos e bases, foram  recomendadas no encontro de dois dias.

Ao presidir a cerimónia de encerramento , o 2º vice-presidente do PRS, Orlando Mendes Viegas disse  que a referida jornada irá ajudar bastante nas acções futuras do PRS.

“Se não conseguimos tirar as ilações dos erros do passado para corrigir o futuro, não vamos ter uma projeção do futuro melhor”, salientou Orlando Mendes Viegas.

Aquele dirigente político prometeu levar à instâncias superiores do partido todas as recomendações constantes da Declaração Final do Retiro.´

Segundo a  Presidente da Organização Nacional das Mulheres da Renovação Social, Hortência Francisco Cá, a iniciativa  visa  fortalecer a competitividade da candidatura feminina  nas próximas eleições legislativas, de forma a aumentar a representação da camada feminina do futuro parlamento.

Hortência  Cá pediu aos participantes e em particular as mulheres vindas das diferentes regiões do país para  implementarem as recomendações saídas do retiro.ANG/ÂC//SG

 

sexta-feira, 22 de julho de 2022

    Brasília/PT confirma candidatura de Lula da Silva à Presidência do Brasil

Bissau, 22 Jul 22 (ANG) - Luiz Inácio Lula da Silva, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, foi confirmado quinta-feira como o candidato presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT), de esquerda, nas eleições marcadas para Outubro deste ano.

A votação dos delegados do partido, num hotel em São Paulo, que validou a candidatura numa convenção partidária, era amplamente esperada e meramente simbólica.

Lula da Silva, com 76 anos, não compareceu no evento do partido porque está a realizar acções de campanha no seu estado natal, Pernambuco, no nordeste do Brasil.

O candidato do PT lidera todas as sondagens das intenções de voto contra o atual Presidente, Jair Bolsonaro. ANG/Angop

 

  Cooperação/Presidente francês deve estar em Bissau na próxima quinta-feira 

Bissau,22 Jul 22(ANG) - O presidente francês Emmanuel Macron estará em Bissau na próxima quinta-feira, dia 28, naquilo que é a primeira visita de um chefe de Estado francês ao país, e no quadro de um périplo a três países africanos.

Foto Sissoco Embalo em Paris

Segundo o jornal francês Le Fígaro, a viagem africana de Emmanuel Macron   inicia no dia 25 do corrente mês de julho e  o levará também aos Camarões e Benin.

Esta viagem a África, a primeira desde a reeleição de Emmanuel Macron em abril, incidirá nomeadamente na crise alimentar provocada pela guerra na Ucrânia, nos desafios da produção agrícola e nas questões de segurança, segundo a presidência francesa.

Trata-se de marcar a continuidade e a constância do empenho do Presidente da República no processo de renovação da relação com o continente africano ”, comenta o Eliseu.

Emmanuel Macron estará em Bissau na quinta-feira(28) para falar com o seu homólogo, Umaro Sissoco Embaló que acaba de assumir  a presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO).

Segundo Le Figaro, que cita a presiência francesa,durante esta viagem, “ as questões da governação e do Estado de direito serão tratadas em cada etapa, sem injunções mediáticas mas sob a forma de trocas diretas com os seus homólogos ”.

Emmanuel Macron  será acompanhado pelos Ministros das Relações Exteriores e das Forças Armadas, Catherine Colonna e Sébastien Lecornu, o Ministro Delegado para o Comércio Exterior Olivier Becht e a Secretária de Estado para o Desenvolvimento, Chrysoula Zacharopoulou.

Segundo uma Nota da Direção Geral da Cooperação, o Documento quadro de Parceria entre a França e Guiné-Bissau, orçado em 21 milhões de euros, contempla três eixos principais, sendo o primeiro: o Apoio à Governação, o segundo: formação de quadros e promoção de intercâmbios linguísticos, culturais e económicos.

O terceiro eixo, tem a ver com a melhoria das condições de vida e de acesso ao serviço de base das populações e apoio orçamental.

Quanto as ações implementadas, segundo a Nota da Direção Geral de Cooperação Internacional, consta os programas transversais tendo como objetivo principal, o reforço das capacidades humanas nas áreas de governação, Estado de Direito, Cooperação Linguística, Cultural e Universitária.

Um programa setorial para a realização dos objetivos do milénio para o desenvolvimento, no qual se integra a ajuda da França ao Ministério de Saúde da Guiné-Bissau bem como de programas de integração Regional na UEMOA, CEDEAO e OMVG, são outras realizações em curso

De acordo com o documento, no tange a Governação e Estado de Direito, a França tem prestado a Assistência Técnica ao Ministério das Finanças da Guiné-Bissau e apoio a criação do ambiente de negócios ao desenvolvimento do sector privado.

No capítulo do Estado de Direito, a França tem apoiado o reforço de capacidades no aparelho estatal e  nas organizações da  Sociedade Civil.

A nota ainda refere que, no domínio de Cooperação Militar, a França apoia na formação nas Escolas Nacionais à Vocação Regional)ENVR), financiada em África pela França, preparação das Forças Armadas para participar nas missões de manutenção de paz e no quadro da União Africana.

O Documento Quadro de Parceria, entre os dois países prevê o apoio da França ao sector de Justiça e Polícia guineense, nomeadamente na consolidação do Estado de Direito e luta contra o tráfico de drogas  e criminalidade organizada, apoio às iniciativas económicas dos emigrantes na luta contra as migrações clandestinas.

No domínio cultural e Estudos Superiores, a França tem apoiado o ensino da língua francesa para favorecer a integração política e económica harmoniosa da Guiné-Bissau na plano regional, formação de professores de Francês, cursos de línguas para os jovens finalistas do sistema educativo, engajados no mercado de trabalho.

Entretanto, devido ao golpe de Estado de 2012 no país, a França transferiu  os seus Serviços de Cooperação  e Consulares da Guiné-Bissau para o  Senegal o que,  segundo a Nota, tem dificultado realizações práticas de várias ações inscritas no Documento Quadro de Parceria entre os dois países. ANG/ÂC//SG

        Sri Lanka/Repressão violenta dos manifestantes antigovernamentais

Bissau, 22 Jul 22 (ANG) Pouco depois da tomada de posse, quinta-feira, do novo Presidente Raniel Wickremesinghe, as forças de segurança desalojaram os manifestantes com armas automáticas, desmantelaram as barricadas e cercaram o complexo do secretariado presidencial que tinha sido invadido por milhares de manifestantes há duas semanas, aquando da queda do anterior chefe de Estado, Gotabaya Rajapaksa.

De acordo com testemunhas locais, esta operação foi marcada por detenções e agressões, nomeadamente contra jornalistas que estavam a tentar cobrir o acontecimento.

Estas violências não deixaram de suscitar a preocupação nomeadamente por parte da delegação local da União Europeia que recordou que a "a liberdade de expressão é essencial". No mesmo sentido, a embaixadora americana em Colombo, Julie Chung, deu conta da sua "profunda preocupação" e apelou as autoridades à "contenção". Por sua vez, a Amnistia Internacional exortou as autoridades a respeitar a dissidência e condenou o recurso à força nomeadamente contra os jornalistas.

Isto sucedeu poucas horas antes de o novo Presidente que deve permanecer no poder até ao final do mandato do seu antecessor, em 2024, nomear o novo chefe do governo. Dinesh Gunawardena, seu amigo de infância, tomou posse hoje como Primeiro-ministro.

Enquanto o primeiro é apóstolo do liberalismo e pró-ocidental, o segundo é tendencialmente socialista. Uma equipa que herda de um país em ruptura económica, com penúrias de alimentos, electricidade e de combustíveis. Um assunto que o novo Presidente, que conservou o pelouro das finanças, pretende resolver com o FMI, na expectativa de sanar progressivamente a economia do país minado por uma dívida gigante de 51 mil milhões de Dólares. ANG/RFI

 

 

Covid-19/ Ministro da Saúde admite ressurgimento de infeções

 Bissau,22 Jul 22(ANG) - O ministro da Saúde, Dionísio Cumbà, disse quinta-feira à Lusa que a situação da covid-19 está normalizada no país e admitiu que nos últimos dias haja relatos de novos casos de infeção.

"O vírus está a circular entre nós, temos de saber coabitar com o vírus como acontece em todos os países do mundo, mas sem alarmismos", defendeu o governante guineense.

Dionísio Cumbà precisou que a situação da doença na Guiné-Bissau não difere daquela que é atualmente observada nos outros países do mundo.

"Podemos dizer que já não existe aquele medo que tínhamos há dois anos quando a pandemia começou, porque não tínhamos informações sobre a doença", afirmou.

Dionísio Cumbà considerou que a introdução das vacinas no combate à doença e a forma como a população mundial respondeu permitiram que a covid-19 "tenha sido mais ou menos controlada".

"O sistema sanitário mundial conseguiu introduzir a vacinação e desta forma conseguimos controlar as mortes. Há dois anos assistimos a mortes diariamente, agora não", notou Cumbà.

O ministro da Saúde guineense admitiu que, no caso da Guiné-Bissau, a vacinação ainda não atingiu toda a população-alvo e apelou à adesão àquilo que disse ser a "única fórmula de se livrar da doença".

O responsável referiu que mesmo na Europa os relatos apontam para uma nova subida de casos de infeção, o que, disse, também ocorre na Guiné-Bissau, "embora com menos letalidade".


Dados revelados no passado dia 11 pelo Alto Comissariado Contra a Covid-19 - entretanto extinto por decisão do Presidente da
República, Umaro Sissoco Embaló, no dia 13 -, apontavam para 26 casos ativos e um total acumulado de 172 óbitos entre 8.402 infeções registadas desde março de 2020, quando a pandemia foi oficialmente declarada no país.ANG/Lusa

 

     Itália/Presidente  dissolve parlamento e país vai para eleições antecipadas

 Bissau, 22 Jul 22(ANG) – O Presidente italiano, Sergio Mattarella, recebeu quinta-feira os presidentes das duas câmaras do parlamento (Senado e Câmara dos Deputados) e decretou o fim da actual legislatura na sequência da demissão do primeiro-ministro, o tecnocrata Mario Draghi.

“A situação política levou a esta
decisão”, disse o Presidente numa intervenção transmitida na televisão, após ter formalizado a dissolução do parlamento, o que levará automaticamente à realização de eleições antecipadas em Itália.

Os líderes do Senado e da Câmara dos Deputados Maria Elisabetta Alberti Casellati e Roberto Fico, respectivamente, deslocaram-se hoje à tarde ao Palácio do Quirinal (em Roma), a sede da Presidência italiana, para marcar o início do processo da dissolução antecipada das duas câmaras do parlamento, como previsto no artigo 88.º da Constituição italiana.

Mattarella deu assim por concluída a actual legislatura, que deveria terminar em Março de 2023, depois de Draghi ter apresentado a sua demissão (duas vezes num espaço de uma semana) após ter perdido o apoio de alguns partidos que integravam a actual coligação governamental.

As eleições devem ser realizadas num prazo de 70 dias após a dissolução do parlamento, o que significa que o escrutínio poderá ser agendado para 18 ou 25 de Setembro. ANG/Inforpress/Lusa

 

Pretória/África do Sul pode vir a ter a sua própria "Primavera Árabe" - ex-PR Thabo Mbeki

Bissau, 22 Jul 22(ANG) -O ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki alertou  quinta-feira que o país está sentado sobre uma bomba-relógio e pode enfrentar uma revolta semelhante à "Primavera Árabe" desencadeada por uma revolta social.

Mbeki, que sucedeu ao ícone anti-'apartheid' Nelson Mandela em 1999, disse que a África do Sul enfrenta níveis insustentáveis de pobreza e de desemprego.

"Um dos meus medos, camaradas, é que um desses dias nós (...) teremos a nossa própria versão da Primavera Árabe", disse Mbeki numa homenagem a Jessie Duarte, secretário-geral adjunto do Congresso Nacional Africano, que morreu no passado fim-de-semana devido a um cancro.

O factor que desencadeou a Primavera Árabe foi o suicídio por imolação de um vendedor ambulante tunisino, Mohamed Bouazizi, assediado pela polícia na Tunísia.

A sua morte marcou o início de uma revolta nacional que levou à fuga de Zine el-Abidine Ben Ali, ex-presidente da Tunísia, para o exílio e provocou as revoltas da "Primavera Árabe" em 2011.

"Um dos meus medos é que um dia desses aconteça connosco", disse Mbeki, que deixou a Presidência em 2008.

"Não se pode ter tantos desempregados, tantos pobres, pessoas confrontadas com esta anarquia", e líderes "corruptos", disse, advertindo: "Um dia vai explodir".

Mbeki criticou o governo do Presidente Cyril Ramaphosa pela falta de um plano nacional para combater a pobreza, a desigualdade e o desemprego, que é superior a 34,5%, e o desemprego juvenil, que está nos 64%. ANG/Angop

 

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Rússia/MNE  afirma que objectivos militares de Moscovo vão além do leste ucraniano

Bissau, 21 Jul 22 (ANG) – O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, disse quarta-feira que os objectivos militares da Rússia na Ucrânia vão agora além da região leste do país e passaram a incluir “uma série de outros territórios”.

“A geografia é diferente agora. Já não se trata apenas das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk [os territórios separatistas no leste da Ucrânia], mas também das regiões de Kherson e Zaporijia [no sul] e uma série de outros territórios”, afirmou o chefe da diplomacia russa, em entrevista à agência russa de notícias Ria Novosti e ao canal RT.

Segundo Lavrov, à medida que o Ocidente – por “raiva causada pela impotência” ou pelo desejo de agravar a situação – fornece cada vez mais armas de longo alcance, como os mísseis Himar, “o quadro geográfico da operação avança mais e mais”.

“Não podemos permitir que, na parte da Ucrânia que permanece sob o controlo de [Presidente ucraniano, Volodymyr] Zelensky (…), haja armas que representam uma ameaça directa aos nossos territórios ou aos territórios das repúblicas que declararam a sua independência”, sublinhou.

Lavrov lembrou que os objectivos estabelecidos pelo Presidente russo, Vladimir Putin, ao ordenar a campanha militar na Ucrânia foram “a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia, no sentido de deixar de haver ameaças à segurança” russa.

Um objectivo que se mantém, segundo reiterou o chefe da diplomacia russa.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zajárova, também reagiu hoje às advertências do coordenador de comunicações do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos da América (EUA), John Kirby, que ameaçou a Rússia com sanções adicionais e mais severas caso insistisse na anexação ilegal de território ucraniano.

“A Casa Branca declarou que os Estados Unidos vão impor novas sanções se novas regiões ucranianas se juntarem à Rússia. O erro da Casa Branca é que os EUA impuseram e continuam a impor novas sanções sem que as regiões ucranianas sejam integradas na Rússia”, afirmou a porta-voz, numa mensagem divulgada na rede social Telegram.

Por isso, frisou a representante, “esta nova ameaça só fortaleceu a nossa decisão de agir”.

A Rússia, que iniciou uma invasão a que chamou “operação militar especial” na vizinha Ucrânia, em fevereiro passado, declarou abertamente que irá promover referendos sobre a integração das regiões de Zaporijia e Kherson, parcialmente ocupadas por tropas russas, no país. ANG/Inforpress/Lusa

 

            Diplomacia/Embaixador da República popular da China visita ANG

Bissau, 21 Jul 22 (ANG) – O Embaixador da República Popular da China em Bissau, Guo Ce reiterou esta quinta-feira a vontade desta representação diplomática de reforçar a colaboração que tem sido mantida com a  Agência de Notícias da Guiné(ANG).

O diplomata chinês fez estas declarações quando falava com o Diretor-geral da ANG, Salvador Gomes, no âmbito de uma visita efectuada esta quinta-feira à este órgão público de comunicação social.

Guo Ce disse que visitou a ANG para agradecer a sua direção pela cobertura noticiosa que regularmente tem feita às actividades da embaixada no país, e que deseja ver prosseguida.

Segundo Salvador Gomes, o embaixador chinês ainda se inteirou das actividades da ANG e de suas dificuldades, e prometeu diligenciar para que a ANG possa se apoximar  e estabelecer uma parceria efetiva com a agência de notícias da China, a Xinhua, com a qual estabeleceu, há muito tempo, um acordo de troca de notícias e de intercâmbio profissional, mas que não está a ser aplicado.

“A visita representa um reconhecimento da utilidade dos serviços da ANG, tanto assim que a ANG, para além da atenção que dá às actividades da embaixada chinesa em Bissau acompanha as acções, de interesse geral, da China Popular no mundo”, disse o DG da ANG.

Para Salvador Gomes a visita renova, por outro lado, a esperança de mais apoios das autoridades chinesas.

“Em termos de equipamento a ANG tem sobrevivido graças a parcerias com terceiros. A última oferta de computadores, , foi da embaixada da China, em Bissau, em Abril do ano passado”, disse Gomes.

Guo Ce , para além da ANG ainda visitou o jornal Nô Pintcha e a Radiodifusão Nacional.AC//SG