sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Gaza/ Diariamente são recolhidas “evidências que suportam a acusação de genocídio”

Bissau, 15 Ago 25 (ANG) -  O psicólogo e trabalhador humanitário da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF),Raul Manarte, acabado de regressar de uma missão de duas semanas no território palestinianodisse que “Gaza é um cenário apocalíptico”.


Em entrevista à RFI, confirma que diariamente são recolhidas “evidências que suportam a acusação de genocídio: há matança em massa de civis, deslocações forçadas e um comprometimento total das condições básicas de vida”. Apesar do horror, questionado sobre o que mais o marcou nestas duas semanas, Raul Manarte sublinha a “generosidade dos colegas palestinianos”.

RFI: Que descrição é que pode fazer de Gaza neste momento?

Raul Manarte, MSF: Gaza é um cenário apocalíptico. Há certas zonas em que está tudo completamente destruído. Só há restos de estruturas, destroços. Não se vê verde. Não se vêem árvores.

Neste momento, não há acesso a comida suficiente, nem água suficiente, nem medicação suficiente. Portanto, as pessoas na rua, quando nos vêem passar, pedem comida.

Os hospitais públicos estão completamente sobrelotados. As pessoas estão no chão. Não há condições de higiene. Estão constantemente sobrelotados por incidentes com vítimas múltiplas devido à distribuição de comida da Gaza Humanitarian Foundation.

A organização liderada por Israel e pelos Estados Unidos.

Exactamente. Só em sete semanas, só nas nossas instalações, vindos desses sítios de distribuição de comida, nós registámos 1.300 feridos, 28 mortos, 70 crianças baleadas.

No meu último dia estive com duas crianças paralisadas, que vieram desses locais e os tanques abriram fogo sobre a multidão.

Há efectivamente a abertura de fogo, ou seja, tiros contra pessoas que vão buscar comida?

Exactamente, como lhe disse, atendemos 1300 pessoas feridas e 28 mortas em sete em sete semanas. Temos muito mais do que isso. Mas, este estudo refere-se a sete semanas. E 70 crianças baleadas.

Como é que se curam estas pessoas? Que tratamento é dado? Esse tratamento é suficiente para que uma grande parte não acabe por falecer?

Não, não é suficiente. Não há medicação suficiente. Nós estamos envolvidos na cirurgia ortopédica e no tratamento de queimaduras. Mas, por exemplo, a evacuação médica é uma coisa que é extremamente difícil. Há pessoas que estão na lista de espera há seis meses para sair de Gaza, que precisam de tratamentos que não estão disponíveis lá dentro e isso não acontece.

Depois, nestes hospitais públicos, as altas são muitíssimo antecipadas porque estão sempre pessoas a entrar. Portanto, as pessoas saem do hospital sem estarem em condições para ter alta e com risco altíssimo de terem infecções. Porque cá fora, toda a gente a viver em tendas, está toda a gente aglomerada num pequeníssimo espaço que não é de evacuação obrigatória.

Mesmo este espaço é atacado e bombardeado e não há comida. Portanto, nós no norte, nas nossas instalações, temos mais de 300 crianças, mais de 500 grávidas com malnutrição moderada a severa.

A questão da fome é uma questão que tem sido muitas vezes defendida por Israel, que diz ser propaganda por parte do Hamas. Você esteve no terreno. A fome é uma realidade em Gaza?

Sim, sim. E não é uma opinião, uma visão. Acabei de dar evidências. Nós temos mais de 300 crianças, mais de 500 mulheres grávidas em malnutrição moderada a severa, só nas nossas instalações em Gaza City. E já havia em Novembro.

Já agora, um aparte enquanto cidadão, [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel] tem um mandado de captura pelo ICC [Tribunal Penal Internacional] por causa de usar a fome como arma de guerra.

As leis da guerra não são respeitadas.

Não, não são. Nós coleccionamos evidências que suportam a acusação de genocídio todos os dias: matança em massa de civis, deslocações forçadas, um comprometimento total das condições básicas da manutenção da vida, como é a falta da entrada de alimentos ou de água, de medicação ou de combustível.

Aqui também há a guerra das palavras. Acaba por ser, muitas vezes, criticada a utilização da palavra genocídio por ser demasiado forte e apontam-se, muitas vezes, o dedo a quem utiliza este vocábulo por não saber o que é verdadeiramente um genocídio. Você acaba de a utilizar. É isso que efectivamente se passa em Gaza?

Eu acabei de dizer que nós testemunhamos todos os dias evidências que suportam essa afirmação.

Onde é que os humanitários estão no meio disto tudo? Há comida que chega aos humanitários? De alguma forma são protegidos quando há bombardeamentos?

Já morreram mais de 500 trabalhadores humanitários, mais de 1.300 profissionais de saúde. Só dos Médicos Sem Fronteiras morreram 12 colegas. A comida do staff internacional também é muito mais reduzida. Temos de ser nós a levá-la para dentro, nossas malas, porque não há. Os corredores humanitários não estão abertos para ninguém.

Mas há comida fora da fronteira, pronta para ser entregue.

Há toneladas e toneladas de comida e a organizações capazes e experientes para fazê-lo, como a WFP [Programa Alimentar Mundial] das Nações Unidas, que sabem que são precisos 500 ou 600 camiões diários, para entrar, e isso é perfeitamente possível. É só preciso que as forças israelitas o permitam.

Quanto tempo é que esteve em Gaza?

Da primeira vez, estive um mês e meio. Desta vez, estive só duas semanas.

Quando foi a primeira vez?

Novembro e Dezembro.

Notou uma degradação no terreno?

Completamente. A destruição é cada vez maior. A moral das pessoas é cada vez menor. E a questão das condições básicas - da comida, da água e da medicação - está muitíssimo pior.

O seu trabalho tem a ver com a saúde mental. Depreendo que os traumatismos vão ficar para o resto da vida destas pessoas e não são tratáveis em duas semanas. Quais são as grandes questões que lhes chegam e como é que se responde a essa procura?

Antes de dar minha resposta, só quero dizer que a nossa resposta - de saúde mental, e saúde física - nunca vai ser eficaz neste contexto. As pessoas se não tiverem o comer, se não tiverem protecção, se estiverem constantemente a ser deslocadas e (re)traumatizadas, nunca, nunca vão recuperar. Vão continuar a piorar. 

Os casos que nós temos têm muita sintomatologia traumática: crianças que chegam e não falam, pessoas que estão em choque psicológico ou que estão completamente isoladas, que não conseguem funcionar, têm flashbacks, estão a reviver o que aconteceu no dia em que perderam a perna ou que perderam a mãe ou que perderam o filho, que não interagem… 

A intervenção psicológica tenta melhorar um pouco estes sintomas, aumentar o funcionamento das pessoas, voltar a conectá-las, um bocado, com a vida e com os outros. É isso que tentamos fazer. Vai ser sempre insuficiente e vai ser sempre limitado, porque as pessoas não estão em segurança, não têm o que comer, não têm acesso a medicação suficiente e não sabem se vão estar cá amanhã ou se os familiares vão cá estar amanhã ou não.

Todos os dias nós temos elementos do staff que faltam, porque foram ao funeral de um familiar. Como disse, 12 dos nossos colegas nunca mais voltaram e é sempre um medo que temos ao chegar ao hospital de manhã é se alguém vai faltar, faltar para sempre.

O facto de os jornalistas também não serem poupados nesta guerra acaba por fomentar a guerra de palavras e a guerra de imagens, de um lado e do outro. Ainda estava em Gaza quando os jornalistas da Al-Jazeera foram mortos. Como é que recebeu essa notícia? O que é que sentiu? O que é que a população disse?

Teve um impacto muito maior para a população do que para mim, pessoalmente. Porque para a população, aquele jornalista [Anas al-Sharif] era um símbolo, era uma voz muito importante.

Para mim, há tanta barbaridade há tanto tempo… Nós tivemos de sair do nosso hospital em Nasser, em Março, porque foi repetidamente atacado. As instalações da ONU foram atacadas, instalações da Cruz Vermelha foram atacadas, colegas nossos foram mortos, Colegas internacionais da World Central Kitchen foram mortos. Nós atendemos miúdos baleados na cabeça, nas costas, todos os dias. Portanto, ninguém está seguro dentro de Gaza e não há nenhum sítio seguro.

Mas uma guerra sem jornalistas acaba por ser uma guerra onde cada um faz o que quer, sem o olhar do mundo.

Sim, exactamente. Acho que os jornalistas deveriam entrar. Já há evidência recolhida por organizações neutras e humanitárias, mas precisamos de jornalistas lá dentro. 

Precisamos do máximo de olhos lá dentro para perceber o que se passa, para que possa haver um cessar-fogo, o mais rapidamente possível, e para mudar a narrativa. Porque esta narrativa de que ‘ou és a favor dos reféns israelitas, ou a favor dos palestinianos’ está a matar pessoas. Não é assim que nós pensamos. Nós somos a favor do cessar-fogo e a favor de salvar todas estas vidas, seja qual for o lado da fronteira de onde vêm.

Até porque o seu trabalho é o mesmo, independentemente do local.

Estou a fazer este trabalho na Palestina, mas podia estar a fazer em Israel, fiz na Ucrânia, mas podia ter feito na Rússia. Fiz com os Dinka e os Nuer no Sudão do Sul, mas podia ter feito com outra etnia. É igual! E sinceramente, até é fácil quando se está cara a cara. É difícil quando se está longe, porque há narrativas que envenenam.

Nestas duas semanas há algum caso que o tenha marcado mais?

O que me marca mais - isto pode ser estranho - é a gentileza e a bondade dos meus colegas. Como é possível estarem nas condições em que estão - perder a família todos os dias, não poderem sair de Gaza, estarem todos muito mais magros, é extremamente difícil arranjar comida, depois há o calor calor absurdo - e têm a maior paciência e bondade com os miúdos ou com os pacientes que estão aos berros com as dores ou que estão em choque porque perderam a mãe. E isso para mim é impressionante, porque eu acho que não conseguia.

Como é que consegue arrumar todo o horror que vê nestas missões para que esteja mentalmente saudável?

Acho que a experiência ajuda muito. São várias missões e a experiência vai calibrando as expectativas, não só do que é que vamos ver, mas do real impacto que conseguimos ter. E isso vai ajudando. Depois, cada pessoa tem os seus métodos para gerir isso com o seu autocuidado. E às vezes não sabemos lidar e ficamos mal. E depois ficamos bem outra vez.

Pensa voltar a Gaza?

Acho provável que me chamem novamente. Portanto, é provável que aconteça.ANG/RFI

 

 Angola/Moscovo informado por Luanda da detenção de cidadãos russos

Bissau, 15 Ago 25 (ANG) - Angola diz ter comunicado à Rússia informações sobre a detenção de Ígor Racthin, 38 anos, e de Lev Lakshtanov, 64 anos, dois cidadãos russos, que, supostamente pretendiam financiar “acções criminosas” em território angolano.

Diante da gravidade dos factos, a justiça angolana ordenou a prisão preventiva dos cidadãos russos, bem como de dois angolanos, tendo, porém, restituído à liberdade um quinto elemento que ficou sob termo de identidade e de residência.

O Serviço de Investigação Criminal apresentou  quarta-feira(13) à imprensa, os dois russos e três angolanos, detidos há semana, suspeitos de tentativa de orquestrarem actos subversivos em Angola.

Manuel Halaiwa, porta-voz da organização, explica que as investigações determinaram que os russos são membros do grupo África Politology, que tem como missão espalhar o caos e a desinformação, financiando jornalistas, políticos e ONGs.

Realçar que as nossas Investigações determinaram que os cidadãos russos são operacionais da organização África Politology, que, de entre as várias missões à sua actividade, visa promover campanhas de desinformação, manipulação da mídia local e infiltração em processos políticos, sobretudo, no fomento da agitação”, disse o responsável.

O oficial de investigação revela que Luanda já informou Moscovo sobre a detenção dos russos.

Referir que após a detenção dos cidadãos estrangeiros, o Ministério do Interior levou ao conhecimento do Ministério das Relações Exteriores para comunicar à respectiva Missão Diplomática”, disse Manuel Halaiwa.

Manuel Halaiwa sinalizou que, cumpridas todas as formalidades, o juiz de garantias aplicou a prisão preventiva aos cidadãos de nacionalidade russa e aos dois angolanos, por factos de crimes de Associação Criminosa, Falsificação de Documentos, Introdução ilícita de moeda estrangeira no país, Terrorismo e Financiamento ao Terrorismo.

Dos três angolanos, um foi posto em liberdade sob termo de identidade e residência.

Segundo o SIC, os russos entregaram avultadas somas de dinheiro, em moeda nacional e estrangeira, a jornalistas, políticos, associações profissionais e produtores de conteúdos digitais para dar suporte à sua acção.

O Serviço de Investigação Criminal apurou ainda que a África Politology não actua apenas com propaganda digital e notícias falsas, sendo que também financia manifestações encenadas, corrompe jornalistas locais e molda narrativas públicas a favor dos seus interesses estratégicos.

Por último, o porta-voz Manuel Halaiwa revelou que o SIC frustrou várias manifestações que já estavam agendadas para as províncias de Luanda e Benguela, adiantando que decorrem investigações visando a detenção de outros suspeitos e o esclarecimento total destes crimes.ANG/RFI

 

 

 EUA/Donald Trump recebe Vladimir Putin no Alasca para discutir guerra na Ucrânia

Bissau, 15 Ago 25 (ANG) -  Donald Trump e Vladimir Putin reúnem-se esta sexta-feira,  em Anchorage, no Alasca, para discutir a guerra na Ucrânia.

O local, com forte simbolismo histórico, recebe pela primeira vez um líder russo. Kiev rejeita trocas territoriais, enquanto Washington tenta convencer aliados a aceitar um acordo parcial.

Vladimir Putin, visado pelo TPI, evita países que poderiam detê-lo, mas não corre risco nos EUA.

Donald Trump e Vladimir Putin encontram-se esta sexta-feira, 15 de Agosto, em Anchorage, no Alasca, para uma reunião bilateral centrada na guerra na Ucrânia. O encontro acontece na Base Militar Conjunta Elmendorf-Richardson, a maior instalação militar do estado e um ponto estratégico para a defesa norte-americana no Ártico. As autoridades norte-americanas confirmaram que a base norte-americana cumpre todos os requisitos de segurança para receber a reunião de mais alto nível.

O Alasca, comprado pelos EUA à Rússia em 1867, tem ligações históricas ao antigo império czarista, desde a colonização por comerciantes siberianos no século XVIII. Vizinho da Rússia através do estreito de Bering, foi palco da única batalha em território norte-americano na Segunda Guerra Mundial. Este passado, aliado à proximidade geográfica, levou Moscovo a considerar “lógica” a escolha do local para a cimeira, tornando Vladimir Putin o primeiro líder russo a visitar o estado.

Esta vai ser a primeira vez que os dois líderes se encontram desde que Donald Trump fixou, sem sucesso, um prazo até 8 de Agosto para que Moscovo aceitasse um cessar-fogo imediato na guerra na Ucrânia, sob pena de novas sanções. A reunião surge depois das conversações “muito produtivas” em Moscovo entre o enviado especial norte-americano, Steve Witkoff, e Vladimir Putin.

A Casa Branca classificou a cimeira como um “exercício de escuta” e uma “reunião exploratória”, procurando reduzir as expectativas de um acordo imediato. Donald Trump afirmou que vai “pressionar” Vladimir Putin para terminar o conflito, mas admitiu que podem ser necessários “ajustes territoriais”, uma hipótese já rejeitada por Kiev.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não vai estar presente, a pedido de Vladimir Putin, mas teve reuniões virtuais com Donald Trump e líderes europeus esta semana, antes do encontro. Volodymyr Zelensky rejeitou a troca de territórios ocupados.

Segundo a CBS News, Washington tenta persuadir os aliados europeus a aceitar um acordo que reconheça o controlo russo sobre a Crimeia e o Donbass, em troca da retirada de Moscovo de Kherson e Zaporíjia.

Desde o início da invasão russa, em 2022, as duas partes manifestaram interesse em negociar, mas mantêm posições incompatíveis. Vladimir Putin insiste na neutralidade da Ucrânia e na manutenção de parte dos territórios ocupados, enquanto Kiev exige a restituição total das áreas sob controlo russo.

O encontro acontece num momento de relações complexas entre os dois países, marcado por décadas de contactos, interesses económicos e acusações de ingerência política. Donald Trump e Vladimir Putin mantêm contactos antes da eleição de Donald Trump à presidência em 2016. O primeiro encontro conhecido data de 1986, quando Donald Trump participou num jantar em Nova Iorque com o embaixador soviético. No ano seguinte, deslocou-se a Moscovo para discutir a construção de um hotel de luxo.

Nos anos 2000, os negócios de Donald Trump receberam investimentos de origem russa. Em 2013, Donald Trump visitou Moscovo no âmbito do concurso Miss Universo, do qual era proprietário. Nos anos seguintes, o multimilionário fez declarações públicas e elogiou Vladimir Putin.

Durante a campanha presidencial de 2016, os serviços de informações norte-americanos detectaram ingerência russa. A investigação conduzida pelo procurador especial Robert Mueller confirmou a ingerência, mas não provou uma conspiração entre a equipa de Trump e as autoridades russas.

O Senado dos Estados Unidos publicou, em 2020, um relatório a confirmar que Vladimir Putin autorizou operações de pirataria informática contra o Partido Democrata, com o objectivo de prejudicar Hillary Clinton e favorecer Donald Trump.

No primeiro mandato (2017-2021), a Casa Branca aplicou sanções à Rússia relacionadas com ingerências eleitorais e outros incidentes, como o caso Skripal. Donald Trump manteve encontros bilaterais com Vladimir Putin em cimeiras internacionais, incluindo Hamburgo, em 2017, e Helsínquia, em 2018.

Com a invasão russa da Ucrânia, em Fevereiro de 2022, Donald Trump criticou a política de apoio a Kiev e defendeu uma reavaliação da ajuda militar. Em 2022, o Congresso norte-americano aprovou o envio de armas à Ucrânia. Desde 2023, Donald Trump condiciona nova assistência a investigações sobre alegados casos de corrupção envolvendo a família do antigo Presidente Joe Biden.

Desde março de 2023, Vladimir Putin é alvo de um mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de deportação ilegal de crianças ucranianas, um crime de guerra. Nem os Estados Unidos, nem a Rússia ratificaram o Estatuto de Roma, que criou o TPI, e, por isso, não reconhecem a jurisdição nem têm obrigação legal de executar o mandado.

Para evitar riscos, o líder russo recusou convites para cimeiras dos BRICS na África do Sul e no Brasil, optando por viajar apenas para países como a China e a Coreia do Norte, fora da alçada do TPI. Desta forma, Vladimir Putin não corre perigo de ser detido ao visitar os EUA, onde Donald Trump, no seu regresso à presidência, chegou mesmo a sancionar o TPI por emitir mandados contra líderes israelitas. ANG/RFI

 

 

Diplomacia/ Presidentes Umaro Sissoco Embaló e Julius Maada Bio  reiteram vontade política de aprofundar relações de cooperação bilateral

Bissau, 15 Ago 25 (ANG) – O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló e o seu homólogo da Serra Leoa, Julius Maada Bio reiteraram, em comunicado conjunto, a vontade política de aprofundar as relações de cooperação bilateral em vários sectores , nomeadamente, energia, saúde pública, infraestruturas e reformas do sector público

O Presidente de Serra Leoa e em exercício da CEDEAO, Julius Maada Bio  efetuou quinta-feira uma visita de algumas horas à  Guiné Bissau.

Segundo o Comunicado Conjunto produzido no fim da visita, os dois Presidentes analisaram o estado das relações de cooperação existentes entre os respetivos países e expressaram a necessidade do seu reforço e manifestaram a vontade de promover relações económica e comerciais mais fortes entre os sectores privados dos dois países.

Os dois líderes analisaram a situação na sub-região Oeste africana e no conjunto do continente e expressaram a sua vontade de trabalhar, em conjunto, para a resolução das crises e conflitos que assolam o continente, de forma a promover e consolidar a paz e a estabilidade, tidas como “indispensáveis para o desenvolvimento sustentável” do  continente africano. 

Com este propósito, Umaro Sissoco Embaló e Julius Maada Bio reafirmaram o seu compromisso para aprofundar a cooperação ao nível da CEDEAO, da União Africana e das Nações Unidas e para o reforço dos valores partilhados da democracia, boa governação e respeito pelos Direitos Humanos.

No domínio da segurança, os dois Chefes de Estado desafiaram os demais países a juntarem esforços no combate contra o terrorismo,  crime transnacional organizado e todos os tráficos ilícitos.

De acordo com o Comunicado Conjunto, o Presidente Umaro Sissoco Embaló felicitou  o Presidente Julius Maada Bio pela sua eleição para a presidência rotativa da CEDEAO e renovou o seu compromisso de trabalhar com ele para assegurar o cumprimento do seu mandato com sucesso. 

Os dois Presidentes sublinharam a necessidade de promover o multilateralismo e a cooperação Sul-Sul.

Reiteraram o apelo dos Estados africanos para a reforma da Governação Global, em particular do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para ser mais equitativo e representativo de todos os países do mundo, bem como para melhorar os mecanismos de reforma institucional da União Africana.

O Presidente Embaló elogiou  o Presidente Bio pelo papel de liderança da Serra Leoa no Conselho de Segurança das Nações Unidas e no Comité dos Dez (C10) para a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.   ANG/LPG//SG  

Israel/ Governo aprova projecto que visa "enterrar" criação do Estado da Palestina

Bissau, 15 Ago 25 (ANG) - O ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, aprovou na quinta-feira,  um plano para a construção de milhares de novas habitações entre Jerusalém e o colonato israelita de Ma`ale Adumim.

O projecto visa "enterrar" a criação de um Estado palestiniano.


O plano de Bezalel Smotrich prevê a construção de mais de três mil casas na zona e inclui também o desenvolvimento de uma nova estrada para separar o tráfego palestiniano e israelita e ligar a cidade de Belém, na Cisjordânia, ao sul de Jerusalém, com Ramallah, a norte.

O responsável pela pasta das Finanças explicou que qualquer pessoa --no mundo de hoje-- que tente reconhecer um Estado palestiniano receberá a nossa resposta no terreno. Não com documentos, decisões ou declarações, mas com factos. Factos concretos, como casas e bairros".

O ministro israelita de extrema-direita acrescentou que este plano enterra finalmente a ideia de um Estado palestiniano, porque não há nada a ser reconhecido e ninguém para ser reconhecido".

O grupo Peace Now, organização israelita contrária ao estabelecimento de colonatos, criticou as posições do Governo de Benjamin Netahyahu, incluindo o anúncio de Bezalel Smotrich e do gabinete militar responsável pela gestão dos novos colonatos.

"Estamos à beira de um abismo, e o Governo está a avançar a todo o vapor", denunciou.

O porta-voz da Autoridade Palestiniana, Nabil Abu Rudeineh, pediu aos Estados Unidos que pressionem Israel para que interrompa a construção de colonatos.

O Hamas classificou o plano como "colonialista e extremista" e pediu aos palestinianos que se opusessem a ele.

O Qatar, que actuou como mediador entre o Hamas e Israel nos esforços para garantir um cessar-fogo em Gaza, condenou as acções de Bezalel Smotrich, considerando-as como uma "flagrante violação do direito internacional".

O Egipto já veio exigiu explicações sobre uma ideologia defendida pelo executivo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, do "Grande Israel", que contempla a ocupação de territórios destinados ao Estado Palestiniano e, potencialmente, da Jordânia e do Egipto.

A porta-voz da Comissão Europeia, Anitta Hipper, afirmou que a União Europeia rejeita qualquer alteração territorial que não faça parte de um acordo político entre as partes envolvidas. A anexação de território é, portanto, ilegal segundo o direito internacional".

Durante vários anos, as autoridades israelitas evitaram a implementação do projecto de construção, conhecido como E1, devido à pressão da comunidade internacional, que teme que a expansão dos colonatos impeça o estabelecimento de um Estado palestiniano contíguo a Jerusalém Oriental.

O ministro das Finanças agradeceu o apoio do Presidente norte-americano, Donald Trump, e apelou a Netanyahu para "fazer cumprir a soberania israelita" na Cisjordânia para garantir que "os líderes hipócritas da Europa não tenham nada para reconhecer".

No próximo mês de Setembro, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, vários países, como França, Canadá, Austrália e Portugal, devem reconhecer oficialmente o Estado palestiniano. ANG/RFI

 

 

 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

CEDEAO /Presidente em Exercício  revela estar em curso negociações para retorno do Mali, Burquina-Faso e Níger à comunidade

Bissau, 14 Ago 25 (ANG) – O Presidente da República (PR) da Serra Leoa, e igualmente presidente em exercício da CEDEAO disse hoje em Bissau estarem em curso negociações para o regresso do Burquina Faso, Mali e Níger à organização sub regional.

Julius Maada Bio falava à imprensa no final da visita de algumas horas efetuada esta quinta-feira à Guiné-Bissau, .

 “Falei muito com o Presidente  Umaro Sissoco Embaló sobre as negociações que estão a ser feitas, para o retorno do Mali, Burquina-Faso e Níger, a comunidade”, disse Bio.

Referindo-se a deslocação à Bissau, Julius Maada Bio  disse que está  efetuar visitas aos países  membros da organização, com o objetivo de reforçar a política de cooperação no domínio económico ao nível do espaço comunitário.

Disse que  debateu com o PR Umaro Sissoco Embaló questões ligadas a segurança regional e a integração económica , assim como a consolidação de paz na comunidade.

O Presidente em exercício da CEDEAO disse que  aproveitou para falar do espaçao que diz pertencer a Serra Leoa, mas que é ocupado  desde 1991 pelas forças da vizinha República da Guiné, um assunto que diz estar a ser tratado pela CEDEAO. ANG/LLA//SG

 Politica /Presidente da República nomeia nova Secretária de Estado da Gestão Hospitalar

Bissau, 14 Ago 25 (ANG) –O Presidente da República nomeou  hoje, sob proposta do primeiro-ministro, uma nova Secretária de Estado da Gestão Hospitalar na pessoa de  Maimuna Baldé, em substituição de Josefina Ricardo Gomes Soares da Gama, uma das ausentes na tomada de posse do novo Governo, segunda-feira.


Maimuna Baldé  havia exercido essas funções no Governo cujo o Primeiro-ministro era Rui Duarte Barros, demitido no passado dia 10.

Baldé  foi de novo nomeada para o cargo através do Decreto Presidencial 33/2025.

ANG/LPG//SG

 Médio Oriente/Países árabes condenam planos israelitas que "incentivam a violência"

Bissau, 14 Ago 25 (ANG) - O Egito, Jordânia e Qatar consideraram hoje que os planos do Governo israelita para construir milhares de novas habitações entre Jerusalém e o colonato israelita de Ma'ale Adumim "incentivam a violência" e condenaram os "planos expansionistas" de Israel.

Os três países rejeitaram "categoricamente" os "planos e declarações extremistas" do ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, sobre a construção de mais de 3.000 casas nos arredores de Jerusalém, o que isolaria a parte oriental da cidade do resto da Cisjordânia -- ambos territórios ocupados por Israel desde 1967.

"É um novo indício da arrogância e do desvio israelita, que não trará segurança nem estabilidade aos países da região, incluindo Israel. Israel tem de responder às legítimas aspirações do povo palestiniano", afirmou um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio.

O Egito considerou que estas "políticas de colonatos e as condenáveis declarações de responsáveis do Governo israelita incitam ao ódio, ao extremismo e à violência" e "contradizem os esforços para estabelecer uma paz duradoura e abrangente no Médio Oriente".

No mesmo sentido, a Jordânia, através do porta-voz da diplomacia, Sufian Qudah, alertou para "a contínua política expansionista extremista do Governo israelita na Cisjordânia ocupada, que incentiva a continuação de ciclos de violência e conflito" no Médio Oriente.

Smotrich, ministro de extrema-direita que integra o Governo de Benjamin Netanyahu e que detém amplas competências nos assuntos relacionados com os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada, celebrou hoje a aprovação dos planos, cuja ratificação está prevista para a próxima semana.

O plano israelita, segundo Smotrich, "'enterra' finalmente a ideia de um Estado palestiniano, porque não há nada a ser reconhecido e ninguém para ser reconhecido".

O grupo Peace Now, organização israelita contrária ao estabelecimento de colonatos, criticou hoje as posições do executivo de Benjamin Netahyahu, incluindo o anúncio de Smotrich e do gabinete militar responsável pela gestão dos novos colonatos.

"Estamos à beira de um abismo, e o Governo está a avançar a 'todo o vapor'", denunciou a organização Peace Now.

O projeto prevê a construção de mais de 3.000 habitações na zona e inclui também o desenvolvimento de uma nova estrada para separar o tráfego palestiniano do israelita, ligando Belém a Ramallah sem passar por Jerusalém.

O Qatar, que está a mediar, em conjunto com o Egito e os Estados Unidos, uma trégua em Gaza, apelou, por seu lado, para que "a comunidade internacional se una para obrigar a ocupação israelita a travar os seus planos de colonização e a cumprir as resoluções de legitimidade internacional".

A Liga Árabe, composta por 22 países, considera que a criação de um Estado palestiniano na Cisjordânia ocupada e em Gaza, com capital em Jerusalém Oriental, é a única solução para o conflito no Médio Oriente.

As condenações aos planos de Smotrich surgem poucas horas depois de o organismo pan-árabe, bem como vários governos de países que o integram, terem rejeitado declarações do primeiro-ministro israelita à estação i24News, em que Benjamin Netanyahu afirmou sentir-se muito ligado à visão do chamado "Grande Israel".

O termo abrange territórios palestinianos ocupados por Israel na guerra de 1967, assim como partes da Jordânia e do Egito.

Durante vários anos, as autoridades israelitas evitaram a implementação do projeto de construção, conhecido como E1, devido à pressão da comunidade internacional, que teme que a expansão dos colonatos impeça o estabelecimento de um Estado palestiniano contíguo a Jerusalém Oriental.

No próximo mês, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, vários países, como França, Canadá, Austrália e Portugal, devem reconhecer oficialmente o Estado palestiniano.

O principal tribunal das Nações Unidas, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), declarou no ano passado que a presença de Israel nos territórios ocupados palestinianos é "ilegal" e apelou à suspensão imediata da construção de colonatos, condenando o controlo de Israel sobre as terras que conquistou há quase 60 anos. ANG/Lusa

 

                          EUA/Trump-Putin reúnem-se no Alasca

Bissau, 14 Ago 25 (ANG) - O presidente norte-americano, Donald Trump, reúne-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, na sexta-feira no Alasca, o primeiro encontro de ambos desde que o político republicano regressou à Casa Branca, com foco no conflito na Ucrânia.

Ao longo dos últimos oito meses, Trump expressou admiração pelo líder do Kremlin mas também fúria e até repugnância devido aos violentos bombardeamentos na Ucrânia, que lhe deram a ideia de que "talvez Putin não queira terminar a guerra".

No seguimento de uma referência a uma "troca de territórios" entre a Rússia e Ucrânia, que mereceu uma contundente recusa do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e dos seus aliados europeus, a Casa Branca já baixou as expectativas sobre o encontro.

A cimeira terá lugar na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, nos arredores de Anchorage. O início da reunião está marcado para as 11:30 locais (20:30 em Lisboa).

É a primeira viagem de Putin aos Estados Unidos desde que 2015 se deslocou à Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque.

No Alasca, Putin não corre o risco de ver executado o mandato de detenção emitido em 2023 pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, uma vez que os Estados Unidos, tal como a Rússia, não estão vinculados à instância judicial.

A cimeira decorre onde o Oriente se encontra com o Ocidente, num local familiar para ambos os países como uma linha da frente da Guerra Fria, de defesa antimíssil, postos avançados de radar e recolha de informações.

O encontro prevê apenas as presenças de Trump e Putin, que só aceitará encontrar-se com Zelensky com uma base de acordo para o fim das hostilidades e sustenta que "ainda se está muito longe" desse momento.

Kyiv e os aliados europeus já expressaram oposição a um acordo sobre o conflito sem a participação de Kyiv.

Como antecedente da reunião, Trump mostrou ao longo das últimas semanas sinais de exasperação com Putin pela sua recusa em travar os bombardeamentos em grande escala na Ucrânia, bem como de um cessar-fogo de 30 dias, defendido por Kyiv como primeiro passo para a paz.

Em alternativa, Moscovo exige condições inaceitáveis para Zelensky, como a retirada das suas tropas das quatro regiões que a Rússia invadiu desde 2022 (Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson) e a interrupção das entregas de armas ocidentais a Kyiv.

Para uma paz mais ampla, Putin pretende que Kyiv ceda as regiões anexadas, embora não controle a totalidade de nenhuma delas, e que renuncie à adesão à NATO e aos seus planos de fortalecimento militar, e ainda o reconhecimento do russo como língua oficial, a par do ucraniano.

A Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a Crimeia, quase toda a região de Lugansk e praticamente dois terços de Donetsk, que, em conjunto, compõem o Donbass (leste), o centro industrial estratégico do país.

A Rússia controla também mais de metade da região de Kherson e partes de Zaporijia, ambas no sul da Ucrânia, e mantém pequenas bolsas de tropas em Kharkiv e Sumy, no nordeste.

O Presidente ucraniano mantém-se firme na posição de que qualquer acordo de paz só acontecerá com a participação do seu país e deve contemplar garantias de segurança robustas para evitar novas agressões russas.

Desde o início do conflito, Putin tem jogado com o tempo e alertou a Ucrânia de que enfrentará condições negociais mais difíceis, à medida que as tropas russas progridem com vista a atingir outras regiões do país, como Dnipropetrovsk, no centro do país.

Alguns observadores sugerem que a Rússia poderia ceder estes ganhos recentes por territórios sob controlo ucraniano nas quatro regiões anexadas por Moscovo e o próprio líder da Casa Branca sugeriu "trocas territoriais" como parte dos seus esforços para terminar o conflito.

O Presidente norte-americano deu ainda a entender que poderiam ser adicionadas vastas áreas marítimas que Kyiv perdeu desde o início da invasão russa.

"Haverá alguma troca de terras em curso. Sei disso pela Rússia e através de conversas com todos. Para o bem da Ucrânia. Coisas boas, não más. E também algumas coisas más para ambos", disse Trump na segunda-feira.

No entanto, Zelensky alega que Putin "está a fazer 'bluff'" sobre o seu poderio militar e a ineficácia das sanções contra Moscovo como forma de condicionar as negociações.

Em simultâneo, insiste que "os ucranianos não entregarão as suas terras ao ocupante" e essa perspetiva representaria um desastre para a sua presidência, motivando protestos em potência ao fim de mais de três anos de derramamento de sangue.

Além disso, a alteração das fronteiras definidas em 1991 está fora da sua autoridade, pois seria uma violação da Constituição, um argumento que Trump não compreende.

"Quer dizer, ele obteve permissão para entrar em guerra e matar toda a gente. Mas precisa de permissão para fazer uma troca de território?", questionou o líder norte-americano.

Por outro lado, Zelensky considera que só o facto de a cimeira acontecer já é uma vitória para Putin, numa forma de legitimação que quebra o isolamento ocidental a que estava sujeito, apesar de Moscovo preservar o apoio tácito de outras potências, a começar pela China.

A Ucrânia pretende também garantir que Moscovo pague os bilionários prejuízos da destruição que causou e devolva cerca de 20 mil menores deportados à força para a Rússia, um tema muito sensível entre os ucranianos.

Após ter defendido que esta guerra nunca teria acontecido se estivesse no seu início na Casa Branca e prometido acabar com ela em 24 horas, Donald Trump foi revendo o seu discurso desde que iniciou o seu segundo mandato, em 20 de janeiro.

Perante a intransigência das partes, o líder norte-americano evoluiu para manifestações de impaciência com os dois lados e, mais do que uma vez, suspendeu o apoio militar e informações a Kyiv e ameaçou Moscovo com o agravamento de sanções e tarifas secundárias a países importadores de petróleo russo.

Um ultimato nesse sentido expirou na passada sexta-feira, no mesmo dia em que foi anunciada a cimeira com Putin, ainda que Donald Trump mantenha a hipótese de "consequências muito graves" para a Rússia se o diálogo com o homólogo russo não produzir resultados em relação à Ucrânia, embora não sejam de descurar avanços no relançamento das relações entre Washington e Moscovo.

No início do seu segundo mandato, o político republicano posicionou-se como um "pacificador e unificador" e assumiu-se como candidato a um Prémio Nobel pelo seu envolvimento na Ucrânia, no Médio Oriente, ou mais recentemente no longo conflito entre a Arménia e o Azerbaijão.

No entanto, na terça-feira, a porta-voz da Casa Branca, Caroline Leavitt, baixou as expectativas sobre a cimeira no Alasca e indicou que será "um exercício de escuta", que servirá para Trump "obter uma melhor compreensão" da forma de colocar fim à guerra, que evoluirá para uma reunião alargada com o Presidente ucraniano se na sexta-feira houver progressos.

Na sua torrente de declarações sobre a cimeira, o Presidente norte-americano sinalizou no início da semana que se pode desligar deste processo: "Talvez diga 'boa sorte, continuem a lutar'. Ou talvez diga 'Podemos chegar a um acordo'".

O chanceler alemão, Friedrich Merz, promoveu na quarta-feira várias reuniões virtuais prévias de alto nível, que envolveram Trump e Zelensky, mas também representantes da União Europeia, o secretário-geral da NATO e vários destacados líderes europeus.

Como resultado, os dirigentes europeus transmitiram o seu apoio ao líder da Casa Branca na obtenção de um cessar-fogo, ou caso contrário Moscovo terá de se sujeitar a novas sanções.

Do mesmo modo, "os interesses fundamentais da segurança europeia e ucraniana devem ser protegidos", advertiu Merz, falando ao lado de Zelensky em Berlim.

O chanceler alemão defendeu também que, embora Kyiv esteja disposta a discutir questões territoriais, a base deve ser a atual linha de contacto na frente de combate e que "deve ser mantido o princípio de que as fronteiras não podem ser alteradas pela força".

Como sinal da continuação do apoio europeu a Kyiv, a Alemanha anunciou na quarta-feira o financiamento de um novo pacote de 500 milhões de dólares em equipamento militar norte-americano para a Ucrânia, no âmbito de uma iniciativa da NATO, o terceiro nas últimas semanas no mesmo valor, após os compromissos assumidos pelos Países Baixos e por Dinamarca, Noruega e Suécia.ANG/Lusa

 

Torneio Cascais-Luso Cap17/  Guiné-Bissau e   Moçambique se defrontam na final

Bissau,14 Ago 25 (ANG) – A Seleção de Futebol da Guiné-Bissau de Sub-17  vai defrontar a sua congénere de Moçambique no próximo sábado, dia 16 deste mês, apos vencer a equipa de Macau por 4-0.


O jogo da final, de acordo com as informações publicadas pela Federação de Futebol da Guiné-Bissau na Facebook, será realizado no estádio António Coimbra da Mota( Campo do Estoril Praia) pelas 15 horas de Portugal continental, 14 horas na Guiné-Bissau.

Os golos da queipa nacional de sub 17 contra a Macau foram marcados por Joel N´caghe, Abubacar Baldé, Hersinio Ié e um auto golo.

Segundo a Federação de Futebol da Guiné-Bissau, os djurtinhos líderam o grupo B, com 07 pontos, seguidos pela seleção de suib 17 de portugal com 03 pontos e no utlimo lugar a equipa de Macau  com 0 pontos.

ANG/LPG//SG

Regiões/Agricultores  de Binta  estabelecem acordo com criadores de gado para pôr fim à conflitos entre as partes

Binta, 14 Ago 25 (ANG)- Os Agricultores da Seção de Binta, no Setor de Farim pertencente a região de Oio chegaram, recentemente, a um acordo   para pôr fim aos conflitos à que se envolvem anualmente com os criadores de gado.


A informação foi revelada pelo Secretário Administrativo da Seção de Binta, Ivo N´djai, num  encontro de sensibilização sobre prevenção de  conflitos entre comunidades locais.

O encontro envolveu, para além de agricultores e criadores de gado, chefes das tabancas do sector de Farim.

Ivo N´djai destacou no balanço dos trabalhos que a reunião permitiu a resolução de desentendimentos que persistiam há muito tempo e que ameaçavam pôr em causa a paz social naquela localidade.

Por outro lado, Ivo N´djai lançou um apelo ao novo Governo  no sentido de dar atenção aos  populares daquela zona  sobretudo no que toca com a falta de infraestruturas escolar, água potável e melhoria das condições das estradas.

ANG/AD/AALS//SG

Eleições Gerais/ Primeiro-ministro reitera realização do escrutínio como prioridade das prioridades do Governo

Bissau,14 Ago 25 (ANG) – O Primeiro-ministro reiterou  a realização das eleições gerais, marcadas para 23 de Novembro próximo, como prioridade das prioridade do Executivo, em comprimento das orientações do Presidente da República.

Braima Camará que falava,  quarta feira, no final do encontro com  o ministro da Administração Territorial e do Poder Local, o Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral(GETAPE).

Segundo o  Ministro da Administração Territorial e Poder Local, Aristides Ocante da Silva,  do ponto de vista técnico e logístico, todos os preparativos se encontram executados e prontos, estando em curso o cumprimento rigoroso do plano de ação previamente definido.

O Presidente da CNE Npabi Cabi pediu o desbloquiamento urgente dos fundos por parte do Governo para garantir o avanço do processo eleitoral.

Cabi disse que a CNE está  preparada para receber e operacionalizar os instrumentos técnicos provenientes do GETAPE, restando-lhe acionar os mecanismos necessários para a conclusão da aquisição dos materiais de apoio ao ato eleitoral, nomeadamente urnas, boletins de voto e demais equipamentos.

Para o efeito pediu o desbloquiamento urgente dos fundos por parte do governo para garantir avanço do processo eleitoral.

Acrescentou que  nos próximos dias, a CNE vai apresentar um Plano de Desembolsos destinado a cobrir as atividades finais que ainda se encontram pendentes,e que será analisado numa reunião restrita com os ministros diretamente envolvidos no processo eleitoral, para sua possível validação.

Posteriormente, de  acordo com Cabi ,  a reunião será alargada ao Governo e aos parceiros da comunidade internacional, visando o reforço a coordenação e a mobilização de apoios.

O Diretor-geral do GTAPE Jibril Jalo  informou que o processo de sincronização  foi concluido, adimitindo a possibilidade de proceder  a entrega dos Cadernos Eleitorais a CNE na sexta –feira(15).

Em relação as dívidas contraidas, Jibril Jalo  disse que já foram pagas à  100 por cento pelo Governo. ANG/MSC//SG

Saúde/Direção do Hospital militar promove campanha de cirurgia para diferentes patologias

Bissau, 14 Ago 25 (ANG) - A Direção do Hospital Militar Principal “Amizade Sino-Guineense(HMPASG), anunciou, em comunicado, a promoção entre 16 e 30 deste mês, de uma campanha de cirurgia para diferentes patologias em que os beneficiários pagarão apenas os custos de materiais da operação.

A mesma direção informa que as inscrições para o efeito estão abertas,  desde o dia 04 de Agosto, na Urgência de Cirurgia Geral do referido hospital.

As intervenções cirúrgicas vão  contemplar pacientes com bócio/papo na garganta, tumores na face, tumores no corpo, tumores no abdómem, tumores no tórax, doença hemorroidal/almaródia, fissuras anais, fistulas anais, prolapsos retais ou ginecológicos, hérnias inguinais, hérnia umbilical, entre outras patologias

Para isso, os condidatos terão  que realizar consultas e análises médicos e caso confirmasse a patologia o doente ou sua familia se responsabiliza pela  a aquisição dos materiais para a cirurgia. ANG/MI//SG

Portugal/Centenas de milhares de hectares de mato arderam no sul da Europa

Bissau, 14 Ago 25 (ANG) - Os fogos florestais não dão tréguas ao sul da Europa onde, nos últimos dias, arderam centenas de milhares de hectares de mato.


Esta manhã, as autoridades espanholas confirmaram a morte de um terceiro voluntário envolvido no combate às chamas.

A Espanha onde os fogos já consumiram mais de 148 mil hectares de floresta, pediu ontem à noite o apoio do dispositivo europeu de protecção civil.

A Espanha que está no seu 12° dia de alerta está a combater os fogos em várias frentes, sendo que onze -essencialmente no norte- são classificados como sérios. Desde o começo dos incêndios, as autoridades referem que já arderam 148 mil hectares de mato e que mais de 10 mil pessoas tiveram de ser evacuadas. Uma situação perante a qual o governo pediu apoio à Europa, sendo que a França -onde os fogos entretanto estão a diminuir - já anunciou que iria disponibilizar dois aviões canadair.

Em Portugal, onde já foram reduzidos a cinzas 75 mil hectares de floresta, cerca de 1.900 bombeiros tem estado a actuar com o apoio de cerca de 600 viaturas e 25 aeronaves contra os cinco incêndios considerados mais graves, em Arganil, Viseu, Vila Real, Tabuaço e Trancoso, na zona interior, no norte.

Na Grécia onde 20 mil hectares foram destruídos pelo fogo desde Junho, a situação tende a melhorar, as autoridades referindo ter controlado os incêndios que lavravam a área de Patras, terceira cidade do país, situada a oeste. Paralelamente, os fogos continuam noutras partes do país, designadamente na ilha de Zante (no oeste) e na ilha de Chios (a leste).

Na Albânia, onde foi registado um morto devido aos incêndios, o combate às chamas continua. Já no Montenegro, onde o fogo matou igualmente uma pessoa, a situação está a ser controlada.

De referir, entretanto, que às portas da Europa, em Marrocos, os bombeiros têm estado igualmente a combater um incêndio florestal na província de Chefchauen, no norte, onde arderam 500 hectares de mato. As autoridades referem que três das quatro frentes estão sob controlo.

Destaque-se ainda que de acordo com o centro de pesquisa "EU Science Hub", as chamas já devastaram cerca de 440 mil hectares só na zona euro desde o início do ano, um balanço que tem vindo a duplicar todos os anos desde 2006.ANG/RFI