Conflito Médio Oriente/Rússia acusa Israel de violar soberania do Qatar
Bissau, 10 set 25(ANG) - O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo afirmou, através de um comunicado publicado na rede social Telegram, que o ataque foi "uma ação que visou minar os esforços internacionais" por uma solução pacífica da guerra que acontece na Faixa de Gaza.
O comunicado referiu ainda que o ataque foi "uma grave violação do direito internacional e da Carta da ONU", "uma violação da soberania e da integridade territorial de um Estado independente" e "um passo em direção a uma nova escalada e desestabilização da situação no Médio Oriente"."Estes
métodos de combate contra aqueles que Israel considera seus inimigos e
opositores merecem a mais veemente condenação", segundo o Ministério
russo, apelando a "todas as partes envolvidas" para que "adotem
uma postura responsável e evitem ações que possam levar à deterioração da situação
na zona de conflito israelo-palestiniana e à procura de uma solução
política".
"A
Rússia reafirma a sua posição consistente e baseada em princípios sobre a
necessidade de alcançar um cessar-fogo rápido na Faixa de Gaza, na ausência de
alternativas para uma solução abrangente para o problema palestiniano com base
numa base jurídica internacional bem conhecida", concluiu Moscovo.
Um
ataque aéreo israelita visando o chefe da delegação de negociadores do Hamas,
Khalil al-Hayya, em Doha, fez na terça-feira pelo menos seis mortos, segundo o
movimento islamita palestiniano e as autoridades qataris.
A
Presidência norte-americana afirmou na terça-feira que os Estados Unidos
alertaram o Qatar sobre o ataque iminente de Israel contra responsáveis do
Hamas em Doha, mas as autoridades qataris reclamam que só foram avisadas
depois. Após os ataques de Israel a Doha, o Presidente norte-americano, Donald
Trump, conversou com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e com o
emir do Qatar, xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, revelou a porta-voz do Executivo
dos EUA, Karoline Leavitt.
O
primeiro-ministro do Qatar, Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani, sublinhou na
terça-feira à noite que o ataque israelita aos representantes do Hamas em Doha
"viola toda a moralidade", alertando que o seu país reserva o direito
de responder firmemente à "agressão flagrante".
O
Governo do Qatar confirmou que Israel tinha atacado uma reunião de "vários
membros do gabinete político do Hamas", num edifício residencial. O Hamas
sublinhou, em comunicado, que cinco dos seus membros foram mortos no ataque
israelita em Doha, embora nenhum deles fizesse parte da sua delegação para as
negociações.
Um
membro das forças de segurança do Qatar, Bader Saad Mohamed al-Humaidi
al-Dosari, também morreu, segundo o Ministério do Interior do Qatar, enquanto
vários agentes de segurança do Qatar ficaram feridos.
A
operação israelita em Doha foi condenada pela unanimidade dos países da região
e pode ameaçar os esforços de paz promovidos por Estados Unidos, Egito e Qatar.
Hoje,
o embaixador israelita na ONU, Danny Danon, declarou que o seu país nem sempre
age segundo os interesses do seu maior aliado, os Estados Unidos, ao justificar
o ataque israelita contra dirigentes do Hamas no Qatar.
O ataque israelita a Doha "não foi um ataque ao Qatar, foi um ataque ao Hamas", e "essa decisão foi a correta", acrescentou Danon, apesar do descontentamento expressado por Washington.ANG/Lusa














