Fracassaram novas tentativas de
desbloquear “Shutdown” no Senado
Bissau,
25 jn 19 (ANG) - O Senado americano rejeitou na quinta-feira dois planos
contrapostos de democratas e republicanos para acabar com o
"shutdown", que paralisa parte da administração federal há mais de um
mês pela insistência do presidente, Donald Trump, de construir um muro na
fronteira com o México, noticiou a AFP.
O primeiro texto, apoiado por Trump e que contemplava
fundos para o muro e medidas migratórias, recebeu 50 votos a favor e 47 contra.
Para ser aprovado, precisava de um mínimo de 60 votos na Câmara alta, que tem
100 membros.
O plano dos democratas, que propunha dar um
financiamento ao governo até 8 de Fevereiro enquanto discutia a segurança
fronteiriça, também fracassou, com 52 votos a favor e 44 contra.
Mas pouco depois das votações, o líder da maioria do
Senado, Mitch McConnell, e o líder da minoria, Chuck Schumer, iniciaram
diálogos para aprovar uma resolução que financie o governo por três semanas e
que inclua verbas para construir um muro na fronteira com o México.
"Se chegarem a um acordo razoável, vou apoiá-lo",
disse Trump, antes de acrescentar: "temos que ter um muro neste
país".
A presidente da Câmara de Representantes, Nancy
Pelosi, avaliou que qualquer acordo que inclua uma verba inicial para o muro
seria um fracasso.
"Espero que isto não signifique uma grande verba
inicial para o muro", disse a líder democrata à imprensa.
Democratas e republicanos estão paralisados nas
negociações sobre o orçamento federal devido à insistência de Trump de destinar
5,7 mil milhões de dólares para construir um muro na fronteira com o México.
"Muito simples, sem muro não funciona",
tuitou o presidente na quinta-feira, em mensagem dirigida à presidente da
Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi. "Não cederemos!".
Sem acordo, os orçamentos de algumas agências estão
bloqueadas desde 22 de Dezembro, o que afecta directamente centenas de milhares
de funcionários públicos que não recebem o seu salário.
A paralisação política em Washington, que enfrenta o
presidente com Pelosi, obrigou Trump a adiar sem data determinada o seu
discurso sobre o Estado da União.
"Farei o discurso quando o 'shutdown' terminar.
Não busco outro lugar para o discurso do Estado da União porque não há outro
lugar que possa competir com a história, a tradição e a importância da Câmara
de Representantes", tuitou o presidente na quarta-feira à noite.
Segundo Trump, esse "grande" discurso,
previsto originalmente para a próxima terça-feira, ocorrerá "num futuro
próximo".
Numa breve carta, Pelosi disse na quarta-feira que a
Câmara de Representantes "não autorizaria" o discurso presidencial
até que as dependências federais afectadas pela paralisação orçamentária fossem
reabertas.
"O discurso do Estado da União foi cancelado por
Nancy Pelosi porque ela não quer ouvir a verdade" sobre a segurança na
fronteira, disse Trump a jornalistas anteriormente.
Os projectos submetidos à votação nesta quinta-feira
no Senado buscavam acabar, cada um de forma diferente, com o bloqueio, sem que
Trump nem a oposição estivessem prontas para ceder.
"Não há desculpas para que os republicanos no
Senado não aprovem essa legislação", disse Pelosi à imprensa. "Quem
pode negar isso?".
Trump se recusa a assinar qualquer lei orçamentária
que não inclua os 5,7 bilhões de dólares para o muro.
A proposta feita pelos republicanos incluía um
financiamento do governo até Setembro, com uma quantia para construir o muro e
um compromisso de proteger da deportação cerca de um milhão de imigrantes, dos
quais o governo de Trump havia cancelado um foro que os amparava.
A paralisação orçamentária afecta directamente 0,5
porcento dos trabalhadores americanos, mas à medida que o tempo avança sem
soluções à vista, também afecta a confiança de metade dos consumidores, segundo
uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan. ANG/Angop
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