Autoridades judiciais combatem tráfico de
passaportes diplomáticos e de serviços
Bissau,12 Jan 19 (ANG) - A polícia
judiciária guineense confirmou à DW África a execução da operação
"Red Line", lançada em Dezembro e que visa combater o tráfico de
passaportes da Guiné-Bissau, principalmente a venda de passaporte diplomático.
Segundo a DW-África, são passaportes
vendidos à estrangeiros, muitas vezes envolvidos com o crime organizado.
A PJ
guineense, segundo a Voz de Alemanha, tem em posse uma longa lista de cidadãos estrangeiros:
de Alemanha, Nigéria, Rússia, Espanha, França, Togo, China, Emirados Árabes
Unidos, entre outros países, que terão comprado, de forma ilegal, os
passaportes guineenses.
Uma
fonte da PJ revelou que nos últimos anos, a prática decorreu com
frequência, citando o caso de um cidadão francês que recebeu o passaporte
diplomático guineense há um ano, e que neste momento está a ser investigado em
França pela secreta local.
As
denúncias foram feitas há anos, mas nunca nenhum implicado foi levado à
justiça, apesar de vários casos que indiciam essa prática criminosa, que
alegadamente envolve altas figuras do Estado guineense.
A rádio
alemã cita Domingos Correia, director-geral adjunto da polícia judiciária, como
tendo afirmado que as investigações e a operação continuarão.
"Confirma-se
que foi lançada a operação 'Red Line' para investigar diversas denúncias a que
a PJ teve acesso sobre o tráfico de passaportes da Guiné-Bissau, em especial o
passaporte diplomático. Estamos na fase operacional e, devido aos imperativos
de segredos que cobrem a investigação, não estamos em condições de dar mais
detalhes. Mas os trabalhos estão em curso", explicou.
No
início da operação "Red Line", a PJ deteve, por algumas horas,
responsáveis da INACEP, imprensa nacional, responsável pelo banco de dados de
passaportes e bilhetes de identidade guineense, cujo servidor central se
encontra na Eslováquia.
Confrontado
com a situação pela DW, o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação
Internacional, João Butiam Có, nega que haja tráfico de passaportes e afirma que
tudo está sob controlo.
"Posso
garantir que nunca tivemos todo o controlo de passaportes como agora na
Guiné-Bissau. Podem fazer a operação e espero bem que divulguem os resultados
para que os guineenses fiquem a saber do bom trabalho que estamos a fazer. Não
há tráfico de passaportes - nem diplomático ou de serviço -, por isso, estamos
completamente à vontade", disse.
A PJ
manifesta a sua determinação em continuar o combate à emissão ilegal
dos documentos da Guiné-Bissau aos cidadãos estrangeiros para facilitar os seus
negócios.
Nas
redes sociais, cidadãos anónimos postaram cópias de inúmeros passaportes
diplomáticos emitidos aos asiáticos e europeus, que entretanto, nunca
conheceram a Guiné-Bissau. ANG/DW África
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