terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Legislativas 2019

Diretor Geral da ANG considera difícil cobertura da campanha eleitoral sem meios

Bissau, 08  Jan 19 (ANG) – O Diretor-geral da Agência de Notícias da Guine (ANG) considerou hoje de “muito difícil” fazer a cobertura jornalística da campanha eleitoral que se avizinha sem meios materiais para o efeito.

Salvador Gomes, numa entrevista à imprensa em que falou  das dificuldades com que se depara este órgão de comunicação social público para fazer a cobertura da campanha eleitoral relacionada as legislativas de 10 de Março, reconheceu  que as atividades dos partidos políticos nas campanhas devem ser cobertas pela imprensa mas questiona como fazê-las  sem condições mínimas.

“Vamos para um momento muito dinâmico em termos políticos, mas também em termos de comunicação social, porque há necessidade de trazer ao público informações diárias sobre as atividades de campanha eleitoral, momento  de maior utilidade das mídias, que devem transmitir o que os partidos têm como projetos para o desenvolvimento do país e a vida das  populações em geral”, explicou.

O Diretor-geral da ANG disse que tudo isso são trabalhos reservados aos profissionais da comunicação social, tendo questionado como fazê-lo sem meios.

Referindo-se ao caso da ANG começou por indicar que este órgão nunca teve uma viatura para reportagem, e que  o momento obriga que haja meios próprios  para os jornalistas se deslocar , em vez de se recorrer à viaturas de partidos políticos, que eventualmente estarão dispostos  a pagar refeições e outros subsídios, que podem pôr em causa a independência desejada para os jornalistas.

Disse que o órgão está sem internet, o que impede a publicação das suas produções no sitio(www.ang.gw) e no blogue(www.angnoticiasblogspot.com), suas duas plataformas de publicação ou seja de estabelecimento da ligação do pais, em termos de fornecimento de informações de caráter nacional, ao exterior.

Salvador Gomes disse que em termos de recursos humanos, seria desejável que houvesse mais gente, mas que a ANG vai assegurar a campanha com o pessoal que tem na redação: oito jornalistas.
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“Os jornalistas da ANG têm-se deslocado a pé para fazer reportagens e, as vezes, os custos de deslocações saem do bolso do Diretor-geral”, contou.

Aquele responsável frisou que seria importante neste momento particular que o Governo crie condições aos órgãos para que a cobertura seja para todos os partidos sem exceção.

“Temos ainda um problema de desmotivação ao nível dos recursos humanos, porque a redação só tem uma pessoa com vínculo na função pública e as restantes são os chamados estagiários, que têm estado a receber um subsídio que entretanto deixou de ser  pago em Dezembro.

“Sem esse pagamento, quem garante que estarão dispostos a sacrificar durante a campanha eleitoral”, período de muito trabalho”, interroga.

Gomes reconheceu as diligências que estão a ser feitas pelo Ministério da Comunicação Social para ultrapassar a situação mas adverte que ,em caso de impossibilidade, a cobertura da campanha pela ANG poderá ficar comprometida.

Referiu ainda que  a ANG possui uma viatura para o transporte do pessoal mas que não anda por falta de combustível .

Lamentou que sem internet própria a ANG tem funcionado com uma linha da rede wifi do jornal Nô Pintcha. Há dias em que não se consegue publicar nenhuma peça, por dificuldades de acesso à internet.

“ As vezes, em oito notícias, se consegue apenas a publicação de dois ou três peças, o que é bastante desmotivador  para quem se empenha para conseguir uma notícia e chega a redação essa peça não sai por falta de internet. É desencorajador para além do descrédito que cria junta das fontes de informação”, disse.

Numa comparação do estado da ANG hoje em relação ao passado, Salvador Gomes disse que não tem comparação, uma vez que anteriormente, com oito correspondentes regionais se conseguia, diariamente, o mínimo de 16 peças, a razão de duas peças diárias para cada Correspondentes.
“Imagina, logo de manhã uma rádio tiver na mesa oito ou mesmo 16 notícias sobre a vida nas regiões”, disse acrescentando, “ concordo com o decano dos fotógrafos, Pedro Fernandes do Nô Pintcha que uma vez me disse: “agora a população guineense é menos informada  em relação ao período em que a ANG tinha oito Correspondentes regionais, não obstante as novas tecnologias de comunicação”..

Afirmou que a ANG vive um permanente momento de relançamento com a esperança de um dia a situação mudar para melhor, o que, na sua opinião, justifica o  consentimento de todos esses sacrifícios pelos seus profissionais.


“A força de uma Agência de Notícias são os seus correspondentes espalhados pelo país e no exterior. Uma agência de notícia integra a estratégia nacional para a promoção externa do pais. Foi esta a principal razão da criação da ANG em 1975. Ainda que por motivos adicionais, esta imperatividade continua válida nos dias de hoje”, afirmou o DG da ANG.

Salvador Gomes, iniciou a carreira profissional de jornalismo na ANG em 1986 e é DG no órgão desde janeiro de 2002, formado em Jornalismo e Comunicação Empresarial, na Universidade Lusófona da Guiné. ANG/MSC/ÂC//SG



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