Diretor Geral da ANG considera difícil cobertura da campanha eleitoral sem
meios
Bissau, 08 Jan 19 (ANG) – O Diretor-geral da Agência de
Notícias da Guine (ANG) considerou hoje de “muito difícil” fazer a cobertura
jornalística da campanha eleitoral que se avizinha sem meios materiais para o efeito.
Salvador Gomes,
numa entrevista à imprensa em que falou das dificuldades com que se depara este órgão
de comunicação social público para fazer a cobertura da campanha eleitoral relacionada
as legislativas de 10 de Março, reconheceu que as atividades dos partidos políticos nas
campanhas devem ser cobertas pela imprensa mas questiona como fazê-las sem condições mínimas.
“Vamos para um
momento muito dinâmico em termos políticos, mas também em termos de comunicação
social, porque há necessidade de trazer ao público informações diárias sobre as
atividades de campanha eleitoral, momento
de maior utilidade das mídias, que devem transmitir o que os partidos
têm como projetos para o desenvolvimento do país e a vida das populações em geral”, explicou.
O Diretor-geral da
ANG disse que tudo isso são trabalhos reservados aos profissionais da
comunicação social, tendo questionado como fazê-lo sem meios.
Referindo-se ao
caso da ANG começou por indicar que este órgão nunca teve uma viatura para
reportagem, e que o momento obriga que
haja meios próprios para os jornalistas
se deslocar , em vez de se recorrer à viaturas de partidos políticos, que
eventualmente estarão dispostos a pagar
refeições e outros subsídios, que podem pôr em causa a independência desejada
para os jornalistas.
Disse que o órgão
está sem internet, o que impede a publicação das suas produções no
sitio(www.ang.gw) e no blogue(www.angnoticiasblogspot.com), suas duas
plataformas de publicação ou seja de estabelecimento da ligação do pais, em
termos de fornecimento de informações de caráter nacional, ao exterior.
Salvador Gomes disse
que em termos de recursos humanos, seria desejável que houvesse mais gente, mas
que a ANG vai assegurar a campanha com o pessoal que tem na redação: oito
jornalistas.
.
“Os jornalistas da
ANG têm-se deslocado a pé para fazer reportagens e, as vezes, os custos de
deslocações saem do bolso do Diretor-geral”, contou.
Aquele responsável
frisou que seria importante neste momento particular que o Governo crie
condições aos órgãos para que a cobertura seja para todos os partidos sem exceção.
“Temos ainda um problema
de desmotivação ao nível dos recursos humanos, porque a redação só tem uma
pessoa com vínculo na função pública e as restantes são os chamados
estagiários, que têm estado a receber um subsídio que entretanto deixou de
ser pago em Dezembro.
“Sem esse
pagamento, quem garante que estarão dispostos a sacrificar durante a campanha
eleitoral”, período de muito trabalho”, interroga.
Gomes reconheceu
as diligências que estão a ser feitas pelo Ministério da Comunicação Social
para ultrapassar a situação mas adverte que ,em caso de impossibilidade, a
cobertura da campanha pela ANG poderá ficar comprometida.
Referiu ainda que a ANG possui uma viatura para o transporte do
pessoal mas que não anda por falta de combustível .
Lamentou que sem
internet própria a ANG tem funcionado com uma linha da rede wifi do jornal Nô
Pintcha. Há dias em que não se consegue publicar nenhuma peça, por dificuldades
de acesso à internet.
“ As vezes, em
oito notícias, se consegue apenas a publicação de dois ou três peças, o que é
bastante desmotivador para quem se
empenha para conseguir uma notícia e chega a redação essa peça não sai por
falta de internet. É desencorajador para além do descrédito que cria junta das
fontes de informação”, disse.
Numa comparação do
estado da ANG hoje em relação ao passado, Salvador Gomes disse que não tem comparação,
uma vez que anteriormente, com oito correspondentes regionais se conseguia,
diariamente, o mínimo de 16 peças, a razão de duas peças diárias para cada
Correspondentes.
“Imagina, logo de
manhã uma rádio tiver na mesa oito ou mesmo 16 notícias sobre a vida nas
regiões”, disse acrescentando, “ concordo com o decano dos fotógrafos, Pedro
Fernandes do Nô Pintcha que uma vez me disse: “agora a população guineense é
menos informada em relação ao período em
que a ANG tinha oito Correspondentes regionais, não obstante as novas
tecnologias de comunicação”..
Afirmou que a ANG vive
um permanente momento de relançamento com a esperança de um dia a situação
mudar para melhor, o que, na sua opinião, justifica o consentimento de todos esses sacrifícios
pelos seus profissionais.
“A força de uma
Agência de Notícias são os seus correspondentes espalhados pelo país e no
exterior. Uma agência de notícia integra a estratégia nacional para a promoção
externa do pais. Foi esta a principal razão da criação da ANG em 1975. Ainda
que por motivos adicionais, esta imperatividade continua válida nos dias de
hoje”, afirmou o DG da ANG.
Salvador Gomes,
iniciou a carreira profissional de jornalismo na ANG em 1986 e é DG no órgão
desde janeiro de 2002, formado em Jornalismo e Comunicação Empresarial, na
Universidade Lusófona da Guiné. ANG/MSC/ÂC//SG
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