segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Greve/Ensino público


Diretores dos liceus consideram ausência de alunos “um  entrave para início das aulas”

Bissau, 07 Jan 19 (ANG) – Os Diretores dos dois maiores liceus do país foram hoje unânimes em considerar a ausência dos alunos nestes estabelecimentos escolares como o entrave para o inicio das aulas nas escolas públicas, tal como anunciado pelo  o Executivo.
Imagem Ilustrativo

De acordo com Samuel Fernando Mango, Director do” Liceu Agostinho Neto”, a situação melhorou em relação a semana passada onde havia professores, mas sem alunos, frisando que apesar de não atingirem o número de alunos desejado esta segunda-feira a presença de alunos aumentou.

“ O número de alunos que temos hoje permite que certos professores possam dar aulas. Peço  aos pais e encarregados de educação dos estudantes para mandar os seus educandos  para a escola, porque a maioria dos professores afectos a esta escola decidiu que vai trabalhar”, disse Mango  tendo encorajado aos docentes a labutarem com número de alunos que encontraram nas salas.

Mango reconheceu os transtornos causados aos estudantes pelo não início das aulas até ao momento, mas, segundo ele, uma vez que os professores decidiram trabalhar a revelia da greve decretada pelos sindicatos de sector os alunos devem comparecer  na escola.

Apelou aos  sindicatos para darem o beneficio de dúvida ao governo, uma vez que  já está a mostrar sinais para a resolução do diferendo, a fim de atender as exigências dos professores.

Por seu turno, o Director do” Liceu Rui Barcelos da Cunha “,disse que de facto está em curso a paralisação de 27 dias decretada a partir de hoje pelos sindicatos do sector da educação, mas que no entanto há professores que não concordaram com a posição dos sindicatos, e decidiram dar aulas.
Horácio Lourenço Pais Mendes disse que já é um hábito no país, mesmo sem greves, depois das festas, os alunos não aparecem nas escolas principalmente quando inicia no meio da semana.

Acrescentou que  a participação dos alunos naquele liceu é quase nula ou seja, são os próprios estudantes que agora a dificultarem o início das aulas.

“O lugar do aluno é nas escolas não em casa. Por isso, devem amontoar como fizeram a frente do Ministério da Educação nas respetivas escolas. Só assim vão ter aulas porque já perdemos um período inteiro. Não se pode perder mais dias sob pena de termos o ano escolar nulo”, salientou.

Aquele responsável apelou aos pais e encarregados de educação a exigirem aos seus educandos a irem para a escola porque alguns  professores estão dispostos a  trabalhar .

Mendes frisou que, se os alunos tivessem comparecido hoje a sua escola ia funcionar de forma normal, porque  num total de  147 professores, 126 subscreveram a lista de que vão leccionar caso os alunos compareçessem .

O repórter da ANG percorreu ainda  diferentes escolas da capital Bissau nomeadamente o Liceu Nacional Kwame Nkurmah, Agostinho Neto, Rui Barcelos da Cunha e Salvador Allende e constatou  a presença de número considerável dos professores, contra um número insignificante de alunos.

A ANG soube através de  um professor do liceu Rui Barcelos da Cunha, que não quis identificar,  que haverá uma reunião hoje entre o Presidente da República e os sindicatos, a associação dos alunos, pais e encarregados de educação e o  governo  para tentar solucionar o problema da paralisação no sector do ensino público nacional. 
ANG/MSC/ÂC//SG





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